*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Nas entrelinhas das biografias


A jornalista Barbara Gancia, uma das apresentadoras do “Saia Justa” e colunista do jornal Folha de São Paulo, rebateu as declarações de Paula Lavigne. Para Barbara, questionar a publicação de biografias já é uma forma de censura contra as conquistas democráticas. “Você não pode regulamentar a arte, você não pode regulamentar a palavra. Você tem que deixar fluir”, disse ela. Ainda segundo Barbara, a lei deve garantir a liberdade de expressão acima de tudo e, em caso de abusos, a Justiça entra em cena. “Se você não gosta de alguma coisa que eu escrevi, você chama seu pai e me processa”, disse a jornalista à Paula Lavigne, fazendo, em tom de brincadeira, referência ao pai da empresária, o advogado Arthur Lavigne. Leia mais e veja o vídeo

Chico Buarque - Nos anos 70 a TV Globo me proibiu. Foi além da Censura, proibiu por conta própria imagens minhas e qualquer menção ao meu nome. Amanhã a TV Globo pode querer me homenagear. Buscará nos arquivos as minhas imagens mais bonitas. Escolherá as melhores cantoras para cantar minhas músicas. Vai precisar da minha autorização. Se eu não der, serei eu o censor”.

Ana de Hollanda - Ao contrário do irmão Chico, a ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda é contra a necessidade de autorização para publicar biografias: “Afinal, sou filha de um historiador”, diz a filha de Sérgio Buarque de Holanda. Ana lembra que sua posição é antiga e que apoiou o projeto do então deputado federal Antonio Palocci que impede a censura a biografias. Ancelmo Gois/O Globo

Glória Perez - O pessoal do Procure Saber cita Glória Perez, dia sim, outro também, para justificar sua posição contra biografias não autorizadas. Glória tirou das livrarias “A história que o Brasil desconhece”, de Guilherme de Pádua, assassino de sua filha. Ontem, no seu Twitter, a querida novelista desmentiu a notícia de que tinha se oferecido para ajudar o grupo, indo a Brasília conversar com a ministra Cármen Lúcia, relatora da Adin contra a proibição. Diz ela... Ainda no Twitter, Glória manifestou seu dilema nesta questão: — Não há democracia sem liberdade de expressão e sem direitos individuais. Conciliar esses direitos é a questão. Ela também aplaudiu Joaquim Barbosa, que é contra a censura de biografias “desde que a indenização seja tão pesada quanto é nos outros países, em caso de abuso”. Ancelmo Gois/O Globo

      
Chico Buarque se manifestou nesta quinta-feira a respeito da polêmica envolvendo seu texto na coluna do jornal O Globo, no qual criticou as biografias não autorizadas e afirmou nunca ter dado entrevista a Paulo César de Araújo, autor de Roberto Carlos em detalhes. Ainda na quinta, o biógrafo respondeu com artigo, foto e vídeo comprovando que a entrevista de fato aconteceu em 1992... mas em uma carta publicada nesta quinta-feira (17), no site do jornal O Globo, Chico Buarque pede desculpas a Paulo Cesar de Araújo. L AN”publicado em O Globo.com

Eric Clapton – Em sua autobrigrafia, lançada no Brasil em 2007, recorda, dentre outros alguns causos cabeludos, histórias de Mick Jagger (que roubou sua namorada, uma modelo franco/italiana); sobre os Beatles e tantas e tantas outras celebridades ligadas principalmente à música. Porém dois affair se destacam no livro: com Carla Bruni (que era a tal modelo franco/italiana de Mick Jagger e, logo depois,  com Pattie Boyd, que se uniu a Clapton depois de sua separação do beatle George Harrison.

O relacionamento com Pattie Boyd – que foi sua musa inspiradora pelo menos em duas canções famosas Layla e Wonderful Tonight - viria a ter um triste fim: Clapton contou que em um domingo de manhã, numa banca perto de sua casa, viu que os jornais ingleses haviam publicado trechos da recém lançada autobiografia de Pattie, "Wonderful Tonight". A manchete da primeira página: "O alcoolismo de Eric Clapton destruiu meu casamento"...

Mas, o importante deste post é que, passados esses anos todos nem Mick Jagger, nem George Harrison, muito menos Carla Bruni, que anos depois (2008) se tronaria madame Sarkozy, e primeira dama da França saíram por aí recolhendo a autobiografia de Clapton. E nem mesmo Clapton fez o mesmo com a autobiografia da sua “ex” Pattie Boyd. Essa nota eu não copiei de ninguém, muito menos alguém me contou... li o livro. CDantas

Leonel Brizola - De Lyla Brizola, neta de Leonel e filha de Neuzinha, ontem no Facebook, sobre a polêmica das biografias."Como herdeira de personalidades biografáveis, estou de acordo com a Paula Lavigne. Não autorizo biografia da minha mãe ou do meu avô. Então se você está pensando em fazer livro biográfico, filme, mine-série (sic), etc sobre meu avô Leonel Brizola e minha mãe Neuzinha Brizola é necessário, sim, a minha aprovação e dos outros herdeiros," Ancelmo Gois/O Globo
                                           
Marco Aurélio Mello - Perto de ser julgado no STF, o caso sobre as biografias não autorizadas vem sendo discutido na esfera jurídica por advogados e até por ministros do Supremo. Depois de Joaquim Barbosa, declarar que considera a “liberdade total de publicação” como o ideal para o Brasil, agora é a vez de o ministro Marco Aurélio Mello declarar que o texto do Código Civil pode levar à censura prévia. “É o Código Civil de 2002, e já sob os ares democráticos da Constituição de 1988. Soube que um jurista baiano, Caetano Veloso, está excomungando uma máxima, a de que é proibido proibir. Agora, em pleno século XXI...”, disse o ministro. Acredita que a pessoa pública abdica de sua privacidade ao assumir essa condiçãoe acrescentou: “De início abdica. Mas essa é uma matéria em aberto, nós ainda vamos decidir a respeito. Não estou adiantando meu ponto de vista. Agora, o que eu sempre digo é que o homem público é um livro aberto”. Confira

Caso esse imbróglio persista ad æternum, a Bíblia corre o risco de ser retirada de circulação por algum herdeiro de Ismael, primeiro filho a Abraão – e a gente sabe que essa família é grande – alegando que o Livro contem citações que denigrem a imagem de sua mãe e a honra de sua ancestralidade.

Como todos estão cansados de saber, Sara, que era meia-irmã e mulher de Abraão (o pai da raça hebraica), também era estéril. Como queria/precisava ter um filho deu licença a Abraão para gerar um filho com sua serva egípcia Hagar (ou Agar). Hagar então gerou a Ismael, considerado pelos muçulmanos como o ancestral dos povos árabes. Depois nasceu Isaque (1), o herdeiro legítimo de Abraão, que seria o pai de Jacó, do qual nasceriam as doze tribos de Israel, formando depois a maior nação daquele tempo em matéria de prestígio e riqueza, sob o reinado de Salomão. (1) - O texto bíblico informa que Isaque nasceu de Sara e Abraão quando este já tinha oitenta e seis anos.  


É claro que essa família não poderia dar certo e o pau come solto na casa de Noca, Ops!, na casa de Abraão desde da primeira festa de Natal, onde, em um dado momento, alguém ainda sóbrio perguntou o que comemoravam, pois Jesus de Nazaré ainda não havia nascido. Era a gota de vinho que faltava pra entornar aqueles ânimos. Foi um bafafá tão grande que dura até os tempos atuais... mas isso é assunto pra outra prosa. Aliás e a despropósito: Hagar foi a primeira barriga solidária que se tem notícia na história bíblica da humanidade. (*)Pesquisa Q&M

E pra encerrar esta prosa, antes que vire um tratado sobre biografias, ninguém melhor que Carla Bruni, cantando “Chez Keith Et Anita” música que fez em homenagem a seus amigos, Keith Richards, guitarrista dos  Rolling Stones e Anita Pallenberg sua “ex”. Na verdade Anita foi “parceira” da banda, pois antes de Keith, ela havia ficado com Brian Jones (também guitarrista e um dos mentores da banda)... além de ter tido um caso com Mick Jagger. Essa Anita, comprovadamente, era poderosa. Mas chega de fofoca e vamos ao que interessa: Carla Bruni cantando Chez Keith Et Anita

Pra esta postagem virar um encarte da revista “Caras” só faltou mesmo falar de “Identidade Frota - A estrela e a escuridão”, biografia autorizada, de Alexandre Frota, mas achei que seria falta de respeito com a turma deste blog, né não?