*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

terça-feira, 21 de abril de 2015

Libertas, quanto muito tardia, tem um quanti... que é altum pra cacete

"A liberdade é um cachorro vira-lataMillôr Fernandes

Saiu do frio de Teresópolis disposto a ganhar a vida ao pé da serra, 70 quilômetros abaixo, na planície onde um grande canteiro de obras rasga a paisagem de bois magros, mangues e brejos. Chegou na ebulição de 2010, com a prefeitura contabilizando aumento populacional de 250 mil para 300 mil pessoas — um dos maiores aconte­cimentos demográficos desde a construção do porto fluvial e armazéns no século XVI, quando Itaboraí entrou no mapa do comércio de açúcar.

Marcos Paulo Pires e Silva apostou na reforma de um prédio antigo no Centro. Mobiliou 63 suítes, abriu um restaurante para 350 refeições diárias e contratou 43 empregados. Na fachada, fixou uma placa: "Pousada do Trabalhador" A R$ 24 por cabeça, atraiu a tribo nômade de construtores e montadores industriais, os peões de "trecho"! Na época, contou ao GLOBO, os planos para erguer seis mil alojamentos. Era a imagem da prosperidade afluente do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – Comperj - um dos maiores empreendimentos da Petrobras.
“Como é que deixaram chegar a esse ponto?... Destruíram tudo... Tanto roubo, e na empresa e no governo ninguém nunca soube de nada? Gostei de ver na TV que eles estão indo para celas na penitenciária, mas ainda deve ter muito segredo nessa história...” [dizia Marcos Paulo], que desbordava em perplexidade na última tarde de março, véspera do inesperado retorno à Serra. Percorria as pilhas de colchões, travesseiros, mesas, armários e beliches e móveis na calçada. Tudo em liquidação, para pagar os últimos empregados. Era o retrato de uma cidade subitamente empobrecida pelo êxodo dos peões, dos executivos, das imobiliárias e das redes na­cionais de varejo. A corrupção na Petrobras congelou vidas e obras em Itaboraí.

Há cinco anos, eram 29 mil pessoas construindo um polo petroquímico, numa área 44 vezes maior que o Aterro do Flamengo. O projeto sucumbiu na voragem da má gerência combinada à corrupção. Res­tam menos de cinco mil operários no Comperj, em Itaboraí. Fazem manutenção da obra paralisada de uma refinaria, plantada em terreno com infraestrutura suficiente para uma grande central petroquímica. Já é um dos mais caros empreendimentos da indústria mundial de petróleo e deverá ser recordista em prejuízos por longo tempo.
É extremamente cara, não existe refinaria que pague essa infraestrutura... Temos que nos acostumar com essa perda por alguns anos, e depois, quem sabe, voltar àquilo que a gente imaginava que seria dez anos atrás. Mas nós poderíamos ter feito e aprovado um projeto básico melhor. É um aprendizado”,  confirmou a ex-presidente da Petrobras Maria das Graças Foster, em depoimento na Câmara três semanas atrás.
#OPINIÃOQ&M: Cá pra nós, uma “ex-presidente” de uma das dez maiores petroleira do mundo - pelo menos até 08/05/2014, segundo o ranque da Forbes das 200 maiores petroleiras do mundo -  afirmar que “... nós poderíamos ter feito e aprovado um projeto básico melhor. É um aprendizado” não é bolinho não, até porque o treinamento do “apredizando” não foi pago por ela e custou à União – leia-se eu, você, seu vizinho do 402, o porteiro do seu prédio... enfim a todos os brasileiros - US$ 8,1 bilhões,  despesa esta, que segundo o TCU, foi ocultada “das planilhas de investimento” pela “direção” da Petrobras... Confira todo esse imbróglio, na íntegra, clicando aqui
Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E vida é trabalho
E sem o seu trabalho
O homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata...
Não dá pra ser feliz
É triste ver meu homem...
Com a barra de seu tempo
Por sobre seus ombros
Trechos dos versos da música “Um Homem Também Chora” de Gonzaguinha
Clica aqui e confere lá... e pode chorar a vontade, não tem ninguém te vendo, pois tudo isso, no fundo, é muito triste.