Para os
saudosistas, no tempo em que as organizações
paramilitares, como a Scuderie Detetive Le Cocq, formadas basicamente por
policiais civis altamente treinados atuavam abertamente no combate ao crime, os
bandidos não encontravam espaço e muito menos coragem para atuar livremente
como vem ocorrendo hoje no Espírito Santo. Eram outros tempos, dizem.
Hoje, sob o
chamado império da lei, das garantias e direitos civis e, sobretudo,sob o manto
protetor dos direitos humanos, prender e julgar criminosos com o rigor das leis
é tão ou mais difícil do que manter a própria ordem pública. Para os cidadãos
acuados dessa grande metrópole do Sudeste, a questão não está nos extremos de
ontem e de hoje, mas na justa medida que obriga o Estado a manter e a garantir
adequadamente a segurança pública conforme manda a Constituição.
É entre os
extremos do passado e a permissividade do presente que o cidadão quer ter o
direito de sair de casa e retornar com vida. O que ocorre agora em Vitória e já
ocorreu recentemente em Florianópolis, São Paulo, Natal, Manaus, Rio de Janeiro
e em outras importantes cidades do país é, sem exagero, uma guerra civil que
opõe, de um lado, o crime organizado, altamente armado, e, de outro as forças
policiais desprestigiadas e com equipamentos obsoletos.
No meio da
contenda desigual, fica a população, acuada e prisioneira, à mercê da sorte, à
espera de uma trégua para sair de casa e ir aos mercados em busca de víveres
para se manter enquanto a guerra se desenrola. Fossem outros os tempos, os
militares já teriam assumido o controle do país, tal qual fizeram no passado,
quando o ambiente de desordem, potencializado pelo clima da guerra fria, tomou
conta do país.
Quando se
repete, a história vem na forma de farsa. Seguir as pegadas desse flagelo,
buscando a origem para o que ocorre hoje em nossas ruas, poderá nos levar
direto aos anos 60, para um passado que acreditávamos morto, mas que ainda
respira e se move.
Na origem do
nosso faroeste caboclo, mais vivo do que nunca, está nosso arcaico sistema
político, carcomido pela mais desenfreada corrupção de todos os tempos. É aí,
no alto dessa serra, que está a fonte que alaga nossas cidades com os rios da
tormenta. Duas décadas de ocupação militar não foram suficientes para essa
gente aprender. O passado não foi suficiente como lição. Não aprenderam nada e
não esqueceram nada. - A frase que não foi pronunciada: “A liberdade é o
direito de fazer o próprio dever” Auguste Comte – postado no Blog do Ari Cunha/Correio
Braziliense
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