Sérgio
Moro homologou acordo de leniência entre a empreiteira Andrade Gutierrez e o
Ministério Público Federal (MPF), pelo qual a empresa pagará R$ 1 bilhão de
indenização. A informação foi divulgada nesse domingo (8) pela empreiteira, que
nesta segunda-feira (9) explicará os termos do acordo em nota que será
publicada nos principais veículos de comunicação do País. Na nota, a empresa
pede desculpas ao povo brasileiro. Confere, abaixo, um trecho desta nota:
"Reconhecemos que
erros graves foram cometidos nos últimos anos e, ao contrário de negá-los, estamos
assumindo-os publicamente. Entretanto, um pedido de desculpas, por si só, não
basta: é preciso aprender com os erros praticados e, principalmente, atuar
firmemente para que não voltem a ocorrer" CONFERE
LÁ - èA
propósito, abaixo, divagações sobre o tema “desculpe, foi sem querer...”:
Redator chefe: Certo. Os jornais ensinam como se deve
pensar [...].
Jornalista: Mas os jornais seguem as tendências ou as
criam?
Redator chefe: As duas coisas, senhorita... As pessoas no
início não sabem que tendências têm, depois nós lhes dizemos e elas percebem
que a tinham... [mas], continuo com minhas
lista: “fazer omelete sem quebrar os ovos”, “centro de gravidade do poder”,
“dança das cadeiras no Senado” “agora o estrago está feito”... “o índice de audiência
despencou, “trânsito lento na volta do feriado”... e, sobretudo, pedir
desculpas. A Igreja Anglicana pede desculpas a Darwin... a ENEL pede desculpas
pelos transtornos. Não se deve dizer que a Igreja reviu suas antigas posições
sobre a rotação da Terra, mas que o papa pede desculpas a Galileu.
Jornalista
- É verdade, nunca entendi se essa moda
de pedir desculpas é sinal de um surto de humildade ou de puro descaramento. Você
faz algo que não deveria fazer, depois pede desculpas e lava as mãos. Isso
lembra a velha piada do caubói que está cavalgando pela campina e ouve uma voz
do céu que o manda ir para Abilene. Em Abilene a voz o manda entrar no saloon.
Depois jogar na roleta e apostar todo o dinheiro no número cinco. O caubói
obedece, impressionado com a voz celeste, sai o dezoito e a voz sussurra: Que
pena. perdemos. [...] - Trecho de uma discussão entre
jornalistas onde definem chavões que podem turbinar as notícias em um jornal. Fonte “número Zero”, livro de
Umberto Eco