*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

“O ajuste fiscal é uma banana”

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou na tarde desta terça-feira (20) um aumento no salário dos vereadores. Eles ganhavam em média um salário bruto de R$ 15 mil, e passarão a ganhar R$ 18.991,68, o que representa um aumento de 26%. Trinta vereadores votaram a favor do aumento e onze votaram contra - CONFERE LÁ

A política pode até responder o porquê da irresponsabilidade no trato dos cofres públicos, mas a crise e o bom senso não aceitam qualquer argumento. Antes de sair de férias os deputados aprovaram um pacote de salvação dos estados e mandaram mais uma enorme fatura para a sociedade brasileira pagar. Os governadores poderão ficar três anos sem pagar um centavo do que devem à União e, em troca, não precisam dar nada.

“Não somos reféns da Fazenda”, bradou o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, ao tentar justificar a votação de uma proposta rejeitada pela equipe econômica. Para reafirmarem sua independência eles fizeram reféns todos os contribuintes do país que serão obrigados a bancar mais uma farra com dinheiro público. O peemedebista que parecia aliado do ajuste fiscal deu uma bela banana para Michel Temer, Henrique Meirelles – e para todos nós que vamos pagar as contas.

Você acha que os governadores que estouraram os orçamentos nos últimos anos serão responsáveis a partir de agora?  E mesmo aqueles que eram a favor das contrapartidas, perderam o instrumento legal para adotar medidas de cortes e controle dos gastos. Se virasse lei proibir reajustes ou contratações, as categorias de servidores com mais poder de barganha perderiam força.

A Câmara deixou para o poder executivo fazer acordos entre o governo federal e cada governador. Como me explicou a secretária de Fazenda de Goiás, Ana Carla Abrão Costa...: "A Câmara deu sinalização péssima de que o que precisa é a União dar dinheiro para os estados. O que vai contaminar as discussões locais, certamente. Nem todos os estados têm base parlamentar sólida e entenderam problema. Enfraqueceu de maneira substancial a noção de responsabilidade fiscal do país que começava a emergir e solidificar”, desabafa Ana Carla. [...].

A proposta que chegou para votação no Congresso estava no limite do equilíbrio entre o que Henrique Meirelles podia ceder e o que os governadores precisavam aceitar. A balança quebrou e quem perdeu foi você. Eu também. E outros milhões de brasileiros reféns da política irresponsável que domina Brasília - Thais Herédia para o G1Enviado por Cacau Quil – Leia na íntegra