*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

terça-feira, 24 de maio de 2016

A realidade da “virada cultural”

Uma sociedade culta no sentido tradicional da palavra é mais difícil de enganar por governos mafiosos e autoritários. Se tudo se torna frívolo, puro entretenimento, perde-se esse efeito crítico e transformador da culturaVargas Llosa em entrevista a revista ÉPOCA

Assim fica difícil - A nova edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, publicada na última quarta-feira, 18, é um desafio para aqueles que gostam de ver o copo meio cheio. Sim, o número de leitores no Brasil aumentou desde 2011. Eles passaram de 50% a 56%. Mas, quando se considera que 44% dos habitantes da oitava economia do mundo não leem regularmente, em pleno século 21, e que 30% nunca adquiriram um livro, é difícil encontrar causa para celebração. Leia na íntegraèNão é bolinho não – Fazendo uma conta rápida sem muitas elucubrações, pois isso não é uma tese acadêmica, levando em consideração(*) uma população de 200 milhões de brasileiros, na faixa etária que vai de 12 a 60 anos - aproximadamente 140milhões de potenciais leitores, já descontando os analfabetos - 30% representam 42 milhões de brasileiros. Vixe! (*) Fonte dos números: censo IBGE e outras.
E assim, mais difícil ainda - Anitta é imbatível no Rio e sucesso em várias grandes capitais. De acordo uma pesquisa inédita da Crowley, consultoria especializada em música, Anitta deu voz às duas músicas mais tocadas nas rádios cariocas entre janeiro e abril, "Essa mina é louca" e "Bang". Em Salvador, é a segunda mais executada; em Porto Alegre a sétima; e, em São Paulo e Brasília, é a oitava mais ouvida... As vinte músicas mais tocadas nas rádios são “sertanejas”, a praga do momento - Lauro Jardim/O Globo domingo 22.
Nota de rodapé: As aspas do “sertanejas” são minhas, pois com todo respeito ao Lauro, existe uma grande diferença entre música sertaneja e a "música" das duplas sertanejas, estas sim, “a praga do momento”.
Mas... “Não tá fácil para ninguém” - Uma casa de saliência na Rua Ouvidor, no Centro do Rio, passou a aceitar o parcelamento do programa em três vezes sem juros. O cliente ainda tem direito a um cartão de fidelidade - Ancelmo Gois/O Globo domingo 22.

Estamos perdidos - A criminalidade que mata, fere e aleija é um assunto lateral da política, reservado ao discurso dos demagogos. E, no entanto, a criminalidade é onipresente no cotidiano de todas as classes sociais, em especial as mais pobres, que não têm o refrigério de, às vezes, experimentar a libertação de andar numa rua de nação desenvolvida.
O Brasil é o país com o maior número absoluto de homicídios por ano. Em  2014, foram 59.627. Ou 29 em cada 100.000 habitantes. Para mostrar como estamos longe da civilização, na Itália, a proporção é de 0,9 por 100.000 habitantes. Sim, a Itália das grandes máfias. Mais um susto estatístico: somos responsáveis por 10% de todos os assassinatos cometidos no planeta, embora sejamos apenas 3% da população mundial. O Brasil é de uma ferocidade bem calculada.
Em 2006, coordenei uma edição da Veja dedicada à criminalidade brasileira. Os repórteres levantaram as suas causas. Falta de policiamento ostensivo, investigação precária, leniência penal e sistema prisional em ruínas estão na base do nosso medo de levar um tiro. A porosidade das fronteiras também. Publicamos um mapa detalhado, para mostrar por onde entram drogas, armas e contrabando de bens. A edição foi muito elogiada por políticos, mas desde então a situação só fez piorar.
Recentemente, ouvi de um ministro que o Exército não queria ajudar no combate a traficantes e contrabandistas, porque os comandantes tinham medo de que oficiais e soldados passassem para o lado dos bandidos. Estamos perdidos - Por Mario Sabino/OAntagon!ista na sexta 20.

A foto que não quer calar

Postado no Twitter por  Paulo36  ‏@Paulox36  
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