*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Crises e Milagres

Limitar os gastos do governo é essencial, porém não suficiente. O teto ainda é alto. É preciso enxugá-los, como disse a economista Monica de Bolle, em entrevista a O Globo. O ideal seria estabelecer metas de cortes anuais, até que se chegue a um Estado mínimo que não esfole os pagadores de impostos. Políticos vão dizer que é impossível. Mentira. Que a máquina não é obesa. Mentira... Também chega de a União socorrer governos estaduais e municipais perdulários e incompetentes. Faça-se uma reforma tributária de verdade, para que não sejam obrigados a repassar somas colossais à União, e eles que se virem. Estou longe de ser um anarco-capitalista, sou a favor do Estado, mas não esse que está aí. Quero mais: quero menosO Antagonista

Em meio à grave crise fiscal, os governos estaduais já preveem dificuldades para pagar o 13º e o restante dos salários de servidores públicos até o fim do ano. Os Estados evitam admitir oficialmente que não há caixa para pagar o benefício, mas pelo menos sete de 24 unidades da Federação consultadas pelo jornal O Estado de S. Paulo reconhecem que não há definição de como e quando o 13º será depositado na conta de 2 milhões de servidores. [...]. O Rio, que tem uma das situações mais difíceis e quer ajuda da União, oficialmente diz que está estudando alternativas. Mas fontes do governo fluminense afirmam que não há recursos suficientes para quitar sequer a folha de outubro, mesmo se o governo não pagasse mais nada fora despesa de pessoal. Caso o governo atrase o 13º, cerca de 470 mil servidores ativos, inativos e pensionistas poderiam ser afetados. CONFERE LÁ
Enquanto isso... “Pelo menos 112 concursos públicos no país estão com inscrições abertas nesta segunda-feira (10) e reúnem 17.081 vagas em cargos de todos os níveis de escolaridade. Os salários chegam a R$ 33.762 na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).” CONFERE LÁ

-Perguntas entaladas: O dinheiro para pagar o salário deste pessoal, que irá ocupar os 17.081 cargos vagos, seria uma versão do “milagre da multiplicação dos peixes”? Estes 17.081 cargos, vagos, precisam mesmo ser preenchidos para tocar a máquina pública ou bastaria trocar uma meia dúzia de “administradores” incompetentes por outros... competentes?

A crise do estado está levando a rede de saúde a uma situação dramática. Com 67 hospitais, institutos e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), a pasta acumula uma dívida de cerca de R$ 1,8 bilhão com fornecedores, grande parte (R$ 1,5 bilhão) relativa a débitos feitos até dezembro passado. E a penúria parece não ter remédio. Dos R$ 3,2 bilhões que deveriam ter sido repassados pela Secretaria de Fazenda para a saúde este ano, só foi transferido R$ 1,4 bilhão, cerca de 40%.
A Secretaria de Saúde informou que, para manter um atendimento adequado, são necessários pelo menos R$ 300 milhões por mês, mas os valores enviados à pasta não têm chegado nem perto. Este mês, com o agravamento da crise, os recursos ficaram mais escassos, levando hospitais gerais, como o Getúlio Vargas, na Penha, a suspenderem as cirurgias eletivas. CONFERE LÁ
Nota de rodapé da crise - A denúncia oferecida nesta segunda-feira contra o ex-presidente Lula e outras dez pessoas, o Ministério Público Federal afirma que José Ferreira da Silva, irmão de Lula, recebeu ao menos R$ 20 mil para despesas pessoais, entre elas seu plano de saúde, como parte da retribuição da Odebrecht às vantagens possibilitadas pelo ex-presidente em contratos da empreiteira em Angola. CONFERE LÁ

O que é voto válido? - Sem falar nas abstenções, que bateram recordes em várias capitais do país, nas recentes eleições municipais houve também uma enxurrada de votos brancos e nulos, que são considerados inválidos pela Justiça Eleitoral. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), numa jurisprudência do século passado, considera que votos nulos não existem, "é como se nunca tivessem sido dados".
Essa interpretação mais parece uma alienação dos especialistas em lei eleitoral do que uma decisão baseada em alguma boa base técnica. Ignorar o recado que as urnas enviaram aos nossos políticos, considerando que os votos nulos nunca existiram, é um reflexo na legislação oficial da leniência com que tratamos nossas mazelas político-partidárias. Os votos em branco eram considerados válidos até a Constituição de 1988, quando também entraram na lista dos não-votos, que não influem no resultado das eleições. Na eleição municipal de domingo passado, houve o maior índice de votos brancos e nulos no Rio de Janeiro desde a implantação das urnas eletrônicas, em 1966. Por Merval Pereira/O GloboLeia na íntegra

   
Só milagre - A proposta de reforma da Previdência que está nas mãos do presidente Michel Temer prevê o fim da aposentadoria especial para deputados e senadores. Hoje, eles contribuem para um regime especial, mas, a partir da aprovação do texto, quem se eleger não terá mais acesso a este sistema, indo direto para o regime geral de Previdência (idade mínima de 65 anos, tempo mínimo de contribuição de 25 anos e teto de R$ 5.189) do INSS. Segundo uma fonte do governo que participou da elaboração da proposta, no caso dos congressistas não haverá transição.
Assim que a reforma for aprovada, os novos deputados e senadores não terão acesso ao sistema especial. Isso deverá ocorrer já para os que forem eleitos em 2018 e também aos suplentes que assumirem cadeiras na Câmara e no Senado como titulares, no momento em que a lei passar a vigorar.
Para um auxiliar do presidente, a medida poderá despertar alguma reação corporativa. Porém, a avaliação é que os congressistas terão que “dar o exemplo", já que a reforma limitará benefícios à grande maioria dos trabalhadores.
-Para operar este milagre, Temer vai precisar da ajuda de Santa Rita, considerada a santa das causas impossíveis. Ou Moisés, pra ajudar abrir essa "passagem"... ou os dois.