*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Q&M Especial: Desculpa aí... foi mal.

Sérgio Moro homologou acordo de leniência entre a empreiteira Andrade Gutierrez e o Ministério Público Federal (MPF), pelo qual a empresa pagará R$ 1 bilhão de indenização. A informação foi divulgada nesse domingo (8) pela empreiteira, que nesta segunda-feira (9) explicará os termos do acordo em nota que será publicada nos principais veículos de comunicação do País. Na nota, a empresa pede desculpas ao povo brasileiro. Confere, abaixo, um trecho desta nota:  
"Reconhecemos que erros graves foram cometidos nos últimos anos e, ao contrário de negá-los, estamos assumindo-os publicamente. Entretanto, um pedido de desculpas, por si só, não basta: é preciso aprender com os erros praticados e, principalmente, atuar firmemente para que não voltem a ocorrer" CONFERE LÁ - èA propósito, abaixo, divagações sobre o tema “desculpe, foi sem querer...”:
Redator chefe: Certo. Os jornais ensinam como se deve pensar [...].
Jornalista: Mas os jornais seguem as tendências ou as criam?
Redator chefe: As duas coisas, senhorita... As pessoas no iní­cio não sabem que tendências têm, depois nós lhes dizemos e elas percebem que a tinham... [mas], continuo com minhas lista: “fazer ome­lete sem quebrar os ovos”, “centro de gravidade do poder”, “dança das cadeiras no Senado” “agora o estrago está feito”... “o índice de audiência despencou, “trânsito lento na volta do feriado”... e, sobretudo, pedir desculpas. A Igreja Anglicana pede desculpas a Darwin... a ENEL pede desculpas pelos transtornos. Não se deve dizer que a Igreja reviu suas antigas posições sobre a rotação da Terra, mas que o papa pede desculpas a Galileu.

Jornalista - É verdade, nunca entendi se essa moda de pedir desculpas é sinal de um surto de humildade ou de puro descaramento. Você faz algo que não deveria fazer, depois pede desculpas e lava as mãos. Isso lembra a velha piada do caubói que está cavalgando pela campina e ouve uma voz do céu que o manda ir para Abilene. Em Abilene a voz o manda entrar no saloon. Depois jogar na roleta e apos­tar todo o dinheiro no número cinco. O caubói obedece, impressionado com a voz celeste, sai o dezoito e a voz sussurra: Que pena. perdemos. [...] - Trecho de uma discussão entre jornalistas onde definem chavões que podem turbinar as notícias em um jornal. Fonte “número Zero”, livro de Umberto Eco