Se Gilmar Mendes tem algum amigo,
talvez tenha chegado a hora de esta boa alma aproximar-se dele e sugerir calma.
Porque o mais falastrão ministro do STF está com a língua mais solta do que
nunca. Em aspas publicadas pelo Estadão, o juiz não esconde a indignação com a
capa da Veja sobre Dias Toffoli, aquela em que este membro da Suprema
Corte é apontado como alvo da delação premiada de Léo Pinheiro, ex-presidente
da OAS. No trecho mais forte, e insinuando que o vazamento chegou à revista por
intermédio dos procuradores da Lava Jato, as palavras de Mendes soam
ameaça, e das fortes. Diz ele:
“Isso não vai prosseguir assim, a gente tem instrumentos para se colocar
freios. É preciso colocar freios nisso, nesse tipo de conduta. No caso
específico do ministro Toffoli, provavelmente entrou na mira dos investigadores
por uma ou outra decisão que os desagradou. (…) Isso já ocorreu antes no
Brasil. O cemitério está cheio desses heróis. Mesmo no elenco dos
procuradores. Ninguém pode esquecer de Guilherme Schelb, Luiz Francisco e
tantos mais (procuradores da República que foram acusados de abusos). Estamos
preocupados, mas está dado o recado.”
Curiosamente, Mendes fecharia o
desabafo defendendo a lei desengavetada por um Renan Calheiros cada vez mais
acuado por investigações. E assim falou: “Depois não querem a Lei do Abuso
de Autoridade. É muito curioso.” Mais curioso ainda é um ministro que se
expressa nesses termos reclamar de abuso de autoridade. CONFERE
LÁ
Nota
de rodapé: “A cúpula da
Lava Jato fez um diagnóstico do episódio da suspensão da delação de Léo
Pinheiro, segundo o Painel da Folha: o avanço das investigações sobre o
Judiciário pode acabar impondo um freio à operação” - O Antagonista nesta quarta(24), por
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