*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

“Espírito Santo é o Brasil”

Para os saudosistas, no tempo em que as organizações paramilitares, como a Scuderie Detetive Le Cocq, formadas basicamente por policiais civis altamente treinados atuavam abertamente no combate ao crime, os bandidos não encontravam espaço e muito menos coragem para atuar livremente como vem ocorrendo hoje no Espírito Santo. Eram outros tempos, dizem.

Hoje, sob o chamado império da lei, das garantias e direitos civis e, sobretudo,sob o manto protetor dos direitos humanos, prender e julgar criminosos com o rigor das leis é tão ou mais difícil do que manter a própria ordem pública. Para os cidadãos acuados dessa grande metrópole do Sudeste, a questão não está nos extremos de ontem e de hoje, mas na justa medida que obriga o Estado a manter e a garantir adequadamente a segurança pública conforme manda a Constituição.

É entre os extremos do passado e a permissividade do presente que o cidadão quer ter o direito de sair de casa e retornar com vida. O que ocorre agora em Vitória e já ocorreu recentemente em Florianópolis, São Paulo, Natal, Manaus, Rio de Janeiro e em outras importantes cidades do país é, sem exagero, uma guerra civil que opõe, de um lado, o crime organizado, altamente armado, e, de outro as forças policiais desprestigiadas e com equipamentos obsoletos.

No meio da contenda desigual, fica a população, acuada e prisioneira, à mercê da sorte, à espera de uma trégua para sair de casa e ir aos mercados em busca de víveres para se manter enquanto a guerra se desenrola. Fossem outros os tempos, os militares já teriam assumido o controle do país, tal qual fizeram no passado, quando o ambiente de desordem, potencializado pelo clima da guerra fria, tomou conta do país.
Quando se repete, a história vem na forma de farsa. Seguir as pegadas desse flagelo, buscando a origem para o que ocorre hoje em nossas ruas, poderá nos levar direto aos anos 60, para um passado que acreditávamos morto, mas que ainda respira e se move.


Na origem do nosso faroeste caboclo, mais vivo do que nunca, está nosso arcaico sistema político, carcomido pela mais desenfreada corrupção de todos os tempos. É aí, no alto dessa serra, que está a fonte que alaga nossas cidades com os rios da tormenta. Duas décadas de ocupação militar não foram suficientes para essa gente aprender. O passado não foi suficiente como lição. Não aprenderam nada e não esqueceram nada. - A frase que não foi pronunciada: “A liberdade é o direito de fazer o próprio dever” Auguste Comte – postado no Blog do Ari Cunha/Correio Braziliense

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