“Esperava-se que
uma enxurrada de processos na Justiça Eleitoral acabasse levando à cassação de
muitos mandatos conquistados com doações fraudadas. Seria uma boa limpeza na
área e um sinal de que o jogo tem novas regras e que elas serão cumpridas. Um
avanço para a inevitável reforma política, que podem reformar para pior, ou
para que nada mude. As eleições de outubro [2016], parecem um passado remoto e
esquecido. Nada aconteceu até agora. Parece que foi ontem ou parece que é
sempre?” Trecho da crônica” “Velhos carnavais” de
Nelson Motta/O Globo nesta sexta (3)
Michel Temer é um político experiente, frio, e conhece o lado do avesso de
Brasília. Em maio do ano passado, quando fritava a presidente Dilma Rousseff e
o comissariado petista, circulou a notícia de que formaria um governo de notáveis.
Era lorota e foi logo desmentida. Formou-se um governo de pessoas experientes,
mas não se definiu o que vinha a ser "experiência".
José Yunes, o amigo
do peito de Temer foi para sua assessoria especial; Romero Jucá, presidente do
PMDB, para o ministério do Planejamento; o espaçoso Geddel Vieira Lima para a
coordenação política e Eliseu Padilha para a chefia da Casa Civil. [...].
Em menos de um
ano três experientes integrantes dessa equipe foram para o espaço, todos
metidos em situações escandalosas. O pacote que o operador Lúcio Funaro levou
ao escritório de Yunes ainda fará uma longa carreira no anedotário político
nacional. Por enquanto, a versão de Yunes é uma daquelas mantas de chumbo que
os dentistas jogam em cima das pessoas para protegê-las das emissões dos raios
X. [...].
A Lava Jato está
ferindo a oligarquia política e empresarial do século 20 da mesma maneira que o
fim do tráfico negreiro feriu (mas não matou) a do 19. Os barões do caixa dois
do tráfico resistiram por mais de 30 anos. Os marqueses do caixa dois das
empreiteiras sabem que não podem durar tanto, mas a esperança é sempre a última
que morre. Por Elio Gaspari/Globo – Leia
na íntegra
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