"Não
a jogue no espaço, bolha de sabão; Não a empregue sem razão acima de toda a
razão" Carlos Drummond de Andrade
O Brasil assistiu estarrecido o
desmentido das urnas nos Estados Unidos a tudo o que foi noticiado, comentado,
analisado e defendido pelos programas políticos televisivos, principalmente na
Globo News... Longe de nós julgar que as opiniões foram fraudulentas ou
vendidas, mas afirmamos, sem medo de errar que, no mínimo, eram bajulatórias.
Quem tiver oportunidade de rever os últimos programas anteriores ao dia da
votação, vai se divertir com as louvaminhas à Hilary e as agressões a Trump...
Não tendo como fugir desses
deslizes, surgiu uma versão tão repetida na Globo News que faria inveja aos
discípulos de herr Goebles. Reconheceu-se que foram envolvidos numa
"bolha", culpada por tudo... Pergunto-me o que seria esta
"bolha"? Normalmente fala-se em bolha com vistas ao estúdio de
tecnologia criativa que combina hardware, software e web para desenvolver
experiências memoráveis, úteis e/ou divertidas.
A "bolha", no caso dos
jornalistas globais, é a membrana do fracasso produzido nos institutos de
pesquisa dos States que impuseram uma memória não volátil na cabeça dos
desavisados. Os erros das amostragens na campanha eleitoral norte-americana são
condenáveis, apenas superados pela bazófia dos analistas do NY Times. Dos 20
maiores institutos de pesquisas e as redes nacionais de televisão e jornais dos
EUA, somente uma – a do Los Angeles Times associado à USC Tracking
(Universidade South Califórnia) – apontou a vantagem de Trump. O que tivemos, na verdade, foi a
especulação, muito usada entre os jogadores das bolsas de valores que para
proporcionar lucros calculados, baseiam-se geralmente numa visão fantasiosa e
inconsistente sobre o futuro.
A imprensa internacional caiu
nessa. Seus correspondentes engoliram, também, o conto do vigário. Aqui, nossos
observadores deveriam se desculpar sim, mas não com a conversa fiada da
"bolha".
Será que se referiram ao filme de
terror dirigido por Irvin Yeaworth "A Bolha Assassina"? Essa película
que revelou Steve McQueen como ator, e Burt Bacharach (então desconhecido)
sendo o autor da trilha sonora e da canção "The Blob", mais tarde
interpretada pelos Beatles, os Carpenters e Aretha Franklin entre outros.
É possível que a imunização dos
globais veio de outra fita, "O Menino da Bolha de Plástico" com John
Travolta, a história real de um adolescente com problemas imunológicos que
vivia numa bolha de plástico, construída pela NASA, para protegê-lo de
infecções.
O certo é que temos no Brasil
três versões de "Bolha": A de terror, assustadora, que envolve a
quadrilha de senadores que trama por sabotar a Operação Lava Jato, esperança
para acabar de vez com a corrupção endêmica e epidêmica que corrói o país.
Outra, mais leve e divertida, a
bolha do lulopetismo furada no impeachment e estourada nas eleições municipais,
reduzindo à capital do Acre a influência do narco-populismo travestido de
socialismo... A terceira, enrolando tristemente o mal jornalismo que caiu no
logro das pesquisas, e atacou violentamente Trump com falsas comparações,
informação distorcida e projeções mentirosas. Não apenas na Vênus Prateada, mas
em toda televisão brasileira. Por Marjorie Salu/Blog do
Miranda Sá