*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

sábado, 4 de março de 2017

“Jucá, Geddel, Yunes, Padilha...”

Esperava-se que uma enxurrada de processos na Justiça Eleitoral acabasse levando à cassação de muitos mandatos conquistados com doações fraudadas. Seria uma boa limpeza na área e um sinal de que o jogo tem novas regras e que elas serão cumpridas. Um avanço para a inevitável reforma política, que podem reformar para pior, ou para que nada mude. As eleições de outubro [2016], parecem um passado remoto e esquecido. Nada aconteceu até agora. Parece que foi ontem ou parece que é sempre?Trecho da crônica” “Velhos carnavais” de Nelson Motta/O Globo nesta sexta (3) 

Michel Temer é um político experiente, frio, e conhece o lado do avesso de Brasília. Em maio do ano passado, quando fritava a presidente Dilma Rousseff e o comissariado petista, circulou a notícia de que formaria um governo de notáveis. Era lorota e foi logo desmentida. Formou-se um governo de pessoas experientes, mas não se definiu o que vinha a ser "experiência".

José Yunes, o amigo do peito de Temer foi para sua assessoria especial; Romero Jucá, presidente do PMDB, para o ministério do Planejamento; o espaçoso Geddel Vieira Lima para a coordenação política e Eliseu Padilha para a chefia da Casa Civil. [...].
Em menos de um ano três experientes integrantes dessa equipe foram para o espaço, todos metidos em situações escandalosas. O pacote que o operador Lúcio Funaro levou ao escritório de Yunes ainda fará uma longa carreira no anedotário político nacional. Por enquanto, a versão de Yunes é uma daquelas mantas de chumbo que os dentistas jogam em cima das pessoas para protegê-las das emissões dos raios X. [...].

A Lava Jato está ferindo a oligarquia política e empresarial do século 20 da mesma maneira que o fim do tráfico negreiro feriu (mas não matou) a do 19. Os barões do caixa dois do tráfico resistiram por mais de 30 anos. Os marqueses do caixa dois das empreiteiras sabem que não podem durar tanto, mas a esperança é sempre a última que morre. Por Elio Gaspari/GloboLeia na íntegra

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