*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Banalizaram a Mirian Leitão

O Brasil precisa de uma história que não o celebre, mas sim que o entenda. O Brasil é muito mais triste do que aparentaBenjamin Moser escritor e pesquisador norte-americano, que debateu interpretações de estrangeiros 


Impeachmania” - Com 68 pedidos de impeachment protocolados na Câmara dos Deputados, a presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), ultrapassou com folga o número de petições contra Fernando Henrique Cardoso (18), Itamar Franco (4) e Fernando Collor (29), juntos, quando ocupavam a Presidência. Em cinco anos e meio de governo, a petista teve exatamente o dobro de pedidos de impedimento que seu antecessor. Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teve 34 em seus oito anos de mandato. [...].
Segundo o cientista político Carlos Pereira, da Fundação Getulio Vargas, há quatro condições, presentes nos dois governos, que motivaram os pedidos: crise econômica de grandes proporções, escândalo de corrupção com envolvimento do Executivo e queda da popularidade do presidente, mobilizações de massa e quebra da coalizão governista no Legislativo.
"Os números são reveladores nesse sentido, porque nunca tivemos um escândalo bilionário dessa proporção [Lava Jato] e uma crise tão grave com desemprego e inflação. Com Dilma, houve uma reversão de expectativa. Havia a promessa de que as coisas estavam em ordem e não estavam", diz Pereira. Leia na íntegra èÉ impressionante: o Brasil conseguiu banalizar até o Impeachment. Hoje qualquer um pode “impeachchar” qualquer outro. Do sindico do prédio ao professor de matemática do seu filho; do cunhado safado à filha baderneira do vizinho do 4º andar. Quando o parlamento inglês, na segunda metade do século XIV, instituiu e colocou em prática, pela primeira vez, o “impeachment”, nunca pensou que séculos depois esse instrumento jurídico virasse moeda de troca nas bancas do Feirão da política brasileira. Hoje o impeachment, assim como a batata, o tomate e o feijão, interfere no índice da inflação do País.
-Esse mês o vilão da inflação foi o impeachment do deputado Fulano de tal, que foi negociado no mercado a uma taxa de 36,982% por delação premiada. Uma alta de mais de 15% em relação ao mesmo período no ano passado quando do impeachment do deputado Sicrano - informa Mirian Leitão, direto de Brasília, para o Jornal Nacional.

Aleluia irmão!
Da série: “Os missionários das burras cheias”

  
Ricardo Lewandowski - aleluia irmão! - agindo flagrantemente em desacordo com a lei, parece que tentou de algum modo constranger o juiz federal Sérgio Moro. Na calada da noite da última quarta-feira (6) um inusitado despacho do presidente do STF deu a Sérgio Moro um prazo de 48 horas para esclarecer sua decisão de ter autorizado e retirado o sigilo das conversas gravadas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Notadamente a decisão atende a defesa de Lula que vislumbra suspender as investigações da Operação Lava Jato... no sentido de que todos as peripécias do ex-presidente passem a tramitar exclusivamente no aconchegante STF.
Lewandowski - aleluia irmão! - deu com os burros n'água! Mesmo que todas as interceptações telefônicas feitas na investigação contra Lula, sejam derrubadas, isso não terá efeito nas denúncias que o MPF prepara contra o ex-presidente. Isto porque os grampos em nenhum momento foram utilizados para instruir os processos da Lava Jato.
As conversas do ex-presidente tiveram tão somente a consequência que Moro pretendia, ou seja, o efeito midiático, no sentido de conseguir o que ele vem pedindo reiteradamente, o apoio popular, para tanto buscou demonstrar como Lula age no submundo. Nenhum pedido cautelar, sejam buscas e apreensões, a quebra de sigilo bancário e a condução coercitiva dele, nada foi feito com base nas gravações. CONFERE LÁ
Nota de rodapé: Conforme já divulgado na postagem de ontem, as saudações “aleluia irmão!” são por conta da equipeQ&M, em tributo a seita “Os missionários das burras cheias” etc... etc... Aleluia!

“Acho muito boas as decepções recentes. Elas nos fazem avançar, mesmo de lado, como siris-do-mangue. O Brasil evolui pelo que perde e não pelo que ganha. Sempre houve no país uma desmontagem contínua de ilusões históricas. Esse é nosso torto processo: com as ilusões perdidas, com a história em marcha a ré, estranhamente, andamos para a frente. O Brasil se descobre por subtração, não por soma. Chegaremos a uma vida social mais civilizada quando as ilusões chegarem ao ponto zero. Erramos muito, quando vivíamos cheios de fé e esperança - dois sentimentos paralisantes” Trecho da crônica “Nosso atraso ficou atrasado” de Arnaldo Jabor/GloboLeia na íntegra