*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

terça-feira, 6 de maio de 2014

Intolerâncias

Temos um Estado democrático, mas a pergunta é se temos uma sociedade tão democráticas quando a Constituição pressupõe. Hoje noto uma intolerância enorme para tudo que seja diferente, é uma tragédia para a democracia e o exercício da liberdade. Não adianta querer ser livre e abrir mão de pensar”. Ministra Cármen Lúcia, do STF, nesta terça-feira, 29, em um encontro no Rio sobre Comunicação & Mercado

Velhos tempos...
Este foi um 1º de Maio de dissabores para o PT, algo impensável não muito tempo atrás. Nunca se poderia profetizar, em sã consciência, que, em um comício da CUT, braço sindical do partido, no Dia do Traba­lho, lideranças petistas seriam vaiadas e impedi­das de falar. O veto, digamos, popular atingiu o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gil­berto Carvalho, setorista de "movimentos sociais" o novo ministro de Relações Institucionais, Ricar­do Berzoini, o próprio prefeito Fernando Haddad e o pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes Alexandre Padilha...

Prestes a completar 12 anos de poder em Brasí­lia, o PT é acometido de algum tipo de fadiga de material que leva à irritação até mesmo militantes da CUT. No aspecto político-eleitoral, as duas manifestações sindicais no 1º de Maio foram um tes­te de popularidade negativo para o pacote de bondades populistas desembrulhado pela presi­dente na noite anterior, no pronunciamento à na­ção em rede nacional, por ocasião do Dia do Tra­balho, indevidamente transformado em palan­que da candidata à reeleição. Trechos do editorial Opinião/O Globo - clique aqui e leia na íntegra

Tudo bem que candidato promete tudo, que vai "dar um vestido pra Maria e um roçado pro João". Mas, semana passada, Eduardo Campos exagerou ao dizer que, se eleito, irá mandar Sarney para a oposição. Desde 1964, Sarney é do governo. Com todo o respeito... é mais fácil o sertão virar mar. Ancelmo Gois/O Globo
l A queda da presidente Dilma, avalia o ministro Paulo Bernardo, decorre de uma sucessão de notícias ruins. Mas acredita na reversão: “Quando começar a propaganda na TV haverá maior equilíbrio. Vamos mostrar tudo o que fizemos!" Ilimar Franco/O Globo
l “Temos uma corrupção desenfreada. O governo que deveria dar exemplo está atolado na corrupção. É o governo que, se fizer o que a presidente Dilma falou ontem, quem vai parar na Papuda é ela.” Paulinho da Força, deputado federal, nas comemorações do 1º de Maio, ontem, em São Paulo
l Isso porque ainda é Maio... imagina o circo que vão armar até outubro! Depois?... melhor nem pensar, né mesmo. Mas quanto ao pronunciamento do “Paulinho vai com força”, Ancelmo Gois afirmou: Paulinho da Força Sindical foi, no mínimo, grosseiro ao dizer que Dilma deveria estar na Papuda. Aliás, até o PT chegar ao governo, em 2003, o partido e a CUT tratavam Paulinho como "pelego" Depois, Lula esqueceu o que dizia e incorporou a Força ao banquete do poder, tanto que, no Primeiro de Maio de 2010, Paulinho manifestou apoio à candidatura Dilma. É como se diz em Frei Paulo: "Quem com porcos se mistura farelo come."
l Tá mais que certo o mestre Ancelmo, pois há de se preservar a imagem da Papuda, afinal nos últimos tempos, aquela instituição alberga importantes representantes do governo petista e seus finórios malcheirosos.

E pra não dizer que na falei da Torres: A atriz Fernanda Torres, que lançou seu primeiro romance - Fim- no ano passado, será uma das participantes da Festa Literária Internacional de Paraty, a FLIP 2014, que ocorre na cidade de Paraty, no Rio de Janeiro, de 30 de julho a 03 de agosto. Abaixo trechos de uma entrevista à Marina Rossi para o El Pais/ Brasil:
Você disse certa vez que jamais imaginou que chegaria perto da literatura e agora, além de estar nas listas dos mais vendidos, é uma das convidadas da maior feira literária do país. Isso muda seus planos ou objetivos?
-A minha perspectiva era falhar.
Por quê?
-Ah, uma atriz se aventurar a escrever com 48 anos? Eu nem sabia como terminar um livro! E agora estou nas listas dos mais vendidos. Estou junto com aquele cara... Como chama? John Green (autor norte-americano de A Culpa é das Estrelas, entre outros livros). Acho um barato, só tem os gringos e eu. Estou orgulhosíssima.
E isso em um país que lê pouco. Como você vê isso?
-Eu começo a me perguntar se é isso mesmo. Temos analfabetismo, mas o Brasil não é só isso, é um país meio esquisito porque, ao mesmo [temo] temos o Roberto Shwarz, o João Ubaldo Ribeiro... Por isso eu acho que somos sim um país de gente que lê. E eu estou achando o mercado literário quente. Ele é mais reduzido, claro, você faz um seriado na televisão e milhões de espectadores assistem, já na literatura eu fico feliz porque o meu livro foi vendido para 100.000 pessoas.
Mas o sucesso do seu livro não é a regra...
-O hábito de ler não tem classe social. Existe gente analfabeta em todas as classes, mesmo entre os alfabetizados. Talvez essa simpatia que as pessoas tiveram com o “Fim”, foi porque elas se reconheceram. Parece um livro argentino.
Por quê?
Porque é um livro de classe média, que fala de problemas da classe média, de problemas inerentes a ele mesmo. E o cinema argentino filma dramas de classe média. Já o Brasil é incapaz de filmar um drama decente de classe média. Parece que a única nobreza é falar de problemas sociais. E eu queria muito falar era da classe média hedonista carioca no “Fim”, mais do que a da morte ou da velhice. Clique aqui e confira a entrevista na íntegra 

O cartum que não quer calar!

Fonte Anonymous Brasil