“Se auxílio-alimentação é para alimentar, como
pode ser pago retroativo a nove anos, a pessoas vivas e, ainda, com altos
salários?"
Senador
Cristovam Buarque, sobre o auxílio aos ministros do TCU
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves,
defendeu, em seu perfil no Twitter, que a Caixa Econômica Federal patrocine os
times do Rio Grande do Norte ABC e América. Henrique Alves contou que fez o
pedido ao próprio presidente da Caixa, Jorge Hereda, recentemente desgastado no
episódio dos saques antecipados do Bolsa Família. Leia
Enquanto Isso: Um aluno com déficit de atenção do quinto ano da
Escola Municipal Professor Augusto Cony, na Taquara, Zona Oeste do Rio, fazia
seus exercícios de matemática em casa quando erros na apostila chamaram a
atenção do seu primo mais velho, Rodrigo de Alencar, de 26 anos, que o ajudava
nas tarefas. Na página 11, da MP5 do 2º bimestre — como o material didático é
nomeado — uma tabela com estados da Região Nordeste ensina que Belém é a
capital de Pernambuco, que Manaus é a capital da Paraíba e que este estado é
representado pela sigla PA, em vez de PB.
Mãe da criança, Silvia Alencar, de 43 anos, afirma que
esta não é a primeira vez que o material didático distribuído pela Prefeitura
possui problemas de informação e editoração. "Os erros são constantes. No ano passado, a professora chegou a pedir
para os alunos apagarem palavras da apostila com liquid paper ou então para
pularem a matéria. Sei que não é um problema da escola, que tem professores
muito competentes. O problema é que o governo não está nem aí para nada. Não
existe filho de nenhum deles [governantes] estudando no Brasil. Vão para o
exterior estudar e voltam para sacanear o povo", reclama indignada. Leia
Mas não se afobe, tem mais: “Alunos de pelo menos quatro cidades da região
metropolitana de São Paulo estão sem livros didáticos até agora, às vésperas do
fim do primeiro semestre. A União Nacional dos Dirigentes Municipais de
Educação ainda apura quantos estudantes foram atingidos. Os municípios acusam o
governo do Estado de São Paulo de não liberar os livros. A Secretaria Estadual
de Educação, por sua vez, garante que a culpa é das cidades. O problema [...], ocorre
com a distribuição da reserva técnica, volume extra de livros encaminhado pelo
MEC para suprir a quantidade de alunos não mensurada no ano anterior. Pela
regra, essa reserva é enviada ao governo de cada Estado, que deve organizar a
distribuição”. Leia
A culpa disso tudo, com certeza, é do aluno, um chato,
mimado, que só faz desestabilizar as metas do governo... mas é melhor esquecer
esses dessabores éticos é acompanhar os lances futebolísticos do campeonato
rio-grandense do norte. Lá, eu sou América desde os tempos de meu avô Arary... mas
aí é assunto de pra outra prosa.
Afinidades – “Às vezes tenho a impressão de que a imprensa está
exilada dentro de meu País. Quando nós criticamos eles dizem que estão sendo
atacados. Quando nos atacam, falam em democracia”. Lula em discurso recente (17/05), na Argentina
“Se a imprensa difama, desinforma e ataca um
presidente é liberdade de expressão. Se o presidente responde é atentado à
liberdade de expressão. Uns são mais livres que os outros ?” Trecho do discurso de posse do
presidente Rafael Correa – Equador - em 24/05.
Resta saber quem pensou primeiro! Ou é genético?
A agência de classificação de risco Standard &
Poor's rebaixou a perspectiva do rating de longo prazo em moeda estrangeira BBB
do Brasil para negativa. A perspectiva do rating de longo prazo em moeda local
A- também foi rebaixada para negativa, de estável. A agência justificou o
rebaixamento diante do crescimento fraco do País, do ‘investimento
declinante do setor privado’ e da deterioração da política fiscal do governo. Leia
Já para o Ministro de
Desenvolvimento, Indústria e Comércio, a
coisa é bem diferente: “Nós estamos
bombando. Não há nada grave na economia. Passou a tempestade” - Fernando
Pimentel, Ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Ilimar Franco para O Globo.
O Pimentel deve ser tipo um Afif Domingos – que as
vezes é vice-governador de São Paulo e outras é ministro chefe da Secretaria da
Micro e Pequena Empresa. Pimentel deve
exercer as funções de Ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio no
Brasil, mas também exerce funções idênticas, em um Ministério semelhante, em um
mundo paralelo. Assim como acontece na série Fringe(1). Assim que a
gente descobrir esse mistério contaremos pra vocês.
Em tempo: minha amiga Cacau, alerta que bombando, no sentido literal do termo, significa jogar bombas,
destruir, detonar, causar danos, destruições. E que a fala, do Pimentel,
analisada sob este aspecto, é coerente.
(1). Fringe é um drama que explora a tênue linha
entre a ficção científica e a realidade. Dois mundos semelhantes (Universos?)
que vibram em dimensões diferentes, começam a se sobrepor em função de um
acidente, provocado sem intenção, por um cientista, na zona de fronteira vibratória
das duas realidades,. São cinco temporadas. No Brasil já chegou a quarta, a
qual acabei de ver esta semana. Embora ainda esteja tentando entender a
primeira temporada eu gosto muito da série, principalmente da Olivia Duham,
Agente da divisão Fringe do FBI. Até o momento ainda não vi o Pimentel por lá.
Quem sabe ele aparece na quinta temporada?
De repente me vi no centro do Brasil. Vim fazer uma
apresentação em Uberlândia e, misteriosamente, entre cidades brilhando na noite
de céu claro, apenas Uberlândia estava sob neblina tão densa que o aeroporto
estava fechado. Tivemos de aterrissar em Uberaba. As cidades trazem à cabeça o
prefixo "uber" com o qual, é claro, seus nomes nada têm a ver, sendo
Uberaba palavra indígena que, vejo no Google, significa "água cristalina"
Em outra busca, "água brilhante" Lembrei-me logo de um amigo
paraguaio que vive na Bahia e está sempre nas festas de Santo Amaro. Ele me
corrige a pronúncia de Ypacaraí na gravação que fiz dos "Recuerdos"
para o disco "Fina estampa": o Y guarani é pronunciado como um U
francês, só que com os lábios menos arredondados. É um U francês com menos
bico. Esse U é a água, "beraba" é que é "brilhante" No
lugar onde achei "água brilhante" o nome da cidade vem descrito como
tendo se originado do tupi Y'beraba. A gente sempre soube que I, em tupi, é
água. Esse Y deve ser uma vogal intermediária entre o I e o U, como no guarani
paraguaio. Caetano
para O Globo em 02.06
Uberaba não merecia isso. Parodiando o mestre Djavan:
É mais fácil aprender japonês em braile do que entender os escritos de Caetano.
A Câmara dos Deputados conclui na noite desta
terça-feira (4) a aprovação do projeto de lei que permitirá a criação de 400
novos municípios. O texto regulamenta a Constituição ao estabelecer regras de
incorporação, fusão, criação e desmembramento de municípios e determina que
distritos poderão se emancipar após a realização de um plebiscito. O projeto foi proposto em 2008 pelo Senado, mas como
foi alterado pelos deputados, volta agora para revisão final dos senadores. Se
aprovado, segue para sanção ou veto da presidente Dilma Rousseff. Leia
A revista IstoÉ da semana passada, publicou, sob o
titulo “A Aberração da Fábrica de Novos Municípios”, uma reportagem sobre o
assunto, do qual extraímos o texto seguinte: “Pela ideia a ser colocada em
discussão, distritos e povoados com mais de oito mil habitantes poderão se
habilitar ao status de município, necessitando apenas de uma aprovação através
de plebiscito com a população local. Há pelo menos 410 cidades na fila que
preenchem o requisito. Ocorre que a quase totalidade delas não terá condições
sequer de sobreviver à base de arrecadação de impostos locais. Deverão ser
bancadas pelo Fundo de Participação dos Municípios (FPM), onerando pesadamente
a conta da Federação e, por tabela, do contribuinte brasileiro. Para se ter uma
ideia, no período entre 2001 e 2010 foram criadas 58 prefeituras que provocaram
a abertura de 31 mil novos cargos públicos e espetaram uma dívida de R$ 1,3
bilhão no FPM”. Leia na íntegra
“...determina
que distritos poderão se emancipar após a realização de um plebiscito”. Aí que mora o perigo. Realizar plebiscitos em
zonas carentes de tudo, principalmente de informação, é semelhante a obter confissão
de um preso, sob tortura. Na quarta seção de choques no pau-de-arara ele
confessa que depois que crucificou Jesus foi pra Cafarnaum comemorar em um
baile funk. Parece brincadeira, mas não é, pois pode custar mais de R$ 1 bi/ano.
Nota de Rodapé - O espanhol já tem onde cair morto: Está sendo
lançado na Funermostra, uma feira de produtos funerários em Valência, o caixão
de papelão reciclado a US$ 190 parcelado no cartão. Tutty Vasques