*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Emoções, rebeldias e restos da Copa

Terminou a orgia cívica do trintídio a que o mundo se entrega, a cada quatro anos, colonizado por uma instituição cujo poder transcendeu o saudável. Ela se aproxima perigosamente de uma organização inescrupulosa cujo objetivo é explorar a honesta paixão do homem pelo futebol. Trata-se da última lavanderia que ainda resiste ao controle de qualquer fiscalização. Como hospedeiro da diversão, o Brasil esforçou-se para fazer a sua parte, sob duras críticas internas e externas, algumas até procedentes. Fomos muito bem. Talvez menos do que gostaríamos, mas muito melhor do que supunham os censores... A Copa acabou e, a despeito de toda filosofia, o Brasil é o mesmo, com suas virtudes e seus problemas. A segunda-feira chegou. É hora de voltar a trabalhar!”  Antonio Delfim Neto para a Folha de São Paulo


É senso comum dizer que o futebol no Brasil é uma religião. Olhos brasileiros já viram desfilar nos campos um panteão de deuses. Mas a copa de 2014 terminou para nós num pesadelo, ainda na semifinal. Desses que especialistas podem chamar de “trauma cultural”, eventos que marcam profundamente uma cultura e passam a compor o imaginário nacional. A despedida melancólica contra a Holanda só magoou a ferida aberta pela derrota diante da Alemanha...
l A excessiva emocionalidade da seleção brasileira virou pauta midiática depois que os jogadores choraram na execução do hino nacional e, principalmente, ao término da prorrogação contra o Chile, antes da cobrança dos pênaltis, nas oitavas de final.
l Tiago Silva, o capitão, foi quem mais pressão sofreu, pelo fato de sua sensibilidade supostamente não condizer com sua função de liderança. Em resposta, disse em entrevista que ídolos nacionais, como Ayrton Senna, só foram campeões porque, como ele, se entregavam totalmente ao que faziam. E se emocionavam. Trechos da crônica “A excessiva emocionalidade” por Maria Eduarda Rocha/El País - clique aqui e emocione-se na íntegra
l O grande Albert Einstein, gênio da física e mestre em jogos de Craps, que se vivo fosse, afirmaria: Deus não joga dados... nem bola.

#rebeldes1: Usuários dos serviços do Complexo Prates, criado para acolher dependentes de crack e outras drogas em São Paulo, decidiram iniciar uma "greve" no tratamento. Segundo funcionários, alguns já deixaram de participar das atividades terapêuticas. Inaugurado em 2012 no centro de São Paulo, o local é gerido pela Congregação das Irmãs Hospitaleiras, que tem convênio com a Secretaria Municipal de Saúde. O estopim para a greve foi a demissão de uma enfermeira e uma psicóloga, em junho. Revoltados, usuários e movimentos sociais fizeram um ato com cerca de 50 pessoas nesta terça (15) no local. Sem resposta, decidiram "boicotar" as atividades. Cerca de 440 pessoas são atendidas por mês, diz a prefeitura. “Enquanto as funcionárias não voltarem, nós também não voltamos", diz Carlos Oliveira, 51, um dos atendidos. Clique aqui e leia na íntegra.
#rebeldes2: Policiais militares tiveram que conter um princípio de rebelião na Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu 2, na noite de terça-feira (15). Segundo os agentes, a confusão começou por volta das 20h30, depois de os detentos se negarem a jantar. Os presos protestaram contra as condições da comida e da repetição do cardápio. Eles queriam frango frito, não o frango com molho servido na marmita... cada um dos presos que se negou a consumir a marmita recebeu dois pães produzidos na padaria da Penitenciária Estadual 1, vizinha à PEF 2. Clique aqui e confira na íntegra
l Como dizia o mestre Tim Maia: “Este país não pode dar certo. Aqui puta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia e pobre é de direita”, ao que podemos acrescentar: usuário de crack faz greve e preso administra o cardápio da penitenciária.

Mundo cão, ops!, vaca: Uma semana depois, a vaca que foi parar em cima de um poste após a cheia do Rio Uruguai, no interior de São Borja, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, continua no mesmo lugar. Com dificuldade de chegar ao local, o proprietário do terreno onde se encontra o poste de 11 metros de altura diz que não tem como remover o animal.
"Ela vai acabar apodrecendo e caindo. Está muito molhado, com muito barro, e não tem como chegar lá com os caminhões de guincho... De trator é possível passar pelo barro, mas com caminhão não. A rede é particular, então é a gente que tem que reformar, pois estragou tudo. Os corvos vão acabar comendo a vaca até ela apodrecer e cair", afirmou o agricultor Aldo Heck ao G1. Confira na íntegra
Mas nem tudo é comida de corvo: Uma galinha passou a fazer parte da família de um casal da zona rural de Itambé, no norte do Paraná. 'Piu', como é chamada, ganhou espaço na casa dos agricultores, depois de ser encontrada com uma perna machucada, ainda quando era um pintinho. O tratamento é de filha: está sempre no colo dos donos, gosta de carinho, dorme na rede e sempre acompanha os "pais" na lavoura e nos serviços domésticos. Com nove meses, a galinha transformou um berço construído pelo pai de Izolina em ninho - lá, onde já dormiram a própria Izolina e as filhas dela, vieram à luz vários pintinhos, no sábado (12).
Eu fui limpar o quarto, que fica na casa ao lado, e, quando vi, ela tinha botado dois ovos no berço. Depois, foi botando mais. Meu marido até falou pra tirar ela de lá, mas eu não deixei”, conta Izolina. Clique aqui e cacareje na íntegra

Gilberto Gil se apresenta no próximo fim de semana em São Paulo, inaugurando o Theatro Net, novo local de shows na cidade. Suas noites, na maior parte do tempo, serão dedicadas à obra de João Gilberto. Aos 72, Gil lança "Gilbertos Samba", disco com repertório de seu mentor. "São canções gravadas por João Gilberto, criadas ou celebrizadas por ele, todas ligadas ao que se convencionou chamar bossa nova. Todas ligadas ao ritmo do samba e ao formato da bossa nova." Em seu escritório, no Rio, o músico falou à Folha sobre João Gilberto, a ausência de novas composições e as eleições. E emitiu uma declaração um tanto constrangida sobre o papel da plateia em seus shows. Abaixo transcrevermos trechos da entrevista:
Você ainda fica nervoso antes de entrar no palco?
-Tenho algum nervosismo. Ainda fico com as mãos frias. Sempre, desde os primeiros momentos em que tive de subir ao palco. Nervosismo, certa ansiedade, expectativa, insegurança. Tudo permanece residualmente até hoje.
Mas há shows que dão certo e outros não tanto, não é?
-Não fico pensando no resultado que o show terá junto ao público. O público... [Gil hesita, pela primeira vez na conversa] Sem nenhuma falta de respeito, entenda, sem nenhum demérito, sem nenhum... Enfim, sem nada distorcido do que possa significar o que eu vou dizer, o público é secundário. [gargalhadas] Pense: ali, no show, o público para você não existe. Você faz aquilo para você. Clique aqui e confira na íntegra

Do álbum: Meus amiguinhos de infância!

Não acredito que a responsabilidade pelos hábitos de espionagem seja da administração do presidente Obama. Eu acho que ela é um processo que vem ocorrendo depois do 11 de setembro. Clique aqui e confira

Nota de rodapé: Dilma, ontem [15], diante da imprensa, em Fortaleza, contou que, outro dia, foi carregar o neto e, para não cair, bateu na quina de uma cadeira. “Então, às vezes, eu manco”, disse ela, após se queixar de que não era justo os jornalistas estarem sentados, e ela, em pé. Ancelmo Gois/O Globo
l Me perdoe, presidenta-presidente, mas não é só “às vezes” que V. Exa. manca.