*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Urna! Pra que te quero?.. meu coração já tem muitas mágoas

 “O presidente da empresa de Correios, comissário Wagner Pinheiro, diz que o carteiro filmado distribuindo propaganda do PT não cometeu ilegalidade alguma. Já os materiais de propaganda de outros partidos que não chegaram aos destinos, informa o doutor Wagner, perderam-se por culpa dos porteiros. Deve ser. Afinal de contas, o escândalo do mensalão começou na ECT, mas até hoje não se descobriu a identidade do porteiro.” Elio Gaspari/Folha

Mais de 41% dos brasileiros, ou seja, 59 milhões, exerceram o direto de “Tô nem aí, caguei!”. É tipo o que disse Pondé em sua crônica na Folha de hoje: “brasileiros votam porque querem mais Estado nas suas vidas. Mais Bolsa Família e mais bolsa empresário” –  confira
Fazer o que, né? Resta engolir estes tantos milhões de sapos e seguir em frente vomitando os efeitos colaterais desta indesejada relação eleitoral, torcendo pra que estas indisposições não persistam no 2º Turno. Mas meus incômodos políticos gestacionais estão com seus dias contados, pois minha andropausa cívica está próxima. Em função da senilidade-cidadã (farei setenta anos antes da próxima eleição -2018) e, portanto, este foi o derradeiro gozo com a Democratia, sedutora e ordinária senhorinha que frequenta as casas de tolerância nas zonas eleitorais. Claro que mesmo durante o período da andropausa-política poderia continuar ativo, pois gozar - Ops! - votar é um direito e não obrigação do cidadão, porém meu lado materno-eleitoral prefere filosofar nos versos da Clarisse Lispector:
Não me provoque, tenho armas escondidas
Não me manipule, nasci para ser livre
Não me engane, posso não resistir
Não grite, tenho o péssimo hábito de revidar
Não me magoe, meu coração já tem muitas mágoas

Reação de um mesário
ao saber que eu era um “Sem Urna”
l Mas vai que eu queira ir à urna pra simplesmente registrar “Branco” e ficar em paz com o deus-cívico? Não rola! Neste domingo, em terras de Guarapari, o máximo que posso fazer é “justificar a ausência”. “Votar”, exercendo “minha cidadania”, nem pensar, pois não transferi meu título de eleitor para o município de Guarapari/ES. Isso, claro, vai acontecer com todos os eleitores, país afora, que se enquadem no quesito “ausente do domicílio eleitoral”, como se fosse uma horda de apátridas. Infiéis, reunidos na casta dos “Aqueles Sem Urna”, que estão a espera do messias eleitoral... e nem tente me converter á transmutação eleitoral, através da “transferência de domicílio”, pois não pactuo deste dogma, fundamentalista, implantado no meio das “zonas eleitorais”, e que ainda vigora em pleno século XXI. Algo semelhante ao Purgatório, na Santa Madre Igreja. Também não acredito que seja por falta de ideia e/ou tecnologia, pois bastaria criar uma zona eleitoral, nos locais de votação - pode chamar de “em trânsito” – onde todo renegado que estivesse fora de seu território pudesse votar, pelo menos, para presidente/vice, como já acontece pra lá das nossas fronteiras, como por exemplo:
èChristiane Dias, de 52 anos, abriu as eleições 2014, ao votar na embaixada brasileira em Wellington, capital da Nova Zelândia. O país da Oceania, distante 12 mil km do Brasil, é o primeiro do mundo a iniciar o processo eleitoral brasileiro, por causa do fuso horário, 16 horas à frente de Brasília. Christiane mora há 7 anos na Nova Zelândia, quando se mudou para o país com o marido neozelandês... No dia 5 de outubro, 354.184 eleitores brasileiros que vivem fora do país em 168 cidades de 92 países poderão votar para eleger os novos presidente e vice-presidente da República, segundo o TSE. Clique e confira

O cartum do eleitor

Claudio Paiva/O Globo
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