A matéria do
Fantástico, domingo 16, sobre o fim do mundo tá dando o que falar. Pelo menos
neste bloguinho. Recebi alguns questionamentos (dois) onde, de maneira geral, me
acusam de acabar com o mundo antes do previsto pelos Maias, (ver postagem do
dia 12). Pelo menos uma coisa boa: tem gente lendo o blog.
Data vênia, vamos aos
fatos: Primeiro não assisti a matéria do Fantástico, simplesmente porque não
assisto este programa. Só vi as chamadas no decorrer da semana. Segundo: referi-me
a profecia maia, por ser, este, um dos assuntos que domina a mídia neste fim de
ano/fim do mundo, mas até onde eu sei, os Maias não previram fim do mundo
nenhum e somente o fim de um ciclo e início de outro, baseados em seus
conhecimentos sobre Astronomia/Astrologia e Matemática. Simples assim, só que
há mais de dois mil anos. Alias, se for pra levar isso a sério, é bom ter em
mente que são sete, isso mesmo “7”, o número que compõe o pacote das profecias
Maias.
Essa turma não era
fácil. Já naquele tempo determinara, e com muita precisão, o ano lunar; a
trajetória de Vênus; o ano solar (365 dias, 5 horas, 48 minutos e 45 segundos)
e por e aí vai. Dentre tantas técnicas – que eram aplicadas especialmente à agricultura
- conheciam muito bem os ciclos dos solstícios/equinócios e o fenômeno da
precessão do equinócio, que é o bamboleio do eixo imaginário da Terra, em 12
ciclos ou eras, de 2.160 anos cada, perfazendo um total de 26 mil anos em seu giro
completo – esses números são aproximados. Pra quem acha que “fenômeno” é
apelido de jogador de futebol, vai ter dificuldades para entender isso [1].
Existem várias interpretações
sobre a data desse “fim do mundo”, que eu prefiro chamar de período de
transição entre ciclos do Planeta. Quanto ao “ano” e “mês”, parece que os
estudiosos não tem dúvidas, mas em relação ao “dia” não dá pra ser tão cirúrgico
assim nesta a precisão, pois pode variar entre o primeiro e o vigésimo quinto
dia, do mês de dezembro e de acordo com o nosso calendário, isso, porque existe
uma inconsistência entre os calendários Maia e Gregoriano [2].
O budismo vai mais
longe e coloca os ciclos do Universo em um pacote só, chamando-o de “Manvantara”.
Muito conhecido para quem estudou/estuda as religiões&filosofias orientais...
mas aí é assunto par outra prosa. [3 e 4].
Sendo assim, escolhi
para “fim do mundo” a data 12.12.12 ás 12:12h, pela harmonia, misticismo e
singularidade dos números que à compõem. Somente no século XXII, em 12 de dezembro
de 3012, às 12:12h, - isto é, daqui a mil anos – poderemos repetir esta “conjunção”
numérica. Andaram dizendo que daqui a cem anos, esse arranjo se repete, mas não
é verdade, pois “12 de dezembro de 2112”, não tem o mesmo sincronismo da data
Maia, pois refere-se ao ano “cento e doze” e não ao “ano doze”, do século XXI.
Quem por acaso se
interessar por esse e outros “efeitos especiais” que “glamourizam” os enredos
das estórias sobre o nosso planetinha, vale a pena ler “A Digital dos Deuses”
de Graham Hancock, um jornalista, que mistura pesquisas cientificas e
investigação histórica a cata de esclarecer as “lendas” que fantasiam a
história do planeta Terra e sua interação com o Universo.
Parodiando o grande
pensador Ibrahim Sued, fica o recadinho: “Sorry periferia! Devagar eu chego lá”.
Mas fica esperto, pois “cavalo não desce escada”... “ademã, que eu vou em
frente”.
#Referências
[1] – O
bamboleio de um planeta deformado - Todo esse movimento circular, [da
Terra], claro, gera imensas forças centrífugas e estas, como sir Isaac Newton
demonstrou no século XVII, fazem com que o "saco de papel" da terra
torne-se abaulado no equador. O corolário disso é o achatamento dos pólos. Em
conseqüência, nosso planeta desvia-se ligeiramente da forma de uma esfera
perfeita e pode ser descrito mais corretamente como um "esferóide
oblato". Seu raio no equador (6.377.068km) é 22km mais longo do que o raio
polar (6.355.422km).
Durante bilhões de anos, os pólos achatados e o
equador inchado têm estado empenhados em uma interação matemática oculta com a
influência oculta da gravidade. "Uma vez que a Terra é achatada",
explica uma autoridade, "a gravidade da Lua tende a inclinar o eixo da
Terra, para que ele se torne perpendicular à órbita da Lua e, em menor
extensão, isso também se aplica no caso do Sol". Simultaneamente, a
inchação equatorial - a massa extra distribuída em volta do equador - atua como
a borda de um giroscópio para manter a terra firme em seu eixo.
Ano após ano, em escala planetária, é esse efeito
giroscópico que impede que o puxão do sol e da lua altere radicalmente o
movimento de rotação do eixo da terra. A atração que esses dois astros exercem
conjuntamente é, contudo, suficientemente forte para obrigar o eixo a
"precessar", o que significa que ele bambo leia lentamente em direção
horária, oposta ao giro da terra.
Esse importante movimento é a assinatura
característica de nosso planeta no sistema solar. Quem quer que já tenha um dia
jogado um pião deve poder compreender esse fato sem muita dificuldade. O pião,
afinal de contas, é simplesmente um outro tipo de giroscópio. Em giro completo
sem interrupção, ele permanece na vertical. Mas, no momento em que o eixo é
desviado da vertical, ele começa a exibir um segundo tipo de comportamento: um
bamboleio lento e obstinado, invertido, em volta de um grande círculo. Esse
bamboleio, que é uma precessão, muda a direção em que o eixo aponta, enquanto
se mostra constante em um novo ângulo inclinado. Uma segunda analogia, de
enfoque um tanto diferente, pode ajudar a esclarecer ainda mais o assunto: Suas
ordens, por conseguinte, eram de não se meter em sua rotação axial, mas
transmitir a ela o outro movimento: o bamboleio no sentido horário denominado
precessão. Se quiser, você pode pensar nisso como um dos mecanismos básicos do
sistema solar ou, se preferir, como um dos mandamentos fundamentais, da
vontade divina.
No processo, pouco a pouco, enquanto você
lentamente passa o eixo prolongado pelos céus, as duas pontas apontarão para
uma estrela após outra nas latitudes polares do hemisfério celeste sul (e, às
vezes, claro, para o espaço vazio), e para uma estrela após outra nas latitudes
polares do hemisfério celeste norte. Estamos falando aqui sobre um tipo de
dança de cadeiras entre as estrelas circumpolares. E o que mantém tudo isso em
movimento é a precessão axial da terra — um movimento impulsionado por
gigantescas forças gravitacionais e giroscópicas, um movimento regular,
previsível e relativamente fácil de esclarecer com ajuda de equipamento
moderno. Assim, por exemplo, a estrela polar norte é atualmente Alfa Ursa Menor
(que conhecemos como Estrela Polar). Cálculos de computador, porém,
permitem-nos dizer com certeza que, no ano 3000 a.C, Alfa Draconis
(Dragão) ocupava a posição polar; na época dos gregos, a estrela polar norte
era Beta Ursa Menor; e, no ano 14.000 d.C. será Vega.- Extraido do livro “As Digitais dos
Deuses” - Graham Hancock, na parte V, “O Código da Precessão dos Equinócios”,
capítulo 28, “A Maquinaria do Céu”.
[2] – Profecia
Maia: O fenômeno 2012 compreende um conjunto de crenças escatológicas segundo
as quais eventos cataclísmicos ou transformadores acontecerão em 21 de dezembro
de 2012. Esta data é considerada como o último dia de um ciclo 5.125 anos
do calendário de contagem longa mesoamericano. Vários alinhamentos
astronômicos e fórmulas matemáticas têm sido colocadas como pertencentes a essa
data, apesar de nenhuma delas ter sido aceita por estudiosos importantes.
Antes de mais nada, é importante destacar que a
contagem ou conta longa não foi mantida pelos maias contemporâneos,
diferentemente do ciclo de 260 dias, por exemplo. Sua reconstrução foi feita
pelos acadêmicos e posteriormente adotou-se a teoria que posiciona o fim de um
ciclo em 2012 como teoria hegemônica tanto entre acadêmicos quanto entre maias
contemporâneos. Contudo, esta não deveria ter sido naturalizada. Isto significa
dizer que, literalmente, não temos certeza de que o tão falado ciclo de 2012
termine de fato em 2012. Pode ter terminado há anos ou ainda demorar anos para
terminar.
Na teoria mais aceita, dezembro de 2012 marca o fim
do atual ciclo b'ak'tun da contagem longa mesoamericana, a
qual era usada na América Central antes da chegada dos europeus. Embora a
contagem longa tenha sido provavelmente inventada
pelos olmecas, tornou-se estritamente relacionada com
a civilização maia, cujo período clássico durou entre 250 e 900 d. C.. Os
maias clássicos eram alfabetizados e seu sistema de escrita encontra-se
substancialmente decifrado.
A contagem longa define a "data
zero" em um ponto do passado, que marcou o fim do mundo anterior e o
início do atual, correspondente a 11 ou 13 de agosto de 3114 a. C.
no calendário gregoriano, dependendo da forma utilizada. Ao contrário do
calendário usado atualmente pelos maias, a contagem longa foi linear, e não
conjuntural, e mantida em unidades de tempo baseadas no sistema vigesimal.
Por esse meio, 20 dias correspondem a um uinal, 18 uinals (360 dias) a
um tun, 20 tuns a um k'atun e 20 k'atuns (144.000 dias)
correspondem a um b'ak'tun. Assim, por exemplo, a data maia 8.3.2.10.15
representa 8 b'ak'tuns, 3 k'atuns, 2 tuns, 10 unials e 15 dias desde a data
zero. Muitas inscrições maias têm a contagem de mudança para uma ordem mais
elevada após 13 b'ak'tuns..
Em 1957, o astrônomo Maud Worcester Makemson
escreveu que "a realização do Grande Período de 13 b'ak'tuns será da maior
importância para os maias." Nove anos depois, Michael D. Coe, mais
ambiciosamente, afirmou que o "Armageddon degeneraria todos os povos do
mundo desde a sua criação, e que no dia do décimo terceiro e
último b'ak'tun o universo seria aniquilado, no dia 24 de
dezembro de 2012 (depois revisada para 23 de dezembro de 2012)
quando o Grande Ciclo da contagem chega a sua conclusão."A questão é ainda
mais complicada por diversas cidades-estados maias empregarem a contagem
longa de maneira diferente. Em Palenque, a evidência sugere que os
sacerdotes acreditavam que o ciclo terminaria após 20 b'ak'tuns e não 13. Fontes diversas
[3] – Os ciclos do Manvantara
|
Anos mortais
|
360 dias mortais equivalem
a
|
1
|
O
KritaYuga
|
1.728.000
|
O
TetrâYuga
|
1.296.000
|
O
Dvâpara Yuga
|
864.000
|
O
Kali Yuga
|
432.000
|
A
soma destes 4 Yugas constitui um Mahâ Yuga,
com
|
4.320.000
|
Setenta
e um Mahâ Yugas formam o período do reinado de um Manu
|
306.720.000
|
Os
reinados de quatorze Manus compreendem a duração de 994 Mahâ Yugas, ou
|
4.294.080.000
|
Acrescentem-se
os Sandhis, ou seja, os intervalos entre os reinados dos Manus, intervalos
equivalentes a seis Mahâ Yugas, ou...
|
25.920.000
|
O
total dos reinados e interregnos dos quatorze Manus é de 1 . 000 Mahâ Yugas,
perfazendo um Kalpa, isto é, um Dia de
Brahman
|
4.320.000.000
|
Como
uma Noite de Brahman tem igual
duração, um Dia e uma Noite de Brahman contém
|
8.640.000.000
|
360 de
tais Dias e Noites de Brahman constituem um Ano de Brahman, que se eleva a
|
3.110.400.000.000
|
100
destes Anos formam o período completo da Idade de Brahman, isto é, o MahâKalpa ou a duração de um
Universo.
|
311.040.000.000.000
|
Fonte: “A Doutrina Secreta” – Helena Blavatisky
[4] - Da Revista
Scientic American – BR, no. 29; sobre “O Panorama da Teoria das Cordas.”: “Vemos apenas um conjunto de leis,(...)
simplesmente porque não conseguimos enxergar mais longe. Em nosso cenário,
aquilo que vemos como o Bing Bang, que deu início a nosso Universo, não foi
mais do que um salto mais recente para uma nova configuração. Um dia –
provavelmente muito distante para que nos preocupemos com ele - esta parte do
mundo pode vir a vivenciar outra transposição deste tipo.”