“Em qualquer feijoada sempre
haverá aquele grão de feijão que, independente da vontade do cozinheiro, pulará
fora da panela”. Antônio de Pádua
Trabalhadores da Petrobrás e suas subsidiárias entraram em greve na noite
desta quarta-feira, 16. Eles pedem a suspensão do leilão de Libra, o primeiro
do pré-sal sob o regime de partilha, marcado para 21 de outubro, segundo a (*)FUP. A greve, aprovada por tempo indeterminado, quer
impedir que os campos sejam gerenciados por empresas privadas. "Os petroleiros exigem a suspensão imediata
do leilão de Libra, a maior e mais importante descoberta de petróleo dos
últimos anos, que o governo pretende ofertar às empresas privadas no próximo
dia 21", diz a nota. Leia
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta
quinta-feira (17) que a presidente Dilma Rousseff assinou um decreto que
autoriza o envio de tropas do Exército para reforçar a segurança do leilão do
Campo de Libra, no Rio de Janeiro. Além das tropas do Exército, também
participarão homens da Força Nacional de Segurança, da Polícia
Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Leia
Queremos trazer o Congresso, a sociedade
civil, os movimentos sociais para fazer um debate sobre Libra. É uma área que
possui uma reserva comprovada de 15 bilhões de barris, segundo estudos internos
da ANP. É um absurdo vender isso. O governo afirma que vai investir em educação
e saúde, e que vai arrecadar R$ 15 bilhões com o leilão. Mas isso é uma gorjeta
perto da riqueza que existe no campo. A sociedade não participou do debate
sobre o tema. Nossa tentativa é sensibilizar o governo para negociar e discutir, afirmou Francisco José de Oliveira, diretor da FUP -
Federação Única dos Petroleiros. Leia a notícia na íntegra
“Muito estará em jogo nesta segunda-feira, nos 30 minutos estimados para o
leilão de Libra, o maior campo de petróleo no pré-sal brasileiro. O Ministério
da Fazenda está de olho nos R$ 15 bilhões de bônus de assinatura para melhorar
o superávit primário. A China, com três estatais, poderá estar em consórcios
diferentes porque uma das empresas, a Sinopec, associou-se à Repsol...” Por Mirian Leitão. Confira
O leilão da área de Libra... contará com a participação maciça de estatais. Das
onze companhias habilitadas, nove pertencem ao governo, incluindo a Petrobrás.
Por isso, de acordo com especialistas do setor, o certame é visto com
preocupação. Segundo eles, o fato dessas dez companhias estrangeiras serem
controladas por governos pode trazer riscos ao desenvolvimento do megacampo de
petróleo e para a Petrobras, que terá uma participação mínima obrigatória de
30% no consórcio vencedor - Leia – e o
pior é o seguinte, já cantaram a pedra que somete um consórcio, envolvendo a
Petrobras e um grupo chinês, irá participar deste, suspeito, leilão. Quem
sobreviver verá.
Nessa greve o buraco é mais
embaixo – abaixo dos 3 mil metros. O Q&M preocupado
com a profundidade deste imbróglio solicitou a Alzira Esmeralda, nossa
“taorista” e cigana oficial, um Mapa Astral de Libra, para o mês de Outubro,
que aí vai, em primeira mão: O mês de
outubro começa tenso. O Sol e logo depois a Lua nova ativam a quadratura entre
Urano e Plutão que, desde o ano passado, está exigindo mudanças profundas na
organização hierárquica que rege o mundo. É tempo de deixar de lado velhos
preconceitos ou atitudes mesquinhas que não deixaram que percebesse o
verdadeiro valor de pessoas que estão muito perto de você. Ao final, nossa amiga
Alzira, me tuita: “Fraternal compañero Dantas,
usted sabe que no creo en brujas, pero que las hay, las hay, así es bueno que
todo el mundo tenga cuidado”. Besos, Esmeralda.
A manifestação contra o uso de animais em pesquisas
científicas do Instituto Royal, em São Roque, neste sábado (19), terminou
em confronto com a Polícia Militar e a Tropa de Choque. Pelo menos quatro
pessoas foram detidas e duas foram liberadas após pagamento de fiança. Dois
jovens foram identificados como responsáveis por depredar uma viatura da
Polícia Militar e veículos da imprensa. Eles foram indiciados por dano qualificado
e ao patrimônio. Confira
Um protesto on-line pode ter efeitos mais duradouros
que um protesto físico, já que informações expostas na rede podem ficar
disponíveis para sempre enquanto danos materiais podem ser consertados. A
opinião é do especialista Anchises Moraes, que atua como analista de
inteligência em ameaças na empresa de segurança RSA. [...] Quem está na rua usa as redes sociais pra divulgar o que está na rua,
para fugir dos filtros da mídia, da censura, do controle da informação. Mas é
comum que pessoas que não estejam participando fisicamente do protesto se
aproveitem da comunicação nas redes sociais pra ajudar a divulgar, de certa
forma, o protesto, porque muita gente não participa porque não quer, porque tem
medo, ou porque não pode por morar em outra cidade, outro estado, explica
Moraes. Confira
Esta semana o Q&M dispara duas campanhas. A primeira ”Eu quero um vandalismo pra chamar de meu”, cujo o planejamento básico estratégico é o seguinte: convocar pelo face/twitter
umas pessoas afins sei lá de que. Combinar horário pra fechar uma avenida ou
rua principal do seu bairro ou mesmo da cidade e esperar a PM chegar pra quebrar
o pau (estamos abertos a sugestões). A segunda campanha
está inserida no post abaixo.
Acabou a comida na casa do presidente do Senado, Renan
Calheiros. A suspensão de uma licitação superfaturada para abastecer a
residência oficial com uma quantidade de comida suficiente para alimentar um
batalhão, no dia 2 deste mês, vem obrigando Renan, a mulher Verônica Calheiros
e os dois filhos a comer fora ou na casa de amigos desde o início da semana. A
licitação preparada pelo setor ligado à Diretoria Geral da Casa previa, entre
outros itens da boa gastronomia, 25 quilos de camarão vermelho grande, 20
quilos de frutos do mar, 1,7 tonelada de 33 tipos diferentes de carnes, sendo
100 quilos de filé mignon, além do trivial arroz e feijão. Por seis meses, a
licitação tinha um custo orçado em R$98 mil.
Mesmo assumindo que a licitação estava superfaturada pela assessoria de Renan, os R$ 98 mil por seis meses ainda está muito abaixo dos R$ 290 mil pagos pelo Senado no ano passado para abastecer a residência quando estava lá o ex-presidente José Sarney. Com residência própria em Brasília, Sarney nem ocupava permanentemente a residência oficial .
"Renan está almoçando no restaurante do Senado, pagando do próprio bolso. Sua esposa também está comendo fora. A licitação vai ser redimensionada para eliminar itens superfaturados e supérfluos. Também vai haver corte na quantidade de camarão e outros itens. A ideia é cortar mais da metade do custo antes previsto e adequar as quantidades apenas para o presidente e sua esposa. Os servidores não mais farão suas refeições no local, porque recebem ticket alimentação", informou a assessoria de Renan. O Globo
Não sei o que é pior, se a “licitação superfaturada” ou a nota da
“assessoria de Renan” justificando o injustificável. A coisa é tão absurda que
a gente fica assim meio que... sei lá.
Mas meu medo maior - tomara que não - é que, de tanto os caras
insistirem, nos acomodemos a esta esbórnia democrática, achando tudo isso muito
normal.
Para que isso tenha um “basta” é necessário uma
campanha nacional (no mesmo mote da campanha “Ser diferente é normal” - que foi
um sucesso), veiculada em todas as mídias, em todas as “alcovas, em versos e
trovas, no breu das tocas, nas cabeças, nas bocas, bem alto nos botecos, gritada
nos mercados, na romaria dos mutilados, no dia a dia das meretrizes, no plano
dos bandidos, em todos os avisos, em todos os risos, em todo o repicar dos
sinos, que o quem não tem governo, o que não tem vergonha, nunca terá”(*),
mas que mesmo assim, isso tem cura, pois Ser
corrupto não é normal. (*) Colagem sobre
os versos da música “O Que Será (A Flor da Terra)” de Chico Buarque.
Nota estatística de rodapé: O diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Oslain
Santana, terceiro na hierarquia da instituição e tradicionalmente avesso a
declarações públicas, afirma que pelo menos metade dos casos de corrupção tem
relação com financiamento de campanhas eleitorais. Ele coordenou todas as
grandes operações de combate contra fraudes em licitações, superfaturamento de
contratos e contratação de ONGs de fachada desde 2011. Confira
Faltou dizer que os outros 50% são casos de corrupção
que tem relação com aqueles que foram eleitos.
Alguém disse que “uma vida intensa abreviou sua
morte”.
Mas o que a morte perante a intensidade da vida deste
poeta?
Antônio de Pádua