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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

"O impeachment de Dilma Rousseff", por Janaina Paschoal

Durante a semana que passou a advogada Janaina Paschoal tem postado diariamente, em sua conta no twitter, explicações sobre o processo de impeachment de denúncia por crime de responsabilidade - que iniciou-se em dezembro de 2015 -, contra Dilma Roussef, oferecido pelo procurador de justiça aposentado Hélio Bicudo e pelos advogados Miguel Reale Júnior e a própria Janaina. Abaixo reunimos alguns destes “posts”, que têm o intuito de “traduzir”, para nós leigos, os principais pontos deste processo

-A empresa Brasken foi beneficiária do Programa PSI, do BNDES. Entre 2014 e 2015, essa empresa recebeu 350 milhões do nosso dinheiro. Entenderam?
-Brasken recebe 350 milhões nossos e repassa entre 400 e 500 milhões para um esquema de propina para comprar desoneração. Isso significa que eles nem usam o dinheiro deles para cometer as ilegalidades.

-Vocês podem perguntar: mas o que isso tem a ver com o impeachment? Resposta: tudo.
-O governo alega que houve uma subavaliação das receitas...
-Entre as maiores beneficiárias do PSI, estão as empresa Petrobrás e Brasken. Eles as alimentavam por um lado e sangravam por outro.

-Eles armaram esquemas com o nosso dinheiro! Foi para alimentar esses esquemas, que a Presidente lançou mão das pedaladas fiscais (centro do pedido de impeachment). Lembram?
-As pedaladas ocorreram na Caixa Econômica Federal, no BNDES (Programa PSI) e no Banco do Brasil (Plano Safra). Entre as maiores beneficiárias do PSI, estão as empresa Petrobrás e Brasken.
-Alguém comenta que isso não é propina, mas roubo. Trocando a terminologia, tem razão.

-Em uma palestra na USP, eu expliquei que, tecnicamente, para se falar em corrupção, é necessário que um particular use seu próprio dinheiro. No caso do Petrolão, como ocorreu no Mensalão (em menor grau), eles desviam dinheiro público para fazer os "Pagamentos".

-É peculato! O que aconteceu nos últimos anos, no Brasil, foi muito pior do que corrupção. Uma sangria jamais vista, no mundo! Desvio de dinheiro público. Expliquei na Câmara, expliquei no Senado, quando fui ouvida por mais de 9 horas! Explicamos na denúncia e nas demais petições.
-Não é possível que ninguém enxergue! Petrolão, Pedaladas e Decretos estão interligados! Quem era a autoridade central em tudo isso?

-É importante que esses pontos fiquem claros, para que as pessoas entendam que o impeachment não foi pedido por um probleminha contábil

-A cada delação, o que foi descrito na nossa denúncia fica mais evidente, ainda assim, a propaganda de que não haveria crime prospera (!?)

-Eventual acordo para absolvição implicaria permitir ao PT gritar ainda mais alto, para o mundo, que foi vítima de uma perseguição infundada
-Às vezes, por compaixão, alguém poderia dizer que querer a condenação, apesar da renúncia, seria excesso de punitivismo, quase crueldade.

-Se, diante de uma renúncia, o Congresso decidir encerrar o processo, sem analisar o mérito, eu aceitaria, apesar de a lei dizer o contrário.
-Vejam, acho a hipótese tão absurda, que a comento apenas para que a população tenha claro o que um acordo dessa natureza representaria.
-No entanto, querer trocar renúncia por absolvição, seria um acinte, uma afronta a todos nós.

-Este é um caso diferente. Meu cliente é o Brasil. Eu não tenho como fazer uma reunião com todos os brasileiros, por isso discuto com vocês.
Janaina Paschoal - ‏@JanainaDoBrasil