O maior incêndio da História brasileira foi
também o episódio mais marcante da vida de Ivo Pitanguy - e uma das atuações
mais elogiadas de sua carreira. O fogo que destruiu o Gran Circo
Norte-Americano, em Niterói, no dia 17 de dezembro de 1961, fez mais de 500
mortos. Destes, cerca de 70% eram crianças, que morreram queimadas, asfixiadas
ou pisoteadas.
Entre os mais de 600 feridos,
muitos ficaram desfigurados e alguns, mutilados. Após ouvir a notícia da
tragédia pelo rádio, o então jovem cirurgião plástico, de 35 anos, correu com
sua equipe para o hospital ao qual eram levadas as vítimas.
Ele ainda não sabia da real
dimensão do desastre, mas atravessou a Baía de Guanabara de barca - ainda não
existia a Ponte Rio-Niterói - para operar vítimas. Chegando lá, ao se dar conta
das grandes proporções do acidente, Pitanguy articulou a formação de um grupo
de cirurgiões plásticos para prestar atendimento a mais pessoas.
"A experiência que marcou mais fortemente a minha vida foi o tratamento
das vítimas do incêndio do circo de Niterói. O que presenciei naquele dia
superou os mais terríveis pesadelos. Ainda hoje soam em meu ouvido os gemidos e
os lamentos das vítimas" escreveu em sua autobiografia "Aprendiz
do tempo" (Nova Fronteira), lançada em novembro de 2007. Clique
aqui e leia a mais sobre Ivo Pitanguy
Nota obituária de rodapé: Você
pode tá pensando que errei o tempo do verbo, no título desta postagem, já que
“o cara” morreu no sábado (6). Errei não! Gente comum, como eu, por exemplo,
quando morre fica sendo conjugada no pretérito perfeito ou seja: “O Dantas,
embora isso ou aquilo, morreu etc...” – no exemplo achei melhor usar
o “etc”. Mas algumas poucas pessoas, como no caso o Pitanguy, mesmo morto vai
serão sempre conjugadas no presente.