*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

"Não quero nunca mais viver o que estamos vivendo"(1)

É difícil dizer qual a cena mais impactante do filme Titanic, mas com certeza uma delas é a que três violinistas tocam a melodia ‘Bethany’ enquanto o navio parte ao meio e começa a afundarFoca Veiga

A gente achava que o Brasil estava doente.
Terminal. Que não tinha mais salvação.
A gente achava que precisava, quem sabe, de um herói.

Ou de um reset.
A gente que é cínico, sarcástico, ranzinza e mal humorado.
Estava na lona, nocauteado por esse país.
Só esperando o gongo final.

Aí vem você, Rio de Janeiro, e me apronta essa.
Justo o Rio de tantos problemas, de tantas críticas.
Bem o Rio, do Eduardo, da Ciclovia.
Por quatro horas, fez essa lavagem cerebral na gente.

Esfregou na nossa cara que continua lindo.
Esfregou na nossa cara a nossa música.
Esfregou na nossa cara as nossas cores.
Esfregou na nossa cara o que somos.

E mostrou que doente não é o Brasil.
Doente é a canalhada de nossos políticos.
A gente só precisava de um pouquinho de orgulho.
Só um pouquinho.

E o Rio nos deu uma overdose.
Obrigado Rio de Janeiro.
Era só isso que a gente precisava.
Dessa gente bronzeada mostrando seu valor.
Texto de “Mentor Neto”(sic),  enviado por amigas(os) via watsapp/email 

  
A conta dos sonhos ficará no Brasil - Daqui até o fim dos jogos, centenas de jovens subirão nos pódios, baixarão a cabeça e receberão as medalhas de ouro das Olimpíadas do Rio. Serão momentos de sonho, felicidade e alegria. Da alegria dos jovens que sorriam para o mundo durante o desfile dos atletas na festa da abertura. Nada reduzirá a beleza dessas cenas. Para os brasileiros, ficarão os momentos de sonho e a conta. Alguém ainda fará o cálculo da fatura dos custos diretos e indiretos transferidos à Viúva. Chutando para cima, poderá chegar a R$ 500 milhões.
O Maracanã, joia da privataria do governo do Rio e da Odebrecht, tornou-se um magnífico elefante branco, incomparável em noites de festa. A manutenção das instalações olímpicas custará R$ 59 milhões anuais num estado cuja rede de saúde pública entrou em colapso. A máquina de marquetagem que prometeu Olimpíadas sem dinheiro público voava nas asas dos jatinhos de Eike Batista, o homem mais rico do Brasil, candidato ao pódio mundial. Era o tempo em que os governantes torravam o dinheiro achando que o pré-sal cobriria qualquer projeto. Elio Gaspari/O Globo domingo(7)
Aliás: A crise de autoestima que avança que nem um furacão sobre o Brasil perdeu intensidade, sexta, no Maracanã, quando a plateia, depois do belo espetáculo de abertura da Rio-2016, entoou a velha canção: "Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor...!" A festa mostrou nossa capacidade de celebrar, mas não resolveu nossos problemas. No entanto, como diz um verso do poeta Vinícius de Moraes: "É melhor ser alegre do que triste." Ancelmo Gois/O Globo domingo(7)

A trégua será automática se a Olimpíada transcorrer em relativa paz e com poucas falhas de organização. Não há implicância pessoal com o Rio de Janeiro. Ao contrário. Existe até benevolência. Se fizer sol, então, o carioca e o turista aproveitarão cada minuto de luz, beleza e festa nesse cenário de águas e montanhas. Já é assim no Porto Maravilha, na Praça Mauá, no Museu do Amanhã, no VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). São legados positivos de um prefeito que às vezes lembra o comediante Peter Sellers, no filme Um convidado bem trapalhão (The party).
Paes espera ser vaiado na festa de encerramento da Olimpíada 2016. Foi o que disse ao presidente interino, Michel Temer: “Fique tranquilo que o senhor receberá a vaia da largada, e eu recebo a da saída”. Por que tudo mudou tão rápido? [...].
Desejo a Paes toda a sorte do mundo na Olimpíada. Pelo bem do Rio, do Brasil, dos atletas e dos amantes dos Jogos. O prefeito já disse o que fará depois. “Vou tomar um porre. Vou ouvir samba e beber cerveja.” Cuidado com a ressaca. - Trechos da crônica “Paes, um prefeito bem trapalhão”, por Ruth de AquinoCONFERE LÁ 

A cereja do bolo
     

Ela ama o Brasil. Ela nunca esqueceu de onde veio. Sou suspeito para falar, mas acho que ela é alguém que representa o país. Ela se manteve verdadeiramente nas suas origens. Se você for à nossa casa, pensará que estamos vivendo no Brasil, todo mundo lá fala português! Nós tivemos criações familiares muito parecidas e família é algo muito importante para nós... Encontrei uma ótima parceira para a vida",  declarou Tom Brady marido de Gisele Bündchen.

(1) A frase do titulo desta postagem é de Tho­mas Ba­ch, presidente do COI, na sexta(5).
(2) O “The Washington Post” disse que, por pelo menos uma noite, o Rio se aqueceu com o que faz de melhor: “Esse é um país especialista em festa”.
(3) Quando o presidente do COI, Thomas Bach, disse que a Olimpíada seria realizada “à la Brasil”, deixou uma pergunta no ar. Isso é bom ou ruim? Os próprios jornalistas, quando repetiam a expressão “à la Brasil”, com um sorriso, acrescentavam: no bom sentido. O próprio Thomas Bach declarou que usou o termo pensando na alegria e emoção dos brasileiros. Dizem que os estrangeiros na Cidade Olímpica têm uma expressão mais simples para explicar a sucessão de pequenos problemas: TIB = This is Brazil. Fernando Gabeira/O Globo
(4) A melhor parte do show, segundo o britânico "The Guardian", foi quando o astro do samba Paulinho da Viola apareceu de terno azul e dedilhou o Hino Nacional no violão. Simples e elegante.
(5) O “The New York Times” disse que a abertura glamorosa, apesar da preocupação com o orçamento, disfarçou as feridas do Brasil por algumas horas e deixou o país celebrar sua história.
(6) A família de Vinicius de Moraes, está aborrecidíssima com o Comitê Organizador da Rio-2016. É que no lindo momento em que Gisele Bündchen desfila pelo Maracanã ao som de "Garota de Ipanema", um foto de Tom Jobim apareceu em destaque, para o mundo todo. Mas... só a de Tom, e nenhuma referência foi feita a Vinicius, que é coautor do clássico. O Comitê Rio 2016 tenta agora contornar a situação, pois a família já estuda uma ação judicial. Ancelmo Gois/O Globo