“Lula apoiou pesado Fernando Haddad. Lula
fez comício para Marcio Pochmann, em Campinas. Haddad não chegou ao segundo
turno. Pochmann ficou em terceiro lugar. Dilma foi às ruas para eleger Raul
Pont, em Porto Alegre. Fez comício para Jandira Feghali no Rio de Janeiro.
Derrotas indiscutíveis. Quem no segundo turno irá pedir o apoio dos dois? Façam
suas apostas” Lauro Jardim/O Globo
Investigadores da Operação Lava Jato em uma sala isolada da Polícia
Federal em Curitiba, o ex-ministro Antônio Palocci corria em círculos no pátio
do mesmo prédio, aproveitando as duas horas de banho de sol diárias. Calado, o
ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil dos governos Lula e Dilma, preso desde
segunda-feira (26) pela 35ª fase da operação, limitava-se a responder a uma ou
outra pergunta dos companheiros de cela.
Suspeito de ter gerenciado R$ 128
milhões de propinas da Odebrecht para o PT e também de privilegiar interesses
da empresa junto ao governo, Palocci está detido na mesma carceragem
que o herdeiro da empreiteira, preso há um ano e três meses. O tempo em que os
dois partilhavam os mesmos interesses e se viam com regularidade
–aproximadamente uma vez por mês–, no entanto, ficou para trás. Embora estejam
presos na mesma carceragem, os dois foram colocados em alas diferentes, em que
não podem ter qualquer tipo de comunicação ou contato. CONFERE
LÁ
-É como dizia minha vó, Da Elizabeth,
a primeira e única, pelo menos por parte de mãe: “Meu filho é preciso estar vigilante
na separação do o joio das coisas daninhas”.
Joio
de rodapé: A lista de ministros de Dilma investigados pela Comissão
de Ética da Presidência da República superou os 12 de Temer. São 18 processos
ainda abertos. Entre eles, está Eliseu Padilha, que foi ministro da Secretaria
de Aviação Civil da petista e hoje é chefe da Casa Civil de Michel Temer. A
Coluna do Estadão mostrou ontem que metade dos ministros do governo
Temer responde a processos na Comissão de Ética Pública, dez deles acusados de
votar pelo impeachment em troca do cargo. Um dos mais recentes é contra
Alexandre de Moraes (Justiça), por ter dito que haveria nova fase da Lava Jato.
Confere
lá
O Tribunal de Justiça de São Paulo acaba de anular os julgamentos
que condenaram 74 policiais militares pelo massacre do Carandiru, em 1992,
quando 111 presidiários foram assassinados em uma ação da PM. Até hoje, nenhum
PM presente na operação passou um dia preso. O relator desembargador Ivan
Sartori, ex-presidente do TJ-SP, relator do processo, votou pela anulação e
absolvição e disse: “Não houve massacre, houve legítima defesa.”
Depois desta
reviravolta no caso de 24 anos, a Justiça paulista vai alterar o famoso lema “A
Justiça é cega mas enxerga no escuro”, que simboliza a imparcialidade da
instituição perante a pressão da opinião pública e paixões políticas para um
lema mais honesto: “A Justiça é cega mas bandido bom é bandido morto.”... Os 74
PMs acusados de assassinar os presidiários foram julgados entre 2001 e 2014 e
foram condenados pelo júri popular em todos eles
A
charge da semana... passada
Publicado no Correio Brazilense
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“Lula apoiou pesado Fernando
Haddad. Lula fez comício para Marcio Pochmann, em Campinas. Haddad não chegou
ao segundo turno. Pochmann ficou em terceiro lugar. Dilma foi às ruas para
eleger Raul Pont, em Porto Alegre. Fez comício para Jandira Feghali no Rio de
Janeiro. Derrotas indiscutíveis. Quem no segundo turno irá pedir o apoio dos
dois? Façam suas apostas” Lauro Jardim/O Globo