*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

sexta-feira, 10 de março de 2017

A ética nacional ou os imorais

"Vivemos em um mundo onde tudo tem preço, mas quase nada tem valor, e as poucas coisas que têm valor, poucos sabem valorizar" Clarisse Lispector

   
O novo ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirma que o presidente Michel Temer só pode ser atingido por investigações se houver prova objetiva de "que ele sabia que estavam recebendo dinheiro indevido". Em entrevista à Folha, disse que o Ministério Público deve ter elementos mais fortes para fazer denúncia. Serraglio considera haver uma corrupção generalizada no país, incluindo todos os partidos e a população. "Não sei como vai corrigir isso. É uma moral nacional." O ministro defendeu uma tese polêmica, a de que "bandido de menor gravidade" não deve ser preso - Clique aqui e confira, na íntegra, a entrevista do Serraglio para a Folha
Só uma correção Sr Serraglio. A frase "Não sei como vai corrigir isso. É uma moral nacional", soaria melhor se formulada assim; "Não sei como vai corrigir isso. É uma imoralidade nacional". 

Janot entristece o Congresso - Meio Congresso tem reclamado da opção de Rodrigo Janot de não mandar para o STF de uma vez só todos os pedidos de abertura de inquéritos a partir da delação da Odebrecht — o que deve fazer com que os sigilos das delações também caiam a conta-gotas. A torcida dos políticos para que tudo fosse divulgado no mesmo dia, é claro, não era nenhum surto súbito de transparência. Querem que o incêndio em torno de Temer, Lula, Dilma e outros tubarões fizesse fumaça para esconder os bagrinhos.
Na dúvida... O deputado petista Wadih Damous, uma espécie de líder da tropa de choque de Lula na Câmara, apresentou hoje um projeto de lei que pode acabar com a prisão preventiva baseada em informações colhidas por meio de acordos de delação premiada. Diz o texto, que será incorporado ao Código de Processo Penal, caso seja aprovado no Congresso:
"Será nulo o decreto de prisão preventiva que, na fundamentação, se limitar a repetir os seus requisitos e dispositivos legais ou valer-se de generalizações e subjetividades ou reproduzir o teor de depoimentos prestados durante a investigação preliminar, inquéritos ou demais procedimentos anteriores ao recebimento da denúncia, inclusive de delações premiadas, homologadas ou não" - Por Lauro Jardim/O Globo

Cartum Bennet/Folha
“Aécio disse que doação foi da Odebrecht foi legal.
Eu também acho superlegal ganhar R$ 25 milhões!
A Odebrecht é um caixa eletrônico de caixa dois!”
José Simão/Folha
   
Já se passava da meia-noite desta quarta-feira (8) quando o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), definiu o pensamento de grande parte da classe política do país diante da Operação Lava Jato: "Todo mundo vai ficar no mesmo bolo e abriremos espaço para um salvador da pátria? Não, é preciso salvar a política", afirmou o tucano sentado a uma mesa de oito lugares no Piantella, restaurante reduto de políticos em Brasília.
"Um cara que ganhou dinheiro na Petrobras não pode ser considerado a mesma coisa que aquele que ganhou cem pratas para se eleger", continuou Aécio, em defesa da tese de que caixa dois para financiar campanhas eleitorais deve ser diferenciado do crime praticado por quem obteve recursos para enriquecer pessoalmente.
O discurso fazia eco à recente nota do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, em defesa do próprio tucano, afirmou que era importante fazer "distinções" entre quem recebeu recursos de caixa dois e quem obteve dinheiro para enriquecer. CONFERE LÁ
A “nota” do Fernando: "Há uma diferença entre quem recebeu recursos de caixa dois para financiamento de atividades político-eleitorais, erro que precisa ser reconhecido, reparado ou punido, daquele que obteve recursos para enriquecimento pessoal, crime puro e simples de corrupção. Divulgações apressadas e equivocadas agridem a verdade, e confundem os dois atos, cuja natureza penal há de ser distinguida pelos tribunais.".

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