*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

sábado, 7 de janeiro de 2017

O que foi feito de tudo que a gente sonhou?

O que foi feito amigo
De tudo que a gente sonhou?
O que foi feito da vida?
O que foi do amor?...
Falo assim sem saudade
Falo assim por saber
Se muito vale o já feito
Mais vale o que será...
Falo assim sem tristeza
Falo por acreditar
Que é cobrando o que fomos
Que nós iremos crescer...

Trecho de “O Que Foi Feito Devera” de Milton Nascimento/Fernando Brant

#QueFoiFeitoDevera1 - "Começamos o ano de 2017 com muita esperança e engajamento nas atividades de ensino, pesquisa e extensão, mas nos deparamos com a mesma situação de precariedade de instalações físicas, logística e poucas expectativas de aplicação de recursos financeiros no edifício JMM. Como apresentado em relatos anteriores, a decisão referendada na Congregação da FAU/EBA de finalizar o período 2016.2 foi tomada como um processo de transição emergencial e também como prerrogativa para cobrar ações imediatas da Reitoria na concretização de um período novo (2017.1), mais estruturado, eficiente e condizente com um curso de terceiro grau de uma Universidade Pública e Federal.
Após análise da conjuntura atual e com as poucas previsões de melhoria de nosso cenário, a Congregação entendeu nesta data – 04/01/2017 – em PROPOSTA PRELIMINAR, que não há condições de nos mantermos neste quadro e que, diante disso, restará à FAU a única opção de NÃO abrir turmas no próximo período e cancelar 2017 [...].” Trecho da carta enviada aos alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ que cancela o período 2017 - por Ana Cláudia Guimarães para a coluna do Ancelmo Gois/O Globo

#QueFoiFeitoDevera2 – O custo que o Estado do Amazonas tem com seus presos em unidades geridas pela iniciativa privada é quase o dobro da média nacional. Segundo dados do governo Estadual do Amazonas, no ano de 2016, foram pagos R$ 301 milhões à Umanizzare por serviços em seis presídios no Estado... No Amazonas, a empresa tem sob sua responsabilidade 6.099 detentos, o que representa um custo médio de R$ 4.112 ao mês. Isso sem levar em conta os investimentos do próprio Estado nos presídios. Para se ter ideia, segundo o Ministério da Justiça, o custo mensal por preso no Brasil é em média de R$ 2.400. Eles estão, em sua imensa maioria, em unidades geridas pelos Estados. CONFERE LÁ

#QueFoiFeitoDevera3 – A saída do deputado Indio da Costa (PSD-RJ) para assumir a Secretaria de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação da prefeitura do Rio levou de volta à Câmara, como suplente, o deputado Nelson Nahim (PSD-RJ), que ficou preso por mais de quatro meses no ano passado e foi condenado por estupro, coação no curso do processo e exploração sexual de crianças e adolescentes, no caso que ficou conhecido como “Meninas de Guarus”. No dia 27 de outubro, Nahim conseguiu um habbeas corpus e foi solto. Esta é a segunda vez que ela assume mandato na Câmara e, por isso, não teve que tomar posse na Casa... Em junho passado, junto com outras 13 pessoas, Nahim foi condenado, em primeira instância, a 12 anos de prisão em regime fechado. CONFERE LÁ

#QueFoiFeitoDevera4 - Ao comentar o massacre carcerário em Manaus, o secretário nacional de Juventude, Bruno Júlio (PMDB), diz que "tinha era que matar mais". 
--Eu sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de polícia, né? Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana. – CONFERE LÁ

-E esta postagem, só pode ser encerrada com música. Uma única música:
   

Nota de rodapé: A história da música O QUE FOI FEITO DEVERA (DE VERA), de Milton Nascimento, Márcio Borges e Fernando Brant é pura magia. Em meio a criação do disco duplo Clube da Esquina 2 Milton enviou para Márcio Borges e Fernando Brant uma música, sem que um soubesse da missão do outro, e pediu para que eles refletissem sobre o que havia sido feito "de vera", ou seja, de verdade nos últimos anos.
Era o ano de 1978, um momento de indefinição política no país, estávamos em processo de redemocratização, aos trancos e barrancos. A voz dos jovens, que sonhavam com um país livre da ditadura, voltava a ser ouvida. Era o prenuncio do fim da ditadura. Portanto, havia muito o que refletir. Márcio Borges logo associou a expressão dita por Milton "de vera" com o antigo nome do Brasil, Vera Cruz. E não foi à toa que surgiu o no primeiro parágrafo os versos "(...) A tribo toda reunida/ ração dividida ao sol/ De nossa Vera Cruz (...)".
Quando Milton recebeu as letras, uma de Fernando e outra de Márcio, depois de um certo constrangimento, viu que de forma mágica, uma era continuação da outra "As duas letras, juntas, se casaram magnificamente, sinal de que os parceiros se entendiam muito bem", reconheceu Brant. Milton, contando essa história à jornalista Maria Dolores, autora de sua biografia TRAVESSIA, disse: "Quando coloquei a letra do Marcinho embaixo da do Fernando, falei: não acredito, uma é continuação da outra!"
A música foi gravada no volume 1 do disco Clube da Esquina 2, nas vozes de Elis Regina e Milton Nascimento - Do blog Tagarelices - A magia de se fazer arte... E fica no ar um resto de canção:
“O que foi feito amigo
de tudo que a gente sonhou?
O que foi feito da vida?