*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

“Brasil joga fora o seu futuro”

O Fundo Monetário Internacional manteve a previsão de que o Brasil só voltará a ter um superávit primário (economia que o governo precisa fazer para pagar os juros da dívida pública quando as receitas superam as despesas) a partir de 2020, segundo o relatório “Fiscal Monitor”, divulgado nesta quarta-feira (5). O órgão prevê que as contas do setor público no Brasil continuarão a colecionar rombos, ainda que cada vez menores, pelo menos até 2019. Publicado no Globo Economia

A mais cruel notícia da última semana veio do mercado de trabalho. De acordo com o IBGE, foram consultadas 166 milhões de pessoas em idade de trabalhar. Delas, 64 milhões declararam-se fora do mercado: nem trabalham, nem procuraram emprego. Isso nos deixa com uma força de trabalho da ordem de 102 milhões: 90 milhões declararam que estavam empregados e 12 milhões afirmaram que procuraram emprego no período mas não tiveram sucesso — ou seja, estavam desempregadas por definição.
Desses números emerge a assustadora taxa de desemprego de 11,8% (12/102 x 100). Em termos físicos: de cada dez pessoas que podem e querem trabalhar, uma está desempregada. Mais preocupante ainda é a revelação de que, na faixa de 18 a 24 anos de idade, uma em cada quatro está desempregada!
Não há tragédia mais dolorosa imposta a uma sociedade do que a de dissipar a sua maior riqueza, os seus cidadãos, roubando-lhes a oportunidade de se realizarem no exercício de uma atividade decente que lhes dê identidade e os qualifique entre os seus pares. E quando ela se concentra sobre a sua juventude, o país joga fora o seu futuro!
Diante desses fatos, o presidente Temer, que, na qualidade de vice, nunca foi consultado nem cheirado em matéria de economia, mostrou a sua preocupação, mas pôs os pingos nos "is": "a culpa pelo alto desemprego não é minha". E tem razão.
O alto nível de desemprego é o resultado não intencional de uma política econômica voluntarista e insensata que, a pouco e pouco, desde 2012, foi desconstruindo a confiança da sociedade no governo. Este atingiu o paroxismo e consagrou o seu completo alheamento quando escondeu a verdadeira situação do país, à custa da propaganda enganosa, para reeleger-se. Trechos do artigo “Com alto índice de desemprego, Brasil joga fora o seu futuro” de Delfim Netto/FolhaLeia na íntegra