“É difícil dizer qual a cena mais impactante
do filme Titanic, mas com certeza uma delas é a que três violinistas tocam a
melodia ‘Bethany’ enquanto o navio parte ao meio e começa a afundar”
Foca Veiga
A
gente achava que o Brasil estava doente.
Terminal.
Que não tinha mais salvação.
A
gente achava que precisava, quem sabe, de um herói.
Ou
de um reset.
A
gente que é cínico, sarcástico, ranzinza e mal humorado.
Estava
na lona, nocauteado por esse país.
Só
esperando o gongo final.
Aí
vem você, Rio de Janeiro, e me apronta essa.
Justo
o Rio de tantos problemas, de tantas críticas.
Bem
o Rio, do Eduardo, da Ciclovia.
Por
quatro horas, fez essa lavagem cerebral na gente.
Esfregou
na nossa cara que continua lindo.
Esfregou
na nossa cara a nossa música.
Esfregou
na nossa cara as nossas cores.
Esfregou
na nossa cara o que somos.
E
mostrou que doente não é o Brasil.
Doente
é a canalhada de nossos políticos.
A
gente só precisava de um pouquinho de orgulho.
Só
um pouquinho.
E
o Rio nos deu uma overdose.
Obrigado
Rio de Janeiro.
Era
só isso que a gente precisava.
Dessa
gente bronzeada mostrando seu valor.
Texto de “Mentor Neto”(sic), enviado por amigas(os) via watsapp/email
A conta dos sonhos
ficará no Brasil - Daqui até o fim dos jogos, centenas de jovens
subirão nos pódios, baixarão a cabeça e receberão as medalhas de ouro das
Olimpíadas do Rio. Serão momentos de sonho, felicidade e alegria. Da alegria
dos jovens que sorriam para o mundo durante o desfile dos atletas na festa da
abertura. Nada reduzirá a beleza dessas cenas. Para os brasileiros, ficarão os
momentos de sonho e a conta. Alguém ainda fará o cálculo da fatura dos custos
diretos e indiretos transferidos à Viúva. Chutando para cima, poderá chegar a
R$ 500 milhões.
O Maracanã, joia da privataria do
governo do Rio e da Odebrecht, tornou-se um magnífico elefante branco,
incomparável em noites de festa. A manutenção das instalações olímpicas custará
R$ 59 milhões anuais num estado cuja rede de saúde pública entrou em colapso. A
máquina de marquetagem que prometeu Olimpíadas sem dinheiro público voava nas
asas dos jatinhos de Eike Batista, o homem mais rico do Brasil, candidato ao
pódio mundial. Era o tempo em que os governantes torravam o dinheiro achando
que o pré-sal cobriria qualquer projeto. Elio Gaspari/O Globo domingo(7)
Aliás: A
crise de autoestima que avança que nem um furacão sobre o Brasil perdeu
intensidade, sexta, no Maracanã, quando a plateia, depois do belo espetáculo de
abertura da Rio-2016, entoou a velha canção: "Eu sou brasileiro, com muito
orgulho, com muito amor...!" A festa mostrou nossa capacidade de celebrar,
mas não resolveu nossos problemas. No entanto, como diz um verso do poeta
Vinícius de Moraes: "É melhor ser alegre do que triste." Ancelmo Gois/O
Globo domingo(7)
A trégua
será automática
se a Olimpíada transcorrer em relativa paz e com poucas falhas de organização.
Não há implicância pessoal com o Rio de Janeiro. Ao contrário. Existe até
benevolência. Se fizer sol, então, o carioca e o turista aproveitarão cada
minuto de luz, beleza e festa nesse cenário de águas e montanhas. Já é assim no
Porto Maravilha, na Praça Mauá, no Museu do Amanhã, no VLT (Veículo Leve sobre
Trilhos). São legados positivos de um prefeito que às vezes lembra o comediante
Peter Sellers, no filme Um convidado bem trapalhão (The party).
Paes espera ser vaiado na festa
de encerramento da Olimpíada 2016. Foi o que disse ao presidente interino,
Michel Temer: “Fique tranquilo que o senhor receberá a vaia da largada, e eu
recebo a da saída”. Por que tudo mudou tão rápido? [...].
Desejo a Paes toda a sorte do
mundo na Olimpíada. Pelo bem do Rio, do Brasil, dos atletas e dos amantes dos
Jogos. O prefeito já disse o que fará depois. “Vou tomar um porre. Vou ouvir
samba e beber cerveja.” Cuidado com a ressaca. - Trechos da crônica “Paes, um
prefeito bem trapalhão”, por Ruth de Aquino – CONFERE
LÁ
A
cereja do bolo
“Ela ama o Brasil. Ela nunca esqueceu de onde veio. Sou suspeito para
falar, mas acho que ela é alguém que representa o país. Ela se manteve
verdadeiramente nas suas origens. Se você for à nossa casa, pensará que estamos
vivendo no Brasil, todo mundo lá fala português! Nós tivemos criações
familiares muito parecidas e família é algo muito importante para nós...
Encontrei uma ótima parceira para a vida", declarou Tom Brady marido de Gisele Bündchen.
(1)
A frase do titulo desta postagem é
de Thomas Bach, presidente do COI, na sexta(5).
(2)
O “The Washington Post” disse que,
por pelo menos uma noite, o Rio se aqueceu com o que faz de melhor: “Esse é um
país especialista em festa”.
(3)
Quando o presidente do COI, Thomas
Bach, disse que a Olimpíada seria realizada “à la Brasil”, deixou uma pergunta
no ar. Isso é bom ou ruim? Os próprios jornalistas, quando repetiam a expressão
“à la Brasil”, com um sorriso, acrescentavam: no bom sentido. O próprio Thomas
Bach declarou que usou o termo pensando na alegria e emoção dos brasileiros.
Dizem que os estrangeiros na Cidade Olímpica têm uma expressão mais simples
para explicar a sucessão de pequenos problemas: TIB = This is Brazil. Fernando Gabeira/O Globo
(4)
A melhor parte do show, segundo o britânico "The
Guardian", foi quando o astro do samba Paulinho da Viola apareceu de terno
azul e dedilhou o Hino Nacional no violão. Simples e elegante.
(5)
O “The New York Times” disse que a
abertura glamorosa, apesar da preocupação com o orçamento, disfarçou as feridas
do Brasil por algumas horas e deixou o país celebrar sua história.
(6)
A família de Vinicius de Moraes, está
aborrecidíssima com o Comitê Organizador da Rio-2016. É que no lindo momento em
que Gisele Bündchen desfila pelo Maracanã ao som de "Garota de
Ipanema", um foto de Tom Jobim apareceu em destaque, para o mundo todo.
Mas... só a de Tom, e nenhuma referência foi feita a Vinicius, que é coautor do
clássico. O Comitê Rio 2016 tenta agora contornar a situação, pois a família já
estuda uma ação judicial. Ancelmo Gois/O Globo