*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A chuva atinge a Zona Sul do Rio, no fim da tarde desta terça-feira (26). Há alguns pontos de congestionamento na Rua Jardim Botânico, na altura do Parque Lage, no sentido Gávea. A chuva também atinge a Zona Norte do Rio, a região mais afetada pelo temporal que caiu na noite de segunda-feira (25). Todos os sites de notícias em geral neste 26.04.11

Saudades do tempo que as águas de março fechavam o verão, das promessas de vida em nosso coração, pois já é quase Maio e as águas de março, harmônicas jobinianas, continuam abertas e é carro enguiçado, é lama, é pau, é pedra, é um resto de toco, é o fim do caminho... isso só pode ser praga de dupla caipira

l Após ser suspensa, a canadense Julie Gagnon, conhecida pelo nome de Samantha Ardente, foi demitida de uma escola no Canadá depois que um aluno descobriu que ela trabalhava secretamente como atriz pornô, segundo a imprensa canadense. G1 21.04.11

l Dois meses e meio após o ano letivo começar, cerca de 20 mil alunos dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) de todo o País estão sem aula (total ou parcialmente) por falta de professor. O transtorno ocorre por causa de problemas burocráticos entre os Ministérios da Educação e do Planejamento. A crise foi deflagrada após a edição da Medida Provisória 525, de fevereiro deste ano, que limitou o porcentual de professores substitutos a 20% do total de efetivos [...]. Para se adequar à MP, o Ministério do Planejamento bloqueou o sistema de inclusão e cadastro de docentes substitutos, o Siape. Com o bloqueio, professores substitutos aprovados em concurso para trabalhar por até dois anos, foram impedidos de assumir o cargo. Já os que haviam começado a lecionar antes da interrupção do sistema estão sem receber salário há mais de 60 dias. Estadãonline 21.04.11

O que a história de Julie Gagnon, a professora demitida por fazer uns bicos em filmes pornôs, na hora vagas, para ajudar na renda de casa, tem a ver com os professores substitutos que estão sem poder assumir seus cargos de direito e/ou que estão sem receber seus salários há mais de 60 dias? Tudo! Pois terão que se virar até que os ministérios da Educação e do Planejamento se entendam, e como bem sabemos isso pode levar um bom tempo.
Não necessariamente, todos precisam se candidatar a atores pornôs, mas tem várias opções como a sugerida pelo Tutty Vasques, publicada nos estadão 16.04.11: “Os shows do U2 em São Paulo criaram no Brasil um novo patamar de flanelinha! Com vagas a R$ 140, francamente, precisa ser muito burro para querer ser médico no Brasil, né não?”

Taí uma boa oportunidade, não só pra médico e professor, mas também pra arquiteto, músico profissional, contador, economista (menos a Dilma), policial militar, metalúrgicos (menos o Lula), micro empresário e vai por aí, ladeira abaixo arrastando a auto-estima do brasileiro tal qual uma tsunami alucinada.    

A britânica Sofia Taylor, de 22 anos, recusou-se a acreditar no resultado de um exame de ultra-som durante a gravidez: o coração do bebê havia parado de bater. Ao invés de tomar as pílulas abortivas que recebeu no Royal Sussex County Hospital, em Brighton (Reino Unido), Sofia, resolveu esperar pelo próximo exame dali a oito dias. “Eles me disseram para me livrar do bebê, mas depois de três crianças, eu sabia como era se sentir grávida”, disse Sofia, [...] ao jornal britânicoThe Sun. A intuição da mãe estava certa: no teste seguinte, foi comprovado que a criança estava viva. G1 20.04.11

Beleza de mãe! Mas essa noticia estava escondida num canto do portal do G1. Como a estória acabou bem a mídia não deu destaque ao fato. E veja a gravidade do caso, pois a criança poderia ter sido abortada se a mãe tivesse seguido as orientações do hospital inglês, que inclusive forneceu as pílulas abortivas. Outro dia – que não me lembro quando e nem em que canal de TV – alguém afirmava que o povo gosta de tragédia, quanto mais sofrimento e gente chorando na tela, mais audiência tem o telejornal.  É verdade. Atualmente as coberturas jornalística, principalmente pela TV, vão fundo na desgraça alheia a ponto de mostrar cenas de fazer inveja a qualquer um dos filmes da saga “O Massacre da Serra Elétrica”. Já vi reporte tentando arrancar confissão de preso, esmiuçando detalhes de como o crime foi praticado, se ele estava arrependido e vai por aí num desfile de sadismo explícito, ao vivo e a cores

Ainda sobre o assunto, destaco um trecho da matéria intitulada “Deixar a vida para entrar no espetáculo” de Eugênio Bucci (1): [...] no entanto, os jornalistas terão de se ocupar, ainda outras vezes, e sempre tragicamente, de horrores... É possível que eles se indaguem, às vezes, se devem dedicar tanto destaque a essas coberturas. É possível que se questionem: será que tanta manchete, tanta capa de revista, tanto horário nobre, será que tudo isso não vai encorajar outros criminosos com o mesmo perfil? [...] Se é dever da imprensa noticiar os males que se fazem às escondidas, da corrupção ao genocídio, é dever dela amplificar as matanças que só foram perpetradas porque desejavam [os assassinos] a atenção dos holofotes?

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