Senil em 1/7
- No domingo chamei de “agudo” o acento que indica a crase. E isso em meio a
uma animada reafirmação de minha exigência e minha vaidade quando se trata do
bom manejo da língua portuguesa. Ou foi falha de memória senil ou
autossabotagem neurótica. Logo o meu amadíssimo acento grave, de que sinto
tanta falta nos casos em que ele, até aquela mudança ortográfica dos anos 1970,
apontava a sílaba subtônica dos advérbios de modo construídos a partir de adjetivos
proparoxítonos, como, por exemplo, “gràficamente” [...]. Caetano
Veloso, para O Globo.
Senil em 8/7
- A não concordância de número nos verbos e adjetivos relacionados também me
faziam mal. Essa foi demais. A não concordância de número me “faziam” mal? Não
tinha relido aquele artigo em que chamei o acento grave de agudo. Não vi é que
um erro maior tinha passado. A frase — que abre o artigo de hoje — é um erro
perfeito. Senilidade & masoquismo.” [...]. mais Caetano Veloso, para
O Globo.
“A
Doutrina Secreta” de Helena Blavatsky, perto das crônicas de Caetano, parece
mais Literatura de Cordel. Um das várias perguntas que ficaram empestiando o ar
da minha casa, no decorrer da semana, foi: que diabos vem a ser “autossabotagem
neurótica”? É uma doença autoimune ligada ao tropicalismo e se propaga através
do Aedes Velosus?
Casa
da Palavra apresenta seu mais novo romance de literatura
fantástica, O Inverno das Fadas. Escrito pela jovem autora Carolina
Munhóz, 23 anos, ganhadora do prêmio de melhor escritora jovem em 2011, esse
livro promete abordar temas polêmicos e instigantes para o público jovem
brasileiro.
Esse
livro faz um tipo de “literatura
fantástica com muito sexo e muita morte”, segundo Joaquim Ferreira dos Santos, em sua
coluna Gente Boa, no Globo e “Nada de literatura
puritana” segundo
a autora. Ainda, na mesma noticia: “Há muitas referencias a Kurt Cobain e Amy Winehouse”.
Na
boa! Vamos ficar combinados assim: a gente não lê os escritos “devassos” da
Carolina e eu prometo que nos próximos domingos – durante 25 anos - não comento
mais nada sobre as crônicas de Caetano e ponto final. Certo?
A Comissão de Ética
Pública da Presidência da República decidiu [...] autorizar o pagamento de
quatro meses de salário ao ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. No
total, ele terá direito de receber R$ 106.892,52. O montante corresponde à
quarentena, período que ficou impedido de trabalhar, após deixar o governo, em
junho de 2011. Quarentena é o período de interdição de quatro meses, contados a
partir da data de exoneração, no qual a autoridade fica impossibilitada de
trabalhar em determinadas áreas. G1 OGlobo
Bom
demais, né mesmo? O cacique foi demitido e recebe um auxílio-desemprego
equivalente a algo em torno de R$ 26.723, por mês ou R$ 890 ou se preferir, 1.4
salário-mínimo, dia. Isso levando-se em conta, para efeito de cálculos, a tal “Quarentena
de Quatro Meses”, que é uma manobra adaptada de táticas descritas no conto,
árabe, “Ali Babá e os Quarenta Ladrões” que faz parte do “Livro das Mil e Uma
Noites”.
Atualmente,
o índio, quando é expulso da Taba – sem justa causa – terá de esperar que seu
auxílio-desemprego passe por uma infinidade de operações - que são processados
pelos computadores do CERN, lá em Genebra, isso mesmo aquele da partícula
divina - segundo uma fórmula cabalística, extraída do livro quarto “Bamidbar”
ou “Números”, que compõem a Torá, conforme:
Para o cálculo do salário
mensal:
Salário/hora = Y
–> Salário mensal = Y x 220
Salário/dia = Y–> Salário mensal = Y x 30
Salário/semana =Y –> Salário mensal = Y ÷ 7 x 30
Salário/quinzena = Y –> Salário mensal = Y x 2
Salário/dia = Y–> Salário mensal = Y x 30
Salário/semana =Y –> Salário mensal = Y ÷ 7 x 30
Salário/quinzena = Y –> Salário mensal = Y x 2
Até aqui
tudo bem. Então, calcula-se o valor do Salário Médio dos últimos três meses
trabalhados e aplica-se na tabela abaixo:
·
Valor da Parcela Até R$ R$ 1.026,77:
Multiplica-se salário médio por 0.8 (80%)
·
De R$ 1.026,78 até R$ 1.711,45: O que exceder a
R$ 1.026,77 multiplica-se por 0.5 (50%)
e soma-se a R$ 821,41.
e soma-se a R$ 821,41.
·
Acima de R$ 1.711,45 O valor da parcela será de
R$ 1.163,76 invariavelmente.
O resultado,
disso aí, pode ser pago:
·
Em três parcelas, se o trabalhador comprovar
vínculo empregatício de no mínimo seis meses e no máximo onze meses, nos
últimos trinta e seis meses;
·
Em quatro parcelas, se o trabalhador comprovar
vínculo empregatício de no mínimo doze meses e no máximo 23 meses, nos últimos
36 meses;
·
Em cinco parcelas, se o trabalhador comprovar
vínculo empregatício de no mínimo 24 meses, nos últimos 36 meses.
Espero,
sinceramente, que você não tenha lido todas essas regras e cálculos aí acima. Se
leu, peço desculpas, mas era necessário pagar esse mico, pra gente entender,
não como funcionam os cálculos, mas sim como operam os sortilégios entre os
caciques e o xamã da Taba de Arabutã, com todo respeito a esta árvore que os
caras-pálidas apelidaram de Pau-brasil.
Na
foto que ilustra o post, sentado, está Tupã e em pé, Antonio Palocci, usando um
look casual básico.
Edição Extraordinária - O advogado Rui Pimenta, que defende o goleiro Bruno
Fernandes, disse ao G1nesta segunda-feira (9) que a carta escrita por seu
cliente a Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e divulgada pela revista
"Veja" neste fim de semana, representa o término de uma relação de
amizade. "A carta poderia ser o término de um relacionamento sexual, eu
pensava isso. Mas ficou claro que a carta era dentro do âmbito da amizade
depois de conversar com o Bruno", afirmou Pimenta, que, em entrevista ao
jornal "O Estado de S.Paulo", havia dito que a carta tratou sobre um
relacionamento homossexual entre Bruno e Macarrão e que ambos tiveram um
"claro caso de amor".
O
que será que Bruno disse ao pé do ouvido de Rui Pimenta, para ele mudar, tão subitamente,
sua opinião sobre o casal Bruno & Macarrão? Teria declamado a poesia “Todas
as cartas de amor”, de Fernando Pessoa: “Todas as cartas de amor são ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas...”. Só nos resta aguardar a
reação de Macarrão sobre a atitude do Rui.
Mas
minha amiga Cacau, jogando mais confete na fogueira, informa o que leu na
coluna do Gois, desta segunda-feira, no Globo: “Lembram daquela tatuagem que Macarrão fez em homenagem ao goleiro,
não? Pois é.”
Em
breve nos cinemas, o segundo episódio do filme, de Felipe Joffily, “E aí,
comeu? - A Vingança Gay”.