*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

terça-feira, 18 de junho de 2013

 “A grande novidade nas festas juninas deste ano deve ser o casamento gay na roça. As quadrilhas vão continuar do mesmo jeito!”
Tutty Vasques

Navios da Marinha brasileira
aguardando ordens para invadir São Paulo, pelo rio Tietê 
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse nesta quinta-feira (13) que o governo federal está "à disposição" para cooperar "no que for necessário" com o governo de São Paulo na contenção da série de protestos dos últimos dias na capital paulista. O governo federal está à disposição para aquilo que for necessário e for solicitado pelo governo do Estado de São Paulo ou por qualquer governo que acredite que nós possamos lutar nessa área, disse Cardozo. Leia

Mas as autoridades de segurança pública de São Paulo reiteraram que a Polícia Militar está capacitada a lidar com protestos, qualificando de desnecessária a ajuda oferecida pelo ministro da Justiça. Se pra dar porrada eles não precisam de ajuda.

Ainda bem que as tais autoridades de segurança pública de São Paulo não aceitaram a ajuda. Que tipo de apoio o governo federal daria numa hora dessas? Um esquadrão de tanques do exército, para interditar a Paulista? Uma esquadrilha de caças F-5EM da FAB, para pulverizar gás de pimenta sobre São Paulo? Os manifestantes agradecem a Cardozo, mas se é pra levar porrada, a PM paulista já faz isso muito bem e não precisa de ajuda. 

Momento em que o representante da CBF
recebe, da Fifa, o “Código de Conduta”.
Quem comprou ingresso para a Copa das Confederações “concorda e reconhece que leu, entendeu, aceitou e observará o Código de Conduta no Estádio”, uma espécie de bula da Fifa para você torcer com segurança, sem riscos de efeitos colaterais desagradáveis. O livreto de 22 páginas com letrinhas de contrato de garantia ao consumidor nos ensina a viver sem xingamentos, manifestações de racismo ou hostilidades de qualquer tipo, cada um no seu quadrado, razoavelmente sóbrios e sempre solícitos às abordagens de identificação ou revista pessoal.

O combinado é NÃO atirar objetos, iniciar incêndios, fazer muito barulho ou xixi na tábua, fumar, subir na marquise, invadir o campo, “utilizar bandeiras para qualquer outro fim que não seja amigável”… Em resumo, fica terminantemente proibido “incomodar ou prejudicar qualquer pessoa de qualquer maneira”! Se der certo na Copa das Confederações, bem que se podia tentar algo parecido na Avenida Paulista, né? Tutty Vasques

Não é melhor ficar em casa e assistir tudo pela televisão; poder fazer xixi na tábua; fumar o cigarrinho que você quiser; subir no sofá; gritar a vontade; invadir a cozinha atrás de um tira gosto e pendurar a bandeira na janela do seu apartamento e até botar fogo nela se assim o desejar.  Só não entendi o “fazer muito barulho”!? Mas este manual tem outra falha. Aliás uma grande falha. Em média são umas 50 mil pessoas por arena nos dias de jogo. Como nas arenas a bebida tá liberada geral, o Brasil perdendo ou ganhando a Copa, vai ficar difícil encontrar consenso nessa turma em reconhecer que “leu, entendeu, aceitou e observará o Código de Conduta no Estádio”.

O Flamengo concluiu esta semana a desocupação do prédio do Morro da Viúva, que será transformado num hotel cinco estrelas, de Eike Batista, até 2016. Foram 14 meses de negociações.
O advogado do Fla, Armando Miceli, conta que a última moradora a aceitar sair foi uma senhorinha de uns 90 anos, que há 50 morava ali.
Ancelmo Gois para O Globo

Só não entendi o seguinte: O grupo EBX, do empresário Eike Batista, colocou à venda o Hotel Glória, no Rio de Janeiro. O tradicional hotel foi adquirido em 2008 por R$ 80 milhões. Em 2010, o grupo iniciou reformas no hotel, rebatizado de Glória Palace, e o integrou à REX, braço imobiliário da EBX. Oficialmente, desde o início do ano o grupo procurava um parceiro para operar o Glória. Como não fechou negócio, optou por colocar o hotel à venda. Procurada, a EBX informou que "está em adiantada negociação com a bandeira hoteleira que entrará como sócia e deverá realizar adaptações no projeto do Gloria Palace". Leia

São empreendimentos vapt vupt? Ou é só vapt? Mas fica a pergunta: Você compraria um hotel cinco estrelas da REX? E com duas estrelas? Nem um cachorro?... A coleira da Luma? A Luma?... Tá certo, nem eu... Se bem que quando falei na Luma teve gente que se agitou na cadeira.  

Ilustração extraída do Facebook “Sou Designer”
O que distingue a época em que eu corria dos PMs montados a cavalo nas ruas centrais do Recife, desta quando escrevo sobre os jovens vítimas da violência da PM de São Paulo, é que há 45 anos vivíamos sob o tacão da ditadura militar inaugurada em  março de 1964 e só concluída formalmente em março de 1985. De resto, agora como antes, o que os jovens tentam fazer é somente política. E nada mais. [...]. Ainda é assim. Talvez ainda seja assim por muito tempo. Talvez esteja deixando de ser assim. É cedo para saber. E, no entanto...

No período de apenas uma semana, alguns milhares de jovens marcharam pelas ruas de uma dezena de cidades protestando contra o aumento das passagens de ônibus, os milionários gastos públicos com a Copa do Mundo, e o Estatuto do Nascituro.

Foram recepcionados com bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta, balas de borracha e policiais furiosos capazes de baixar o cacete em quem apenas a tudo assistia assustado. Pouco importa que os jovens disparem suas exigências em todas as direções sem  priorizar nenhuma, que careçam de líderes amadurecidos, e que acolham em seu meio uma minoria de baderneiros e de vândalos.
Desde quando foi diferente no passado? Somente a experiência ensina. E não há porque imaginar que os jovens de hoje não aprenderão.

Por mais legítimo que seja, o poder existe para ser contestado. Se não for pode virar tirania.
A natureza do poder é conservadora.
A natureza da rebeldia é destrutiva.

O progresso social e humanístico é filho legítimo do eterno confronto entre a rebeldia e o poder.
Que assim seja! Ricardo Noblat - Leia na íntegra.

No inferno os lugares mais quentes são reservados
àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise.
Dante Alighieri – O Inferno, A Divina Comédia.