*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

domingo, 10 de abril de 2011

A cantora colombiana Shakira pediu que os latino-americanos deixem para trás a mentalidade conformista vigente séculos após a colonização e que não se conformem com as migalhas que "nos atiram". Em entrevista à emissora Televisa, afirmou que está decidida a se somar aos esforços para erradicar "as cadeias de pobreza no mundo", e assegurou que "é mentira que o que nasce pobre tem que morrer pobre". folhaonline 05.04.11
  
Não sei o que a Dilma anda aprontando, mas depois que a popstar colombiana saiu de uma reunião com a presidente, adotou um discurso, que se concretizado, irá revolucionar a America Latina. Já pela foto, a gente vê que ela leva jeito.

BRASÍLIA: Os 37 ministros da presidente Dilma Rousseff começaram o ano com aumento de 148% no valor do auxílio-moradia a que têm direito. Desde fevereiro, podem pedir restituição de até R$ 6.680,78 para custear hospedagem. O novo teto do aluguel corresponde a 12 salários mínimos [...] G1 03.04.11 – por FERNANDA ODILLA & NATUZA NERY

Miriam Belchior, atual ministra do Planejamento, em entrevista coletiva no dia 24.11.10, ainda como coordenadora do PAC, disse, entre outras coisas, que a partir de 2011 a meta “é fazer mais com menos”. A  futura ministra afirmou que seu trabalho se balizará em três pontos: “planejamento das ações do governo, busca de melhor qualidade nos gastos públicos e melhoria dos serviços prestados à população”. arquivo CD.

Como não domino o economês, então para que possa entender o sentido da frase “fazer mais com menos”, preciso raciocinar por partes para perceber o sentido geral da idéia, então: quando ela fala em “fazer mais” estaria se referindo ao “aumento de 148% no valor do auxílio-moradia” e o “com menos“ se referindo a “os 37 ministros”? Seria mais ou menos isso? Ou será que os “três pontos que irão balizar os seus trabalhos” não passam de um blá, blá, blá, como os daqueles livros de auto-ajuda. Alias o que mais um político preserva é uma auto-ajuda.   

Pelo menos 80 mil brasileiras compraram, no último mês, um livro [Deixe os homens a seus pés - da escritora americana Marie Forleo], que promete fornecer, em uma hora de leitura, informações capazes de tornar uma mulher "mais feliz e muito mais atraente". Para quem quer "desencalhar" [...], a oferta da escritora parece irrecusável. O sucesso-relâmpago, no Brasil, teve como garota-propaganda a vencedora do "Big Brother Brasil". Durante o programa, lendo as instruções de Forleo, ela esqueceu um pretendente e arrumou outro. A auxiliar administrativa Teresa Cristina Rodrigues, 30, foi uma das leitoras que se "iluminou" graças ao exemplo do "BBB". Viu o programa, leu o livro e hoje diz dividir sua vida entre "antes" e "depois" dos ensinamentos de Forleo. Folhaonline 06.04.11

Será que estamos assistindo ao nascimento de uma nova religião? A Sagrada Igreja das Grandes Irmãs Desencalhadas. Com 80 mil brasileiras já dá levantar um templo pra abrigar esses fieis. Quem sabe o Bilau possa ser o pastor desta horda – Ops! Erro nosso –  o Bial, possa ser o pastor deste rebanho? Escrevi em alguma postagem, aí pra trás, que: “a pior doença que pode se abater sobre um povo é a cegueira, não a física, mas (...) a cegueira que impede que a luz da razão ilumine os porões da mente, bloqueando a liberdade de arbítrio do pensamento de um homem, de um grupo e até mesmo de toda uma nação”. Dizia também que “o tal do século XXI, em muitos lugares desse mundão afora, só chegou mesmo no calendário pendurado na parede”, parece que andei subestimando distâncias e confundindo locais, pois o mundão afora está logo ali, na esquina de um Reality Show da Globo, num paredão mais próximo do que eu imaginava. 


SÃO PAULO - Um caso polêmico está agitando as semifinais da Superliga masculina de vôlei. Michael, jogador do Vôlei Futuro, afirma que foi alvo de homofobia durante a partida de sexta-feira (01) diante do Sada/Cruzeiro em Contagem (MG). Michael, que é homossexual, disse que foi chamado de "bicha" pela maior parte dos torcedores presentes no ginásio, em coro. O árbitro não relatou o ocorrido na súmula, mas o Vôlei Futuro encaminhou um relatório ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do vôlei e cobra providências. Estadãonline 06.04.11

Essa história já rola há dias e acho que está havendo certa histeria com essa coisa do “politicamente correto” e suas diabólicas ramificações. É indiscutível que nenhuma agressão se justifica, isso vale para a física, tanto quanto, para a verbal, que  muitas vezes machuca mais que a física - porém tem que se considerar o contexto. Por exemplo, no caso do Bolsanaro, fica claro o ranço racista-homofóbico, do deputado, nas declarações em um programa de TV. Mas no meio de uma partida de vôlei ou qualquer outro esporte, fica difícil levar a sério as reações de uma torcida no calor das paixões que envolvem uma competição esportiva. Negão, urubu, bicha, viado, juiz ladrão, são algumas das expressões mais suaves que podem partir da massa eufórica, nestas horas - ninguém vai gritar: afrodescendete, cathartidae (1), homossexual, mediador embusteiro... e o atleta tem que entender que isso faz parte de qualquer jogo jogado no mundo inteiro ou então mudar de profissão. (1) nome científico do urubu.

A reportagem afirma, também, que “o árbitro não relatou o ocorrido na súmula”. Ora tenham paciência - se um árbitro, por motivos semelhantes, tivesse que fazer isso em todas as partidas, só sobre os elogios a sua genitora (dele árbitro), encheriam centenas de páginas de súmulas e demandaria infinitos processos no STJD.

Agora, uma dúvida pessoal, até porque este blog me pertence: ainda não existe lei que proteja os pardos da pardofobia, concorda? – mas no meu registro de identidade está lá: cor da pele = pardo. Porém, existe um ditado popular que diz: “A noite todos os gatos são pardos”. Enquanto a lei não vem, se eu usar o recurso da inversão nesta frase, poderia então recorrer a Sociedade Protetora dos Animais, caso me sinta vítima de uma pardofobia? Como não entendeu? Tá bom, vamos lá, eu explico: usando a inversão, que não é um recurso de Lei, mas é da Gramática, a frase ficaria assim:  “A noite todos os pardos são gatos”. E aí, deu pra processar? Não? Ta danado, as vezes fica difícil manter um diálogo sadio e esclarecedor como esse.

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