Os que sofrem de insônia sabem
como é penoso quando o sono termina às 3h da manhã e é preciso esperar o dia
começar, sem muita alternativa. Passam-se longas horas de um descanso meio
dolorido, quando a mente procura se organizar, planejar o dia, refletir sobre o
sentido da vida, tudo misturado com os sonhos e pesadelos de uma noite mal
dormida.
Assim estamos todos, esperando já
despertos a homologação definitiva do afastamento de Dilma Rousseff e o
encerramento oficial de um dos mais nefastos episódios de experimentalismo
econômico que a nossa história registra.
A tragédia econômica, como se
sabe, terá como apogeu a pior recessão da nossa história, medida pela sequência
de quedas no PIB em 2015 e 2016, superando a Grande Depressão. É um recorde,
numa modalidade sombria, a dos fracassos, e não há atenuante, nenhuma crise ou
choque externo, tampouco bodes expiatórios. Pobre Guido Mantega, diante de cuja
disciplina é mais correto contar seus dias no ministério da Fazenda como
vacância do que lhe atribuir a autoria de feitos urdidos pela chefia. Não deve
haver nenhuma dúvida sobre quem mandava, e como as coisas eram conduzidas.
Pode-se contar a história de
Dilma Rousseff, na melhor versão, ainda que um tanto inverossímil, como um
fracasso econômico honesto. Ideias heterodoxas, genuinamente de esquerda, com
tonalidades brizolistas e taninos populistas, implementada por subordinados
descritos como “radicais porém sinceros”, uma expressão consagrada no governo
militar para conferir indulgência a alguns psicopatas disparando fogo amigo. Leia
na íntegra