*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

quarta-feira, 11 de julho de 2012


Senil em 1/7 - No domingo chamei de “agudo” o acento que indica a crase. E isso em meio a uma animada reafirmação de minha exigência e minha vaidade quando se trata do bom manejo da língua portuguesa. Ou foi falha de memória senil ou autossabotagem neurótica. Logo o meu amadíssimo acento grave, de que sinto tanta falta nos casos em que ele, até aquela mudança ortográfica dos anos 1970, apontava a sílaba subtônica dos advérbios de modo construídos a partir de adjetivos proparoxítonos, como, por exemplo, “gràficamente” [...]. Caetano Veloso, para O Globo.

Senil em 8/7 - A não concordância de número nos verbos e adjetivos relacionados também me faziam mal. Essa foi demais. A não concordância de número me “faziam” mal? Não tinha relido aquele artigo em que chamei o acento grave de agudo. Não vi é que um erro maior tinha passado. A frase — que abre o artigo de hoje — é um erro perfeito. Senilidade & masoquismo.” [...]. mais Caetano Veloso, para O Globo.

“A Doutrina Secreta” de Helena Blavatsky, perto das crônicas de Caetano, parece mais Literatura de Cordel. Um das várias perguntas que ficaram empestiando o ar da minha casa, no decorrer da semana, foi: que diabos vem a ser “autossabotagem neurótica”? É uma doença autoimune ligada ao tropicalismo e se propaga através do Aedes Velosus? 

Casa da Palavra apresenta seu mais novo romance de literatura fantástica, O Inverno das Fadas. Escrito pela jovem autora Carolina Munhóz, 23 anos, ganhadora do prêmio de melhor escritora jovem em 2011, esse livro promete abordar temas polêmicos e instigantes para o público jovem brasileiro.

Esse livro faz um tipo de “literatura fantástica com muito sexo e muita morte”, segundo Joaquim Ferreira dos Santos, em sua coluna Gente Boa, no Globo e “Nada de literatura puritana” segundo a autora. Ainda, na mesma noticia: “Há muitas referencias a Kurt Cobain e Amy Winehouse”.
Na boa! Vamos ficar combinados assim: a gente não lê os escritos “devassos” da Carolina e eu prometo que nos próximos domingos – durante 25 anos - não comento mais nada sobre as crônicas de Caetano e ponto final. Certo?

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu [...] autorizar o pagamento de quatro meses de salário ao ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. No total, ele terá direito de receber R$ 106.892,52. O montante corresponde à quarentena, período que ficou impedido de trabalhar, após deixar o governo, em junho de 2011. Quarentena é o período de interdição de quatro meses, contados a partir da data de exoneração, no qual a autoridade fica impossibilitada de trabalhar em determinadas áreas. G1 OGlobo

Bom demais, né mesmo? O cacique foi demitido e recebe um auxílio-desemprego equivalente a algo em torno de R$ 26.723, por mês ou R$ 890 ou se preferir, 1.4 salário-mínimo, dia. Isso levando-se em conta, para efeito de cálculos, a tal “Quarentena de Quatro Meses”, que é uma manobra adaptada de táticas descritas no conto, árabe, “Ali Babá e os Quarenta Ladrões” que faz parte do “Livro das Mil e Uma Noites”.

Atualmente, o índio, quando é expulso da Taba – sem justa causa – terá de esperar que seu auxílio-desemprego passe por uma infinidade de operações - que são processados pelos computadores do CERN, lá em Genebra, isso mesmo aquele da partícula divina - segundo uma fórmula cabalística, extraída do livro quarto “Bamidbar” ou “Números”, que compõem a Torá, conforme:
Para o cálculo do salário mensal: 
Salário/hora = Y –> Salário mensal = Y x 220
Salário/dia = Y–> Salário mensal = Y x 30
Salário/semana =Y –> Salário mensal = Y ÷ 7 x 30
Salário/quinzena = Y –> Salário mensal = Y x 2 
Até aqui tudo bem. Então, calcula-se o valor do Salário Médio dos últimos três meses trabalhados e aplica-se na tabela abaixo:
·         Valor da Parcela Até R$ R$ 1.026,77: Multiplica-se salário médio por 0.8 (80%)
·         De R$ 1.026,78 até R$ 1.711,45: O que exceder a R$ 1.026,77 multiplica-se por 0.5 (50%)
e soma-se a R$ 821,41.
·         Acima de R$ 1.711,45 O valor da parcela será de R$ 1.163,76 invariavelmente.
O resultado, disso aí, pode ser pago:
·         Em três parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício de no mínimo seis meses e no máximo onze meses, nos últimos trinta e seis meses;
·         Em quatro parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício de no mínimo doze meses e no máximo 23 meses, nos últimos 36 meses;
·         Em cinco parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício de no mínimo 24 meses, nos últimos 36 meses.

Espero, sinceramente, que você não tenha lido todas essas regras e cálculos aí acima. Se leu, peço desculpas, mas era necessário pagar esse mico, pra gente entender, não como funcionam os cálculos, mas sim como operam os sortilégios entre os caciques e o xamã da Taba de Arabutã, com todo respeito a esta árvore que os caras-pálidas apelidaram de Pau-brasil.

Na foto que ilustra o post, sentado, está Tupã e em pé, Antonio Palocci, usando um look casual básico.

Edição Extraordinária - O advogado Rui Pimenta, que defende o goleiro Bruno Fernandes, disse ao G1nesta segunda-feira (9) que a carta escrita por seu cliente a Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e divulgada pela revista "Veja" neste fim de semana, representa o término de uma relação de amizade. "A carta poderia ser o término de um relacionamento sexual, eu pensava isso. Mas ficou claro que a carta era dentro do âmbito da amizade depois de conversar com o Bruno", afirmou Pimenta, que, em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo", havia dito que a carta tratou sobre um relacionamento homossexual entre Bruno e Macarrão e que ambos tiveram um "claro caso de amor".

O que será que Bruno disse ao pé do ouvido de Rui Pimenta, para ele mudar, tão subitamente, sua opinião sobre o casal Bruno & Macarrão? Teria declamado a poesia “Todas as cartas de amor”, de Fernando Pessoa: “Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas...”. Só nos resta aguardar a reação de Macarrão sobre a atitude do Rui.
  
Mas minha amiga Cacau, jogando mais confete na fogueira, informa o que leu na coluna do Gois, desta segunda-feira, no Globo: “Lembram daquela tatuagem que Macarrão fez em homenagem ao goleiro, não? Pois é.”

Em breve nos cinemas, o segundo episódio do filme, de Felipe Joffily, “E aí, comeu? - A Vingança Gay”.