*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Q&M – terça-feira especial

A proto-síntese das Humanas Criaturas

ADÃO E EVA de Michelangelo
Lutou pregou e corrompeu para alcançar o poder... [1] Tornou-se conhecido como requintado epicurista*, entregue a seus prazeres, suas dívidas e intrigas. Sua base política eram os desmoralizados “populares”, que também apoiavam [2] e [3]. Pouco depois entrava ele num verdadeiro emaranhado de intrigas políticas, com o objetivo de fazer avançar seus planos...

Estava sempre à frente de qualquer desusada que lhe trouxesse bastante publicidade e o colocasse em evidência, especialmente entre as classes populares, que cortejava abertamente. As festas e espetácu­los públicos que ofereceu, à custa de pesados empréstimos, contribuíram certamente, para obter suficiente popularidade [para disputar] o cargo [com] dois outros candidatos altamente qualificados, como  [4]  e [5]. Gastou rios de dinheiro para corromper aqueles de cujos votos dependia. Se não fosse eleito, estaria quebrado.

Quanto à corrupção, entretanto, não se é de admirar que [1] a tenha utilizado como instrumento para sua ascensão... havia até escritórios organizados para comprar votos a varejo e os vender em grosso a quem mais pudesse pagar. O dinheiro era o que menos importava, arranjava-se emprestado, a juros altos. Não faltavam agiotas que quisessem fazer um bom investimento num político promissor. Este, obtido o posto, recuperava-se...

Junte-se a tudo isso o respeitável poder de [1] como orador. Não tivesse ele [6] pela frente, seria o maior de seu tempo... No entanto, em política, fazia qualquer negócio para continuar na crista dos acontecimentos. Quando [2] regressou a [7], coberto de glória, concertou com [1] um cambalacho político: apoiar [1] na sua candidatura em troca do apoio que [1], lhe daria se eleito, às medidas propostas por [2]...

[Neste época], "a corrupção eleitoral tinha chegado a um grau de perfeição admirável... Os tais escritórios eleitorais funcionavam da seguinte forma: organizava-se uma companhia ou sociedade que empregava agentes e se estabelecia em recintos abertos ao público...

Por mais surpreendente que possa nos parecer, o texto acima narra episódios políticos vivenciados na cidade de Roma nos anos 60 a.C – não tem erro não é isso mesmo que você leu: 60 a.C.

Pra relacionar os personagens envolvidos no texto acima, basta substituir o número entre colchetes pelo nome na relação abaixo, mas se quiser fazer um upgrade destes nomes para os dias atuais é fácil: substitua os nomes da relação por Lula, Dilma, Zé Dirceu, Eduardo Cunha, Zé Sarney e vai... a seu critério e até aonde sua imaginação permitir. Ah! Para substituir Roma por uma cidade do século XXI, que possa servir de cenário para estes acontecimentos, sugerimos, por exemplo, Brasília... mas é só uma sugestão.
[1] Julio Cezar
[2] Pompeu
[3] Crassus
[4] Lutatius Catulus
[5] Servilius Isauricus
[6] Cicero
[7] Roma
*epicurista - pessoa dada aos deleites da mesa e do amor

Enviado por Antonio de Pádua – Extraio do livro de Hermínio C. Miranda, “Os Senhores do Mundo”; capítulo “Julio Cezar” (págs. 149 a 153)