“Acautelai-vos dos falsos profetas,
que vem até vós com vestes de ovelhas, mas por dentro são lobos
vorazes.”
Palavras
atribuídas ao mestre Jesus de Nazaré,
em
“Mateus”, 7:15, no livro “Novo Testamento” do grego Kata Mapkon;
Em sessão tumultuada
por protestos e com os votos mínimos necessários, o deputado evangélico Marco
Feliciano (PSC-SP) foi eleito nesta quinta-feira presidente da Comissão de
Direitos Humanos da Câmara. Além de presidente da igreja Tempo de Avivamento e
contrário ao casamento gay e ao direito ao aborto, o parlamentar é uma figura
polêmica, alvo de processo por estelionato no Supremo Tribunal Federal, acusado
de ter faltado a um evento pelo qual recebeu pagamento. Também responde a ação
no STF por homofobia: foi denunciado no início deste ano pelo procurador-geral
da República, Roberto Gurgel, que considerou discriminação uma das mensagens de
Feliciano no seu Twitter, que dizia: “A podridão dos sentimentos dos
homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição”.
Um vídeo que circulou na internet mostra o pastor numa pregação pedindo o cartão de crédito de um fiel e cobrando que forneça a senha. “Samuel de Souza doou o cartão, mas não doou a senha. Aí não vale. Depois vai pedir milagre para Deus. Deus não vai dar, e vai dizer que Deus é ruim”, é a fala do deputado no vídeo. Leia
Não que esse cara
não mereça ser presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, ou que não
possa ser um deputado e/ou o presidente da igreja Tempo de Avivamento (seja lá
o que isso signifique), o que ele não merece mesmo é ser um cidadão brasileiro.
O Brasil é um país
laico e isso é muito bom – pelo menos em tese - pois são poucos os atos explícitos
de intolerância religiosa. Mas, no caso, Marco Feliciano não se enquadra em
intolerância religiosa e sim em estelionato e falsidade ideológica, quando usa
o nome de Deus (seu fiel depositário, pelo menos no momento em se autonomeia pastor
de uma igreja e fala em nome de Deus) para realizar atos ilícitos – e entendemos
aqui, que “fiel depositário”, carrega o mesmo conceito que o Direito tem em
relação a esta expressão, ou seja: o indivíduo
a quem a Justiça confia um bem, para que zele por ele – por um período
determinado, mas sem prazo pré-determinado - sob pena de prisão caso não o faça.
Esse cara é a figura
encarnada do Senhor das Moscas* - aquele que tanto apavora as próprias religiões
evangélicas. É o próprio Satã, travestido em pastor, ao vivo, a cores e com
todos os odores sulfurosos possíveis e indesejados. E não é coisa da “imprensa-conservadora”,
ou “golpista”, confira no vídeo: clique aqui.
Assistindo o vídeo,
a primeira sensação que tive foi de nojo, a segunda de revolta, em saber que
esse cara, lá no Parlamento brasileiro (putz!), é o representante dos desejos e
anseios de uma parte da nossa sociedade, a qual, cinicamente, ilude. A mídia
oficial não pode reproduzir aquilo que eu - e tenho certeza que muitos - ao final
deste vídeo tiveram vontade de gritar num desabafo comum a qualquer humana
criatura, independente de suas crenças religiosas: Filho da puta!...
achei melhor “riscar” o palavrão, pois acho que a mãe dessa criatura já carrega
o peso de tê-lo parido... é melhor, eu, engolir o desabafo.
PSC – O Ser Humano em Primeiro Lugar! Que partido é esse que tem entre seus filiados uma
criatura como Marco Feliciano? E ainda usa o símbolo primitivo do cristianismo
- o peixe estilizado? Com certeza segue a saga do imperador Constantino, que em
313, vislumbrando que o monoteísmo dos crentes cristãos poderia render-lhe,
politicamente, bons frutos, reconheceu o Cristianismo como uma religião do
Império e concedeu a liberdade religiosa aos cristãos. A Igreja poderia então, possuir
bens e receber donativos e legados. Mas, convenhamos, decorridos mais de 1700
anos, já passou a hora de mudar... pelo menos o símbolo. - cDantas -
Nota de rodapé:
Senhor das Moscas – Beelzebuth
(deformação do nome de uma divindade filisteia
ou cananeia; Baal Zebub ou Baal Zebul ou vulgo Belzebu, Príncipe dos Demônios,
Senhor das Moscas e da pestilência, Mestre da Ordem) é conhecido
principalmente como O Terceiro dos Três. Tem essa nomeação por ser o terceiro
demônio mais poderoso do inferno, curvando-se somente perante Lúcifer e o
próprio Shaitan, de Tenebras. Baalzebub é uma entidade amalgamada de outras
duas poderosas entidades conhecidas da mitologia Cananéia e Fenícia: o deus Baal
ou Bael, senhor dos trovões, agricultura e fertilidade. Também associado à
morte e crueldade; Zebub, o deus das moscas e da pestilência.