Tem
dias que a gente se sente
Como
quem partiu ou morreu
A
gente estancou de repente
Ou
foi o mundo então que cresceu
A
gente quer ter voz ativa
No
nosso destino mandar
Mas
eis que chega a roda-viva
E
carrega o destino pra lá
Trecho de Roda Viva, música
de Chico Buarque
Não é bolinho não
- Em sua última aparição pública, na manhã de quinta-feira, Lula estava
abatido. Cabelos desgrenhados, cabisbaixo, olhar vacilante, entristecido. Havia
motivos mais que suficientes para justificar o comportamento distante. Afinal,
Dilma Rousseff, a sucessora escolhida por ele para dar sequência ao projeto de
poder petista, estava sendo apeada do cargo. O fracasso dela era o fracasso
dele. Isso certamente fragilizou o ex-presidente, mas não só. Há dois anos,
Lula vê sua biografia ser destruída capítulo a capítulo. Seu governo é
considerado o mais corrupto da história. Seus amigos mais próximos estão
presos. Seus antigos companheiros de sindicato cumprem pena no presídio. Seus
filhos são investigados pela polícia. Dilma, sua invenção, perdeu o cargo. O
PT, sua maior criação, corre o risco de deixar de existir. E para ele, Lula, o
futuro, tudo indica, ainda reserva o pior dos pesadelos. O outrora presidente
mais popular da história corre o risco real de também se tornar o primeiro
presidente a ser preso por cometer um crime. Por Thiago Bronzatto/Veja - Leia na íntegra è Putz! Nunca antes na história
deste País se resumiu tão bem a saga de um líder em queda livre... aos bancos
do réu da Lava Jato.
No mais: O
comportamento recente de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff oferece
pistas para o sentimento prevalecente no PT. Enquanto o atual ex-presidente
passou os últimos dias "abalado", "preocupado" e por vezes
"deprimido" –na definição de pessoas próximas–, a quase ex-presidente
passeava de bicicleta como se não estivesse à beira do abismo. Lula é o passado
e o futuro do PT. Dilma Rousseff é o presente, e nada mais. Um é o fundador, o
pai, o responsável pelo ápice da legenda. A outra passou pela Presidência como
quem fez escala numa carreira burocrática. Não veio da política, e para a política
não voltará. Os oito anos de inelegibilidade que acompanharão sua provável
cassação certamente doerão, mas na prática pouco significam. CONFERE
LÁ
Comentário de rodapé:
“Líderes devem guiar enquanto são
capazes. Depois, devem desaparecer... Suas cinzas não devem sufocar o fogo que
geraram” de H.G. Wells citado por Dorrit Harazim em sua crônica As cinzas
do poder, ontem, NO Globo - CONFERE LÁ
Como foi possível
chegar a esse estado de coisas?
A resposta é simples: nós, cidadãos brasileiros, somos os
maiores responsáveis pela irresponsabilidade do PT. Sim, inclusive você que
nunca votou em Lula ou Dilma.
É preciso constância na fiscalização e cobrança dos
governantes, a fim de evitar a ruína.
Em resumo, a política deve entrar no rol das suas
preocupações cotidianas, porque quase todas elas são... política!
A calçada esburacada é política; a falta de iluminação pública
é política; o rio sujo é política; a mensalidade exorbitante da escola do seu
filho é política; os reajustes abusivos dos planos de saúde são política; a
falta de emprego é política; a ciclovia que foi tragada por uma onda é política
-- até a decadência do futebol é resultado da política. Fôssemos um país
bem governado, seriamos ricos o suficiente para manter os bons jogadores por
aqui e importar os melhores estrangeiros.
O impeachment de Dilma Rousseff não pode ser apenas uma
catarse. Tem de ser um ponto de inflexão no nosso atávico desinteresse
pela política.
Política não é o fim, mas o começo.
Por Mario
Sabino/O Antagonista, recebido por email na sexta 13
Foi mal na foto
Dica pras próximas
fotos dos petralhas: "A gente pega uma na bunda da outra que o
sorriso sai melhor na foto", ensinava Carolina Ferraz a Ellen Rocha e Malu Mader na hora de serem clicadas para
uma foto que promove a nova novela da Globo – Apalpe
na íntegra
Comentário de
rodapé: “O senhor imagina que Dilma possa voltar
à Presidência? -Em política,
tudo é absolutamente possível até que seja decidido de forma terminativa. Como
leitor de tendências há anos, vejo ser muito difícil a reversão do quadro, mas
não é impossível” - Eliseu
Padilha em entrevista ao jornal O Globo domingo 15 – Confira
a entrevista èO
problema maior, em política, é que acima de qualquer “decisão terminativa”
sobrepõem-se o “fator corruptível”, ou como melhor define o Aurélio, "algo
suscetível de se corromper".