“O presidente da empresa de Correios,
comissário Wagner Pinheiro, diz que o carteiro filmado distribuindo propaganda
do PT não cometeu ilegalidade alguma. Já os materiais de propaganda de outros
partidos que não chegaram aos destinos, informa o doutor Wagner, perderam-se
por culpa dos porteiros. Deve ser. Afinal de contas, o escândalo do mensalão
começou na ECT, mas até hoje não se descobriu a identidade do porteiro.”
Elio
Gaspari/Folha
Mais de 41% dos
brasileiros, ou seja, 59 milhões, exerceram o direto de “Tô nem aí, caguei!”. É
tipo o que disse Pondé em sua crônica na Folha de hoje: “brasileiros votam porque querem mais Estado nas suas vidas. Mais Bolsa
Família e mais bolsa empresário” – confira
Fazer o que, né? Resta engolir estes tantos milhões de sapos
e seguir em frente vomitando os efeitos colaterais desta indesejada relação eleitoral,
torcendo pra que estas indisposições não persistam no 2º Turno. Mas meus incômodos
políticos gestacionais estão com seus dias contados, pois minha andropausa
cívica está próxima. Em função da senilidade-cidadã (farei setenta anos antes
da próxima eleição -2018) e, portanto, este foi o derradeiro gozo com a Democratia, sedutora e ordinária
senhorinha que frequenta as casas de tolerância nas zonas eleitorais. Claro que
mesmo durante o período da andropausa-política poderia continuar ativo, pois gozar
- Ops! - votar é um direito e não obrigação do cidadão, porém meu lado
materno-eleitoral prefere filosofar nos versos da Clarisse Lispector:
Não me provoque, tenho armas escondidas
Não me manipule, nasci para ser livre
Não me engane, posso não resistir
Não grite, tenho o péssimo hábito de
revidar
Não me magoe, meu coração já tem muitas
mágoas
Reação de um mesário
ao saber que eu era um “Sem
Urna” |
l Mas vai que eu queira ir à urna
pra simplesmente registrar “Branco” e ficar em paz com o deus-cívico? Não rola!
Neste domingo, em terras de Guarapari, o máximo que posso fazer é “justificar a
ausência”. “Votar”, exercendo “minha cidadania”, nem pensar, pois não transferi
meu título de eleitor para o município de Guarapari/ES. Isso, claro, vai
acontecer com todos os eleitores, país afora, que se enquadem no quesito “ausente
do domicílio eleitoral”, como se fosse uma horda de apátridas. Infiéis,
reunidos na casta dos “Aqueles Sem Urna”, que estão a espera do messias
eleitoral... e nem tente me converter á transmutação eleitoral, através da “transferência
de domicílio”, pois não pactuo deste dogma, fundamentalista, implantado no meio
das “zonas eleitorais”, e que ainda vigora em pleno século XXI. Algo semelhante
ao Purgatório, na Santa Madre Igreja. Também não acredito que seja por falta de
ideia e/ou tecnologia, pois bastaria criar uma zona eleitoral, nos locais de
votação - pode chamar de “em trânsito” – onde todo renegado que estivesse fora
de seu território pudesse votar, pelo menos, para presidente/vice, como já
acontece pra lá das nossas fronteiras, como por exemplo:
èChristiane
Dias, de 52 anos, abriu as eleições 2014, ao votar na embaixada brasileira
em Wellington, capital da Nova Zelândia. O país da Oceania, distante 12 mil km
do Brasil, é o primeiro do mundo a
iniciar o processo eleitoral brasileiro, por causa do fuso horário, 16
horas à frente de Brasília. Christiane mora há 7 anos na Nova Zelândia, quando
se mudou para o país com o marido neozelandês... No dia 5 de outubro, 354.184
eleitores brasileiros que vivem fora do país em 168 cidades de 92 países
poderão votar para eleger os novos presidente e vice-presidente da República,
segundo o TSE. Clique
e confira
O
cartum do eleitor
Claudio Paiva/O
Globo
Clique
na foto para ampliar
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