*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Vozes roucas do carnaval

"Cidadão livre: livre das amarras do cargo público. Cidadão na plenitude dos seus direitos, pronto para opinar sobre as questões da 'Pólis'Joaquim Barbosa em sua a conta no Twitter para se defender das reações às suas recentes publicações, em que sugeriu a demissão do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na terça-feira, 17

O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, considerou ‘intolerável’ e ‘reprovável’ a atitude de advogados de empreiteiras e acusados da Operação Lava-Jato de se reunirem com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Segundo ele, a mera tentativa dos acusados e das empresas de “obter interferência política” no processo judicial indica a necessidade da manutenção da prisão preventiva dos réus para garantir a instrução e a aplicação da lei e “preservar a integridade da Justiça contra a interferência do poder econômico”.
Intolerável, porém, que emissários dos dirigentes presos e das empreiteiras pretendam discutir o processo judicial e as decisões judiciais com autoridades políticas, em total desvirtuamento do devido processo legal e com risco à integridade da Justiça e à aplicação da lei penal”, afirmou Moro. CONFIRA

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, revelou nesta quinta-feira (19) que conversou sobre o suposto vazamento de informações da Operação Lava Jato no encontro que teve com advogados da empresa Odebrecht no último dia 5. Ele também disse que falou sobre uma possível "colaboração internacional” que envolveria a empresa.
O encontro de Cardozo com a defesa da construtora gerou críticas do juiz Sérgio Moro, responsável pela condução dos processos relacionados à investigação, e do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que defendeu a demissão do titular da pasta da Justiça.
Segundo Cardozo, o tema do vazamento de informações foi levado a ele porque havia um inquérito na Polícia Federal apurando a questão. CONFIRA

Cardozo se defendeu ontem [19], das críticas dizendo que advogados “não são membros de quadrilha” pela sua atuação profissional. Ele disse achar “lamentável” que no Brasil existam pessoas que “ainda pensam dessa forma”. “Advogado não é o cliente, advogado não está sendo acusado. E se tem alguma coisa acontecendo de errado na Polícia Federal, quem é que tem que fiscalizar? O ministro da Justiça. É de uma obviedade total”, declarou o ministro. Ele reiterou que teve apenas um encontro com advogados para tratar da Lava Jato - o caso da Odebrecht - e que defensores têm o direito de serem recebidos por autoridades públicas. CONFIRA

Três meses depois de serem presos - que se completam neste sábado [15] - empresários e executivos que dividem as celas da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, acusados de formar cartel, pagar propina e inflar os preços de obras da Petrobras, já não sentem apenas sinais de depressão e ansiedade. Azedaram as relações deles com muitos de seus defensores. Advogados de renome, que fecharam contratos milionários - e deram a seus clientes a impressão inicial de que poderia ser fácil tirá-los da cadeia - agora ouvem uma pergunta à exaustão: Se o Renato Duque (ex-diretor da Petrobras) está solto, e eu? Por que estou aqui? CONFIRA
Nota de rodapé: Subiu a bandeirada dos advogados que cuidam dos envolvidos na Lava Jato. Em dezembro uma banca apresentou à empreiteira UTC uma proposta na qual pedia R$ 2 milhões de entrada e R$ 1,5 milhão condicionados ao sucesso. Nas últimas semanas um peixe novo (e grande) topou pagar R$ 2,5 milhões de saída e outros R$ 2,5 milhões como cláusula de sucesso, não se sabendo direito o que se entende por "sucesso". Elio Gaspari/Folha #Q&Mè... e em primeira mão, o som que mais rolou pelas carceragens da PF, neste dias de carnaval:
As águas vão rolar,
garrafa cheia eu não quero ver sobrar,
eu passo a mão na saca, saca, saca-rolha,
e bebo até me afogar, deixa as águas rolar.
Se a polícia por isso me prender e na última hora me soltar,
eu pego a saca, saca, saca-rolha e bebo até me afogar, deixa as águas rolar

Neguinho da Beija-Flor, em uma entrevista à Rádio Gaúcha citando pontos polêmicos do carnaval do Rio de Janeiro: "Eu sou do tempo que desfile de escola de samba era uma bagunça. Chegou a contravenção e organizou. Hoje eles batem no peito e dizem com o maior orgulho: 'o maior espetáculo audiovisual do planeta'! Agradeçam à contravenção". CONFIRA