O Instituto
Lula anda mais deserto que enterro de indigente. Os patrocinadores do camelô de
empreiteiras disfarçado de palestrante estão na cadeia ou usando tornozeleiras.
Também sumiram reitores querendo transformar em doutor honoris causa alguém que
nunca leu um livro nem aprendeu a escrever. E os candidatos que faziam o diabo
para enfeitar o palanque com o campeão de votos hoje fogem de Lula como o diabo
da cruz. Com a agenda tão vazia quanto a de Dilma Rousseff, o réu da Lava Jato
tem todo o tempo do mundo para conversar com o bando de advogados. O
ex-presidente que ninguém visita dorme e acorda pensando em como livrar-se da
visita à República de Curitiba. Não vai conseguir. Augusto Nunes/Veja
“Nunca entre num
lugar de onde tão poucos conseguiram sair”, alertou Adam Smith. “A consciência tranquila ri-se das mentiras da fama”, cravou
o romano Ovídio. “Corrupção é o
bom negócio para o qual não me chamaram”, ensinou o Barão de
Itararé.
E na contramão de todos está alguém
que abriu mão de si mesmo pelo poder. Lula construiu uma história de vida capaz
de arrastar emoções e o levar à presidência. Agora, de modo desprezível, o
mesmo Lula destrói-se por completo.
Não é preciso resgatar o tríplex,
o sítio ou os R$ 30 milhões em “palestras” para atestar a derrocada do
ex-presidente. Basta tão somente reparar a figura pitoresca na qual Lula se
tornou.
O operário milionário sempre
esbanjou o apoio popular e tomou para si o mérito de salvar o país da miséria.
Contudo, junto disso, entregou-se aos afetos das maiores empreiteiras, não viu
mal em lotear a máquina pública, nem constrangeu-se em liderar uma verdadeira
organização criminosa.
Sem hesitar, brincou com os
sonhos do povo e fez de seu filho, ex-faxineiro de zoológico, um megaempresário.
Aceitou financiamentos regados a corrupção, fez festa junina pra magnatas e
mentiu, mentiu e mentiu. O resultado, enfim, chegou: ao abrir mão de si mesmo,
Lula perdeu o povo.
Pelas ruas, o ex-presidente é
motivo de indignação e fonte de piadas. Lula virou chacota, vergonha, deboche.
Restou-lhe a militância do pão com salame e aqueles que tratam a política com
os olhos da fé messiânica.
Seu escárnio da lei confirma sua
queda. Lula ainda enxerga o Brasil como um rebanho de gado e não percebe que
está só, cercado por advogados que postergam seu coma moral. Enquanto ofende o
judiciário e todos aqueles que não beijam seus pés, Lula trancafia-se na bolha
de quem ainda acredita que meia dúzia de gritos e cuspes podem apagar os fatos.
O chefe entrou num mundo sem
saída, trocou sua consciência pelo poder e corrompeu-se até dissolver sua
essência. Lula morreu faz tempo. Restou-lhe, apenas, uma carcaça podre que
busca a vida eterna no inferno de si mesmo. Por Gabriel
Tebaldi professor da Ufes, enviado por Célia Du Bocage