“Somos apenas bons amigos”, diziam os astros e estrelas de Hollywood, no século
passado, aos jornalistas que lhes perguntavam se faziam os rumores sobre seu
envolvimento em algum caso amoroso. O desmentido era uma confirmação em código,
sabiam declarantes, jornalistas e leitores. Tanto era que caiu em desuso.
Artista de pornochanchada policial, Rosemary Noronha
certamente leu a frase em incontáveis reportagens de revistas de fofocas. E
nela se inspirou para produzir a versão jeca publicada na edição de VEJA que
começou a circular neste sábado.
Amparado não em rumores, mas em certezas decorrentes
de copiosas provas colhidas pela Polícia Federal, o repórter Adriano Ceolin
quis saber, durante a primeira entrevista concedida por Rose depois do
escândalo descoberto há um ano, o exato calibre da ligação mantida com o
ex-presidente Lula.”Minha relação com ele é de amizade, fidelidade, e
totalmente profissional”, caprichou. “As nossas famílias se conhecem desde que
as crianças eram pequenas”.
Quando e como conheceu o ex-presidente?, foi a
previsível pergunta seguinte. Em vez de recordar, com a serenidade de quem não
tem culpa no cartório, as origens de tão bonita amizade, Rose sucumbiu ao
chilique revelador.
Irritada, deu a conversa por encerrada, pediu ao
jornalista que desconsiderasse as declarações anteriores e voltou para o
esconderijo. Só faltava isso para que as dúvidas restantes, se é que ainda
existiam, fossem sumariamente revogadas. É tudo verdade. Confira