*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

terça-feira, 21 de agosto de 2012


No final das contas, o julgamento do mensalão vai ser uma espécie de tira-teima do tamanho do voto de cada um no STF? O ministro Ricardo Lewandowski vai logo avisando que o dele, com 1.300 folhas (uau!), é substancialmente maior que o do colega Joaquim Barbosa! tuttyvasques

Mas se deixasse por conta de Paulo Coelho o “volume” desses votos poderia ser bem menor... mas bem menor mesmo: Deu no New York Times e no Guardian, na Economist, no italiano Corriere Della Sera, no francês Libération e, na última quarta, até no Dalmacia News, diário de maior circulação dos Bálcãs: Paulo Coelho vilipendiou "Ulysses" é "só estilo" e que, se dissecado, "dá um tuíte" – isto é um texto de máximo 140 caracteres.

O pau quebrou - e ainda tá quebrando - conforme conta a reportagem da Folha: "É o maior insulto já sofrido por Joyce", sentenciou Jennifer Schuessler, jornalista do New York Times, que admitiu nunca ter lido Coelho. [...] Ao contrário de Jennifer, Stuart Kelly, crítico de literatura do Guardian, leu quatro livros do mago e mantém a réplica de pé: "Coelho tem direito à opinião dele e eu tenho à minha, de que a dele é tacanha, fácil e baseada em evidências questionáveis".

Para Kelly, no "processo de 'emburrecimento' do mundo atualmente, vozes precisam se levantar em favor do oblíquo, do experimental e do complexo", como é o catatau irlandês de mais de mil páginas que narra um dia na vida de Leopold Bloom. A crítica a "Ulysses", partindo de um autor de longo alcance, seria um desserviço à literatura, segundo ele.

Nas redes sociais, em que Paulo Coelho tem cerca de 15 milhões de seguidores, a questão tomou ares de disputa renhida. De um lado, súbitos leitores de "Ulysses". De outro, partidários de Coelho, segundo ele, "ofendidos nos últimos 25 anos por serem meus leitores". De todos os cantos, insultos voando à toda.

Diferente da Jennifer Schuessler, já li o Coelho e, mesmo sem nunca ter lido Ulisses, sou James Joice, disparado. Você não precisa beber uma colher de mel, pra saber que ele é doce ou, que fogo queima, água molha, ferroada de marimbondo dói pra caramba... e que não existem magos que fazem chover.

Em decisão recente, o MEC, de certa forma, corrobora e abona essa afirmação do Mago leporídeo. Vamos aos fatos: O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que vai reduzir as disciplinas no ensino médio para um melhor aprendizado dos alunos e, consequentemente, uma melhor posição do Brasil no ranking da educação. [...] Como querem melhorar esse desempenho se não se exige o mínimo esforço do aluno? Não muito tempo atrás, para ingressar no antigo curso ginasial, era preciso se submeter a um exame, e só era admitido o aluno que conseguisse nota de no mínimo 5,1 pontos (na escala de 1 a 10). Hoje, o aluno não precisa estudar, é só frequentar as aulas e no fim do ano é aprovado. Onde está o merecimento do esforço dos estudantes? [confira nos links abaixo].

Para alguns, ler mais de dez páginas é um esforço brutal, imagina então formular, por escrito, uma ideia – com começo meio e fim – com mais de 140 caracteres? Sobre o ensino no Brasil, Agamenon - citando Paulo Freire - em sua coluna do Globo, nos lembra: “No Brasil o ensino nunca foi fundamental”.
Mas de todo esse mafuá o que mais me espanta é o Coelho ter 15 milhões de seguidor nas, ditas, redes sociais...oi, oi, oi.
Leia mais em:

Neurocientistas do Centro Médico da Universidade de Rochester (EUA) descobriram um sistema de drenagem com o qual o cérebro elimina os resíduos, segundo um estudo publicado na "Science Translational Medicine", que esperam que tenha aplicação na pesquisa dos males deAlzheimer e de Parkinson. O sistema atua como se fossem encanamentos que aproveitam os vasos sanguíneos do cérebro e parece realizar a mesma função no cérebro que o sistema linfático no resto do corpo: drenar de resíduos.

A autora principal do artigo e co-diretora do Centro de Neuromedicina da Universidade de Rochester, Maiken Nedergaar afirmou que "a limpeza de resíduos é de vital importância para todos os órgãos e há muito tempo temos perguntas sobre como o cérebro se desfaz de seus resíduos. O trabalho demonstra que o cérebro está se limpando de uma maneira mais organizada e em uma escala muito maior do que se tinha pensado anteriormente", disse Nedergaard que expressou seu desejo de que a descoberta sirva para tratar doenças cerebrais. Estadão.com.br

Essa reportagem do Estadão, a princípio, não tem ligação direta com o assunto postado acima, sobre a mixórdia dos Votos do Mensalão + Ulisses + MEC, mas, e sem nenhuma base cientifica é claro, acredito que quando este “sistema de drenagem, com o qual o cérebro elimina os resíduos” se sobrecarrega e até entope, - semelhante a um sistema sanitário doméstico – pode exalar um certo mau cheiro. E isso a gente constata, eventualmente, sempre que em alguma reunião de trabalho, festas de confraternização, palanques políticos etc... determinada pessoa pede a palavra e a galera comenta... baixinho: -Ih... vai feder!

Agora dá pra entender os 15 milhões de seguidores do Coelho. Mas aí me vem uma preocupação: seria bom monitorar essa rede, pois o gás metano é altamente inflamável e em concentrações desta magnitude, pode explodir.