“Acredito que a caxirola faz parte não só do
futebol, mas da imensa capacidade do nosso país de fazer um instrumento muito
mais bonito que a vuvuzela”
Dilma
Rousseff, ao lançar a caxirola.
A delgada
federal, Helô, no exato momento em que era comunicada
sobre
a legalização do tráfico de médicos para o Brasil. |
No encontro com a Frente Nacional de
Prefeitos, a presidente Dilma foi enfática na defesa da importação de médicos
da Espanha e de Portugal. Sobre a resistência dos sindicatos, disse que “é uma
briga que vale a pena ser enfrentada”.
Ilimar Franco – O Globo
Opção1
- Com o dinheiro que ganhou limpando
sapatos de juízes, desembargadores e advogados, o engraxate Joaquim Pereira, de
24 anos, acaba de se formar em direito em uma instituição particular de Goiânia.
Mesmo com o diploma em mãos, ele não abandonou o ofício que aprendeu quando era
criança e que lhe rende cerca de R$ 2 mil por mês. Agora, o objetivo é se preparar
para passar no Exame da OAB e, depois, continuar estudando para ser promotor de
Justiça. “Não quero ser qualquer profissional”, ressalta. Até lá, o jovem
comunicativo e bem-humorado continuará cativando seus clientes como engraxate
nas ruas do centro da capital. Sem deixar a vaidade de lado, já que uma das
suas peculiaridades é trabalhar sempre bem vestido, com calça, camisa e sapatos
impecáveis. Leia
Opção2
- Ela tem 21 anos, é recém-formada em
letras pela Universidade Federal de São Carlos, exibe em tatuagens pelo corpo
frases de Guimarães Rosa e Manuel Bandeira, adotou como pseudônimo um nome que
faz referência a um personagem do escritor russo Vladimir Nabokov e assume, sem
problemas, ser garota de programa. Gabriela Natália da Silva, ou Lola
Benvenutti, mantém um blog em que escreve contos baseados nas
experiências com seus clientes e chama a atenção ao tentar quebrar o tabu do
sexo. “Sempre gostei de sexo, então tinha um desejo secreto de trabalhar com
isso e não há nada mais justo, faço porque gosto”, afirmou em entrevista
ao G1. A realidade de Gabriela sempre foi diferente da vida de uma parcela
das garotas de programa que são universitárias e optam por se prostituir para
manter as despesas com os estudos. [...] O site recebe cerca de duas mil
visitas por dia e é nele que Lola posta sua rotina como prostituta. Leia
O descaso por algumas profissões no Brasil é
gritante. Lideram a lista os professores, mas depois da política do governo, para
“legalização do tráfico de médicos” - que talvez seja mais um caso para a
delegada Helô – a coisa desanda. A opção do engraxate Joaquim Pereira, faz
sentido e deixa bem clara essa situação. Quanto aos médicos... bem, aqueles que
se sentirem prejudicados pela concorrência do tráfico internacional de médicos,
resta-lhes a Opção2, da Gabriela, vai
que...! Mas é bom lembrar: o Brasil não anda precisando importar
médicos, precisa sim de hospitais decentes, para que os doutores, nativos, possam
trabalhar honestamente.
Nota de rodapé: Semana
passada, em uma entrevista a Joaquim Ferreira dos Santos, o cirurgião plástico Ivo Pitanguy, quando
perguntado, sobre “uma mulher bonita”, ele não vacilou e mandou, na lata: “Giovana
Antonelli, o rosto dela é perfeito”. Como dizia minha vó, Da Elizabeth,
a primeira e única - pelo menos por parte de mãe: Quem pode, é! O resto se engana no Photoshop.
Literatura em pílulas - Editoras desmembram o livro para vendê-lo em textos
curtos, na forma digital e em papel antes que o livro morra, como os
apocalípticos apostam que ocorrerá, o mercado editorial resolveu fazer
picadinho dele. Há picadinho de papel e picadinho digital, ambos a preços
camaradas. No rastro de uma tendência iniciada no exterior, editoras brasileiras
começam a desmembrar títulos e vender apenas um conto, um ensaio ou outras
narrativas curtas. Sim, você já viu esse filme, quando, há quase uma década, a
indústria fonográfica passou a oferecer faixas separadas de seus álbuns. O
princípio dos editores é quase o mesmo - os arquivos digitais dos e-book também
agilizam o processo industrial de produção-, mas no mundo livreiro a ideia foi
transposta ao formato físico. Pelo menos duas grandes editoras, L&PM e
Companhia das Letras, lançaram, em papel, coleções de narrativas breves, em
geral retiradas de títulos de seus catálogos.
A praticidade das plataformas móveis também é apontada
como um trunfo por Fabio Uehara, que cuida dos projetos digitais da
Penguin-Companhia das Letras. Em abril, a editora começa a vender, por R$ 7,50,
e-books da coleção Grandes Ideias, de ensaios consagrados. Textos curtos são
ainda o foco do projeto digital da editora Objetiva, em fase de implantação,
coordenado pelo jornalista Arthur Dapieve. Ele conta que os e-books terão em
torno de 30 mil palavras, ou cerca de 50 páginas de um livro tradicional. "Textos desse tamanho são curtos demais para
serem publicados em livro e muito grandes para serem publicados em jornal. Há
aí uma lacuna, que pretendemos preencher", relata Dapieve. "Temos de explorar as possibilidades do
digital, fazer diferente do impresso. Seria impossível vender só um conto no
papel", diz o diretor editorial da “34”, Paulo Malta. Leia
Taí uma boa ideia e tomara que dê certo. Mas seria bom
que os livreiros não se empolgassem muito com os preços. Por enquanto, é bom fazer
bem essas contas, pois dependendo do livro, é melhor compra-lo na livraria, por
inteiro. Mas o conceito da literatura em pílulas é genial e vamos torcer pelo
seu sucesso, até porque livro tá caro pra caramba.
Nota
de rodapé: Depois que as indústrias fonográficas instituíram a opção
de comprar faixas separadas de seus álbuns, nunca mais comprei um cd. Baixo o que
quero - e de quem quero - pelo iTunes, a um preço médio de U$ 1,00, por música
– e, pelo menos no iTunes, a qualidade é bem melhor que o mp3 que rola por aí –
mas é preciso tomar cuidado, pois o formato das músicas do iTunes (acc), pode
não ser reconhecido pelo seu player.
A Caxirola
insurgente: A “revolta da caxirola” ocorrida no primeiro tempo do Ba-Vi [jogo entre o Bahia e o Vitória, em
Salvador], do último domingo não deverá
ficar impune. Nesta segunda-feira, a Polícia Militar (PM) anunciou que irá
punir os torcedores que atiraram no gramado o instrumento criado por
Carlinhos Brown para ser utilizado na Copa das Confederações deste ano e na
Copa do Mundo de 2014. Leia mais.
Segundo minha amiga Cacau, o movimento começa a tomar
força Brasil afora. Lá na Capital já se fala em “Caxilore o Congresso Nacional”,
em analogia ao “Occupy Wall Street” (setembro de 2011) - movimento de protesto contra
a desigualdade econômica e social, a ganância, a corrupção e a indevida influência
das empresas, no governo dos Estados Unidos - que ocupou o Zuccotti Park, em Manhattan,
NY. Me perdoem o lugar comum, mas imagine uma “revolta da caxilora”, na Copa?
“Foram sete dias
sem voltar para casa. Na quarta-feira, eu e três policiais desembarcamos de um
blindado. Estávamos em campo aberto e ficamos num fogo cruzado, tomando tiro de
um lado e granada de outro. Fui atingida por estilhaços no tornozelo. O rádio
não pegava, a munição estava acabando e o blindado quebrou e não podia nos resgatar.
Mas no tiroteio não dá tempo de ter medo, senão você congela. Felizmente outro
blindado nos pegou. Fui a um hospital, tirei sete estilhaços e voltei. A
ocupação foi no domingo”.
Relato sobre um momento da Guerra na Síria? Cenas de
um conflito entre o exército de Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza? Não é a
descrição de como foi a ocupação da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão – por Flávia Louzada, cabo do 22º BPM da
Maré, em (trecho) da entrevista a Mauro Ventura, para Revista O Globo
(21.04.13).