*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Presos com diploma, a elite carcerária do Brasil

No Brasil, é melhor ter o diploma universitário na mesinha de cabeceira”. A frase é de João Carlos Castellar, um dos advogados de Flávio Godinho, ex-braço direito de Eike Batista. Godinho, que foi preso no último dia 26, alvo da Operação Eficiência, no âmbito da Lava-Jato no Rio, também é advogado. Dorme em uma prisão considerada especial, isolada de facções criminosas e com 54 vagas sobrando, graças ao seu título universitário. É a mesma unidade onde está preso o ex-governador Sergio Cabral, licenciado em jornalismo e acusado de liderar o esquema corrupto. São a elite dos presidiários. Um diploma universitário no Brasil pode mudar a vida no cárcere. [...].

A passagem pela universidade é um dos requisitos que podem levar um corrupto ou um assassino que aguarda julgamento a uma cela melhor. Mas algumas profissões específicas ou méritos pouco transparentes podem também facilitar o caminho. A lei estabelece que advogados, delegados de polícia, magistrados, membros do Ministério Público, ministros de confissão religiosa, embaixadores, parlamentares, vereadores, prefeitos, governadores ou até membros do Tribunal do Júri, entre outros, têm direito a uma cela especial até serem efetivamente condenados, um período que pode demorar meses ou até anos. Após a condenação, fora algumas exceções mantidas por segurança, o réu é misturado com a massa carcerária comum. [...].

Os nomes dos membros que compõem essa lista poderiam ser conhecidos apenas após um longo processo de cobrança através da lei de Acesso à Informação. A relação de nomes é “custodiada” pelo Cerimonial da Presidência da República.


Questionado pela separação de presos formados, o Institute for Criminal Policy Research, que pesquisa sobre os sistemas judiciais no mundo, afirmou por email que “nunca ouviu falar sobre outro sistema prisional que separe prisioneiros pelo seu nível de educação!”. Com exclamação. Jornalistas do EL PAÍS nos EUA, Argentina, México e Espanha não acharam nenhuma norma comparável nesses países. Por MARÍA MARTÍN/EL PAÍS - Leia na íntegra

Nenhum comentário:

Postar um comentário