*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Na roda viva da vida política

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá

Trecho de Roda Viva, música de Chico Buarque

  
Não é bolinho não - Em sua última aparição pública, na manhã de quinta-feira, Lula estava abatido. Cabelos desgrenhados, cabisbaixo, olhar vacilante, entristecido. Havia motivos mais que suficientes para justificar o comportamento distante. Afinal, Dilma Rousseff, a sucessora escolhida por ele para dar sequência ao projeto de poder petista, estava sendo apeada do cargo. O fracasso dela era o fracasso dele. Isso certamente fragilizou o ex-presidente, mas não só. Há dois anos, Lula vê sua biografia ser destruída capítulo a capítulo. Seu governo é considerado o mais corrupto da história. Seus amigos mais próximos estão presos. Seus antigos companheiros de sindicato cumprem pena no presídio. Seus filhos são investigados pela polícia. Dilma, sua invenção, perdeu o cargo. O PT, sua maior criação, corre o risco de deixar de existir. E para ele, Lula, o futuro, tudo indica, ainda reserva o pior dos pesadelos. O outrora presidente mais popular da história corre o risco real de também se tornar o primeiro presidente a ser preso por cometer um crime. Por Thiago Bronzatto/Veja - Leia na íntegra è Putz! Nunca antes na história deste País se resumiu tão bem a saga de um líder em queda livre... aos bancos do réu da Lava Jato.
No mais: O comportamento recente de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff oferece pistas para o sentimento prevalecente no PT. Enquanto o atual ex-presidente passou os últimos dias "abalado", "preocupado" e por vezes "deprimido" –na definição de pessoas próximas–, a quase ex-presidente passeava de bicicleta como se não estivesse à beira do abismo. Lula é o passado e o futuro do PT. Dilma Rousseff é o presente, e nada mais. Um é o fundador, o pai, o responsável pelo ápice da legenda. A outra passou pela Presidência como quem fez escala numa carreira burocrática. Não veio da política, e para a política não voltará. Os oito anos de inelegibilidade que acompanharão sua provável cassação certamente doerão, mas na prática pouco significam. CONFERE LÁ
Comentário de rodapé: “Líderes devem guiar enquanto são capazes. Depois, devem desaparecer... Suas cinzas não devem sufocar o fogo que geraram” de H.G. Wells citado por Dorrit Harazim em sua crônica As cinzas do poder, ontem, NO Globo - CONFERE LÁ

Como foi possível chegar a esse estado de coisas? 
A resposta é simples: nós, cidadãos brasileiros, somos os maiores responsáveis pela irresponsabilidade do PT. Sim, inclusive você que nunca votou em Lula ou Dilma.
É preciso constância na fiscalização e cobrança dos governantes, a fim de evitar a ruína.
Em resumo, a política deve entrar no rol das suas preocupações cotidianas, porque quase todas elas são... política!
A calçada esburacada é política; a falta de iluminação pública é política; o rio sujo é política; a mensalidade exorbitante da escola do seu filho é política; os reajustes abusivos dos planos de saúde são política; a falta de emprego é política; a ciclovia que foi tragada por uma onda é política -- até a decadência do futebol é resultado da política. Fôssemos um país bem governado, seriamos ricos o suficiente para manter os bons jogadores por aqui e importar os melhores estrangeiros.
O impeachment de Dilma Rousseff não pode ser apenas uma catarse. Tem de ser um ponto de inflexão no nosso atávico desinteresse pela política.
Política não é o fim, mas o começo.
Por Mario Sabino/O Antagonista, recebido por email na sexta 13 

Foi mal na foto
  
  
Dica pras próximas fotos dos petralhas: "A gente pega uma na bunda da outra que o sorriso sai melhor na foto", ensinava Carolina Ferraz  a Ellen Rocha  e Malu Mader na hora de serem clicadas para uma foto que promove a nova novela da Globo – Apalpe na íntegra
Comentário de rodapé: “O senhor imagina que Dilma possa voltar à Presidência? -Em política, tudo é absolutamente possível até que seja decidido de forma terminativa. Como leitor de tendências há anos, vejo ser muito difícil a reversão do quadro, mas não é impossível - Eliseu Padilha em entrevista ao jornal O Globo domingo 15 – Confira a entrevista èO problema maior, em política, é que acima de qualquer “decisão terminativa” sobrepõem-se o “fator corruptível”, ou como melhor define o Aurélio, "algo suscetível de se corromper".