O dicionário
da editora Merriam-Webster, nos Estados Unidos, nomeou nesta
segunda-feira (19) "surreal"
sua palavra do ano. A vitória de Trump nas eleições americanas e atentados
terroristas ocorridos durante 2016 motivaram a maior procura pelo significado
do termo... "Marcado pela intensa realidade irracional de um sonho... Quando
não acreditamos ou não queremos acreditar no que é real, precisamos de uma
palavra para o que parece 'acima' ou 'além' da realidade. Surreal é uma palavra
assim", disse a Merriam-Webster em um comunicado.
O dicionário
Oxford definiu sua palavra do ano, em novembro: pós-verdade. Segundo a obra britânica, o
verbete significa "relativo a ou que denota circunstâncias nas quais fatos
objetivos são menos influenciadores na formação da opinião pública do que
apelos à emoção ou à crença pessoal". Leia
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No mesmo dia em que o presidente
Michel Temer anunciou o pacote de medidas econômicas e tributárias com objetivo
de facilitar a vida das empresas e consumidores, para aliviar a pressão sobre o
investimento e o consumo, o Congresso aprovou um orçamento da União que está no
reino da fantasia: será de R$ 3,5 trilhões, com um deficit primário de R$ 139
bilhões, a meta anunciada pelo governo em julho deste ano. A proposta vai à
sanção do presidente Michel Temer. Na véspera, a PEC do Teto dos Gastos foi
aprovada pelo Senado como um dos eixos do ajuste fiscal. O outro é a proposta
de reforma da Previdência que já tramita na Câmara. Os sinais trocados confundem
os investidores...
Esse descolamento da realidade em
matéria orçamentária está em sintonia com o alheamento dos políticos em relação
aos sentimentos da sociedade em diversas matérias, como as medidas de combate à
corrupção, cuja tramitação é a origem de uma nova crise entre o Legislativo e o
Judiciário...
É um cenário complicado e
movediço, no qual a sociedade não se sente mais representada pelo Congresso,
embora ele seja o seu representante legítimo; o governo Temer não goza da
popularidade, embora seja uma imposição constitucional; e, para complicar a
situação, o STF começa a ser arrastado para a barafunda política por causa da
brigalhada entre seus ministros.
Como acreditar que a PEC do teto
dos gastos, a proposta de reforma da Previdência e o pacote de medidas
econômicas e tributárias... por si só, restabeleçam a confiança de investidores
e empreendedores? O ambiente político não ajuda a reanimação da economia; a
única saída é blindagem da equipe econômica pelo dispositivo parlamentar do
Planalto, mas para isso é preciso que o STF garanta a segurança jurídica e não
entre na confusão política. Por Luiz Carlos Azedo jornalista do Correio Braziliense
– Enviado
por Cacau Quil - Leia
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