"Eu acho que tem que coibir, mas tem que saber até que
nível. Porque são explosões naturais, que não vai dar para mudar. Se fosse
assim, o time brasileiro não podia jogar na América Latina porque a gente ia
ter que parar todos os jogos... Se uma pessoa chamar de japonês, ou de alemão,
é a mesma coisa... O Aranha se precipitou em querer brigar com a torcida. Se eu
fosse querer parar o jogo a cada vez que me chamassem de macaco ou crioulo,
todos os jogos iriam parar. O torcedor grita mesmo". Pelé sobre as
ofensas racistas de torcedores no futebol
Antropoceno – é assim
que um grupo cada vez maior de cientistas e pensadores deseja renomear o
período geológico que vivemos desde a Revolução Industrial. A ideia de mudar o
nome da era que vivemos de Holoceno
para Antropoceno é para que o nome de nossos dias tenha o significado que
merece: uma era de enorme influência, impacto e principalmente estrago,
causados por nós, seres humanos.
l É sobre isso
também que escreve Diane Ackerman no início de seu novo livro, The Human Age (ainda
sem tradução no Brasil)... Numa entrevista que escutei na rádio Americana NPR,
Diane me impressionou ao chamar atenção pro fato de que coisas tão estranhas ao
nosso corpo e tão pouco naturais viraram parte de quem somos como espécie e
hoje são essências para nos definir. Ela fala de celulares, tabletes,
computadores e outras quinquilharias inteligentes sem as quais não podemos mais
viver.
l No início de seu livro,
Diane descreve o uso de Ipad por Orangotangos, num projeto chamado Apps for
Apes (Aplicativos para Macacos). O projeto faz parte de uma grande iniciativa
de se salvar e resgatar os orangotangos, uma espécies ameaçada de extinção. O
Projeto Apps for Apes visa a utilização de Ipads como forma de estimular
mentalmente os macacos que são resgatados e que vivem nos centros de
reabilitação... Clique
e confira na íntegra
l
Data vênia, minha porção macaco protesta e discorda com veemência da Diane.
Entre Ipad e extinção, melhor a extinção. Aliás, é bom ir avisando a quem for
traduzir o livro da Diane, para o português do Brasil, que é melhor substituir
a palavras “macaco” por “símio” ou “primata’, pois “macaco”, simples assim, pode
dar bode, Ops!, pode dar caprahircus que é o nome científico e, portanto, politicamentecorreto
para se referir ao “bode” em questão... e, a continuar essa inquisidora, e meio
que fascista, onda do politicamentecorreto, filmes do tipo “O Planeta dos
Macacos”, “King Kong”, “A vida de Tarzan e sua enteada Chita”, em breve serão
proibidos nas telas do País. Já o cachorro, desde de saiu da Arca de Noé, vivem
sua melhor fase neste planetinha è
J Não
é segredo que os italianos tenham uma queda por animais domésticos. Cães e
gatos já receberam até herança com direito a testamento contestado
judicialmente e briga em tribunal… mas isso é outro assunto. A última novidade
é o happy hour canino com direito até a cerveja oferecido pelo CANbrige
University, um canil de primeira, na cidade de Nápoles.
l Além de
biscoitos com nutrientes balanceados e brincadeiras lúdicas, a cachorrada ainda
pode degustar uma deliciosa cerveja fabricada pela Nat Pharma, a Barks Beer.
Adequada para todas as idades, inclusive filhotes, a bebida não contém álcool,
conservantes, colorantes e lúpulo. O drink é realizado somente malte de cevada,
caldo de carne e verduras em pó, além de boswellia
serrata, uma planta que ajuda a prevenir a deterioração da cartilagem e
tecido das articulações. Tudo para que o cãozinho não volte embriagado para
casa! Clique
e confira
Era até educado o
assaltante paulista que fez a limpa no ambientalista Paulo Maia e em
sua namorada, domingo, perto do Arco do Teles, no Centro [Rio de janeiro]. Como
na carteira de Paulo só tinha uma nota de cem, o ladrão tirou R$ 5 do próprio
bolso e, acredite, mandou essa”: -Aí, pro buzão. Não fica dando mole aqui não,
meu. Esta área tá muito perigosa! – confira
l O cardeal também deu mole: O Arcebispo
do Rio, cardeal Dom Orani Tempesta, foi vítima de assalto a mão armada na noite
desta segunda-feira (15). De acordo com a Arquidiocese, ele seguia do Sumaré
com destino à Glória quando o carro em que estava, acompanhado pelo fotógrafo,
por um seminarista e pelo motorista da Arquidiocese, foi interceptado por três
criminosos armados em Santa Teresa. Segundo o assessor, o assaltante reconheceu
Dom Orani e pediu desculpas pela ação criminosa, mas não desistiu de concluir o
roubo. Ele recolheu anel, cordão, crucifixo, caneta e telefone do arcebisbo, a
mochiça e o paletó do motorista, a batina do seminarista e todo o equipamento
fotográfico do fotógrafo. Ainda segundo o assessor, o criminoso teria
demostrado a intenção de levar o carro da Arquidiocese, mas desistiu depois de
reconhecer o cardeal. confira
K Enquanto isso:
A Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança e o Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) fazem uma megaoperação para
desmantelar uma quadrilha formada por 24 policiais militares, incluindo seis oficiais,
na manhã desta segunda-feira. Entre os presos estão o chefe do Comando de
Operações Especiais, coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro; os majores
Carlos Alexandre Lucas, Nilton João dos Prazeres Neto e Edson Alexandre Pinto
de Góes; além dos capitães Walter Colchone Netto e Rodrigo Leitão
da Silva. O coronel Alexandre Fontenelle, que foi preso em seu apartamento no
Leme, na Zona Sul do Rio, é da cúpula da Polícia Militar. O COE comanda o
Batalhão de Operações Especiais (Bope), Grupamento Aeromarítimo, e o Batalhão
de Choque. Clique
e confira
M
A pergunta é: Quando a cúpula da PM é
presa, dentre outras coisas, por “formação de quadrilha armada” enquanto do
outro lado da rua, assaltantes dialogam e se apiedam de seus assaltados, é o
prenúncio do Armagedom, a tal batalha final de Deus contra as Humanas Criaturas
em função da falência desta Sociedade? Cartas para... não sei.
Há quatro anos, a campanha para
deputado federal apresentava uma novidade. A disputa tinha a presença de uma
prostituta assumida, Gabriela Leite, do PV, ostentando o slogan “uma puta
deputada”. Como se sabe, a fundadora da Daspu e da ONG Davida, ficou longe da
vaga (1.216 votos). A americana Laura Murray, 36 anos, doutoranda em
antropologia na Universidade de Columbia, acompanhou a campanha de Gabriela,
morta em 2013. Laura fez o documentário “Um beijo para Gabriela”, virou
secretária-executiva da ONG Davida e acaba de publicar um ensaio sobre o que
viu nos bastidores da política no livro “Prostituição e outras formas de amor”,
da editora da UFF, que será lançado terça, na Travessa do Centro.
O que mais chamou a
sua atenção durante a campanha?
-Foi a corrupção. O filme mostra um pastor evangélico
tentando vender votos para Gabriela. Ela ficou indignada, e claro, eu também,
mas o que me impressionou foi que a própria cena inverteu estereótipos: um
representante da comunidade religiosa tentando vender votos para uma puta. E a
puta sendo a pessoa mais ética, afirmando que o voto dela era voto de opinião.
Esta ideia de que existe “voto de opinião” é muito louca. Não era para todo
voto ser de opinião?
Foi o que mais chocou
você?
-O que mais me chocou foi a própria Gabriela. Ela era uma
das poucas pessoas na campanha que tinham a coragem de lidar com temas
polêmicos. Ela falava abertamente de aborto, que era até mais polêmico do que
defender as prostitutas. Ela se afirmava como uma mulher completa, e não como
um político. Ela dizia o que pensava de fato e não o que as pessoas gostariam
de ouvir. Percebi como isso era raro nos outros candidatos. Fiquei surpresa com
outras coisas também: a quantidade de candidatos, a propaganda eleitoral, as
alianças entre partidos, a corrupção e a compra de votos. E, claro, de como tem
gente que vota em pessoas como Garotinho. Mas penso o mesmo sobre quem votou no
Bush!
Você acha que a
campanha mudou muito de lá pra cá?
-Pouca coisa. Pelo menos agora existe uma candidata a presidente
(Luciana Genro) que defende abertamente a questão do aborto. Mas faltam a voz,
a garra e a coragem da Gabriela.
Ancelmo Gois/O
Globo
üVariações sobre
o mesmo tema: O nome original do artigo acima, postado na coluna do
Gois - e que foi o slogan de campanha da Gabriela Leite - é: “Uma puta
deputada”, o que não tem nada a ver com a expressão popular “Um deputado puto”.
Já a expressão “Um puta deputado” não encontra referência na atual realidade
brasileira. Como dizia minha vó, Da. Elizabeth, a primeira e única - pelo menos
por parte de mãe: Meu filho, tenha em mente que uma coisa é uma coisa, la même chose é outra coisa.