O último Pisa, exame promovido pela OCDE (Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), indicou que o estado dominado
pelo clã do presidente do Senado, Renan Calheiros, berço também do inesquecível
Fernando Collor, tem o pior ensino do mundo em Matemática, Ciência e
Literatura.
O pior do mundo. Faltam professores. Os professores
que aparecem não têm capacitação. A infraestrutura das escolas é precária.
Faltam condições de funcionamento nas escolas. Falta piso na sala de aula.
Falta limpeza dos banheiros. Falta material. Não há interesse nem de quem ensina
nem de quem aprende. Uma estudante de 14 anos, Vanessa Oliveira, disse o
seguinte: “A gente não tem professor de Português e Ciências”.
É um feito impressionante, conseguir ser pior que o
Maranhão do clã Sarney, que vem logo depois de Alagoas na nota mundial mais
baixa em Matemática.
Que disputa inglória entre esses dois Estados, que
produziram políticos ilustres e atuantes! Muito atuantes. Em Educação e em IDH
(Índice de Desenvolvimento Humano), Alagoas passou o Maranhão (para baixo),
mas, quem sabe, o estado de Roseana e de seu pai, no próximo Pisa, consiga
novamente ser pior que Alagoas.
Está aí um título mundial que ninguém tira do Nordeste
brasileiro. Entra ano, sai ano, essa taça da precariedade da Educação é nossa,
comparando com países muito mais pobres do que essa potência que é o Brasil. Em
Alagoas, metade dos alunos está com atraso de pelo menos dois anos letivos. O
Estado decretou emergência na Educação.
Como devem dormir os donos de nossas capitanias
hereditárias? Certamente muito bem. Comem e domem como reis, locomovem-se em
jatinhos, tratam-se em São Paulo, não são pessoas comuns. Não teria nada contra
alguns privilégios do Poder se essas pessoas olhassem pelo Brasil profundo - e
tivessem vergonha de suas administrações em seus estados natais, onde criaram
seus currais eleitorais e onde se refestelam em férias familiares. Confira