*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

terça-feira, 30 de abril de 2013


"Esse é o meu ofício. Não tenho porque ter vergonha.
Ganhar dinheiro não é errado"
ZEZINHO - Garçom do Senado sobre salário de R$ 14.600

Nenhum programa de humor me provocou mais risos na semana passada que a história protagonizada por um senador e um garçom, ambos de Tocantins. O senador João Costa, do Partido da Pátria Livre (PPL), preparou um discurso de 14 páginas sobre o aborto. Ao chegar à tribuna, uma surpresa: o plenário estava vazio. Que fazer? Como falar para cadeiras, ainda mais em sessão transmitida pela TV Senado? Em vez de cancelar o discurso, ele decidiu sentar-se no lugar do presidente e recriou a realidade, encenando uma sessão patética. O senador João chamou o garçom Johnson Alves Moreira para fazer figuração. Não sabemos se Johnson posou de senador falso por pena ou se ganhou uma gratificação de João. Deveria. Johnson ficou em pé por meia hora, mexendo a cabeça em tom de aprovação, com a câmera focando em sua calvície e suas costas, numa tentativa de dar credibilidade às palavras do senador. João abriu o discurso assim: “Senhor presidente, senhores senadores, senhoras senadoras, senhores e senhoras presentes, e aqueles que acompanham esta sessão pela rádio e TV Senado...”. Na plateia, só Johnson.

A história foi relatada em detalhe pela repórter Maria Lima, do jornal O Globo - Leia na íntegra. A foto também é assinada por ela. Um pequeno texto primoroso, por expor o ridículo de uma Casa que paga regiamente senadores para não fazer nada ou quase nada, além de queimar nosso dinheiro na fogueira das vaidades. Segundo o relato, o “garçom-senador virou motivo de piadinhas dos seguranças, que sugeriram que ele fizesse um aparte”. Johnson disse ter gostado da “experiência”. Ruth de Aquino leia na íntegra, o texto da Ruth.

Talvez, por isso, um garçom custe tão caro, às Casas do nosso Congresso. Mas essa paródia, digna das velhas chanchadas da Atlântida Cinematográfica, já correu mundo. Nos EEUU o presidente Brack Obama, quando soube do ocorrido declarou: “Aqui esse cara já teria sido preso, acusado por crime de lesa-pátria; em Madrid, o rei Juan Carlos afirmou “... nem Dalí teria pintado algo tão surreal”; na Ilha, Fidel, depois de um discurso de quatro horas, finalizou: “Se trata de Brasil, superando siempre. Un ejemplo para América Latina  e  em Lisboa, Passos Coelho – primeiro ministro de Portugal - exclamou: “É bestial!

Cristina
-“Me quiero ir”, teria afirmado Hernán Lorenzino, Ministro da Economia da Argentina, pedindo socorro e fugindo de uma entrevista ao ser perguntado sobre a verdadeira inflação no país. Sem perceber que o áudio ainda era gravado, disse para a repórter – de um jornal grego - que não iria respondê-la porque "é um tema complexo". Leia

-¿Por qué no te callas?  - teria dito Cristina Patalógica.

O dpeQ&M (1) tentou contato com a jornalista grega e também com a Casa Rosada, para confirmar esse imbróglio, mas até o fechamento desta postagem não houve retorno da jornalista e muito menos da rubra Casa argentina. Porém muito não iria adiantar, pois nesta redação, mal a gente entende o português, imagina o espanhol portenho? E o “Grego”, mais próximo que conhecemos, é o “dono e proprietário” – e ele faz questão desse título - do “Delícias de Atenas”, um restaurante especializado em comidas baianas. Em verdade, o “Grego”, nasceu em Brotas de Macaúbas, Chapada Diamantina, na Bahia; e tem, em sua certidão de nascimento, o curioso nome de Altamirando José Neto Filho; e, tal qual nós, obreiros deste blog, mal fala ou escreve o português do Brasil. (1) - dpeQ&M - Departamento de Pesquisas Aleatórias do Q&M.

Tirando um sarro 1 - Um abridor de lata, parte de uma obra do artista Ivens Machado em exposição no Museu de Arte do Rio (MAR), foi furtado quinta-feira (25). A informação foi confirmada pela polícia e pelo museu nesta sexta-feira (26). Câmeras de segurança registraram o crime em que aparece o autor. A instalação móvel de arte contemporânea é uma tela quadriculada com um suporte, onde ficava pendurado o abridor de lata. O caso foi registrado na 4ª DP e será encaminhado para a Delegacia de Roubos e Furtos. Em nota, a assessoria de imprensa do museu informou que o "MAR entende que qualquer furto, seja qual for a motivação, deve ser tratado como tal. No entanto, o Museu acredita que pode não ter havido dolo na ação, tampouco a intenção de roubar uma obra de arte. Afinal, o público da mostra é constantemente convidado a interagir com os trabalhos expostos". Ainda de acordo com o comunicado, o proprietário da obra explicou que o "abridor em questão não era o original da peça criada em 1973. Por diversos motivos, como o processo natural de oxidação do material, o objeto já foi substituído outras vezes. No MAR, o abridor foi prontamente reposto, sem qualquer dano artístico ou material ao trabalho". Leia

Tudo bem né, pois de acordo com Ivens Machado, dono da obra, “O ‘abridor’ não era o original da peça criada em 1973... o objeto já foi substituído outras vezes”. Se, segundo a administração do  Museu, “o público da mostra é constantemente convidado a interagir com os trabalhos expostos”, então faltou criatividade: que tal um isopor, com algumas garrafinhas de cerveja, pra reforçar essa interação pública?

Tirando um sarro 2 - Mario Vargas Llosa, abriu na noite de quarta-feira (17), a edição 2013 do ciclo Fronteiras do Pensamento com uma conferência sobre a banalização da cultura. O Prêmio Nobel falou durante uma hora, no teatro Geo, em São Paulo, sobre o tema "A Civilização do Espetáculo", nome de livro publicado por ele em espanhol e com lançamento previsto para setembro no Brasil. [...] Vargas Llosa disse que teve a ideia de fazer o livro quando visitou há mais ou menos dez anos uma edição da Bienal de Veneza. “Não levaria nenhum daqueles quadros para casa. E pior, tive a sensação de que estavam tirando sarro da minha cara". Leia na íntegra

Nota de rodapé: "(...) menos democracia, às vezes, é melhor para organizar uma Copa do Mundo. Quando você tem um chefe de Estado muito forte que pode decidir, como talvez Putin possa fazer em 2018... é mais fácil para nós, organizadores. (...) A principal batalha é num país onde a estrutura política é dividida, como no Brasil" - JÉRÔME VALCKE Secretário-geral da Fifa.

Gente o cara tá carente... dá uma pena danada. Seu Valcke... bota “dividida” nisso, mas preocupa não, a gente entende.