Governo,
Congresso e partidos respiraram aliviados com o
fracasso das manifestações marcadas para ontem em defesa da Lava Jato e contra
a anistia ao caixa dois, o voto em lista fechada e a anulação de delações que
possam comprometer suspeitos de corrupção.
Governo refém do
Congresso depende dele para aprovar reformas. Congresso refém de delatores não
merece a confiança de ninguém. Vida que segue.
Em duas
ocasiões, na semana passada, talvez por descuido, o PT tirou a máscara ao
tratar do uso de dinheiro sujo nas eleições. Relator da reforma política na
Câmara, o deputado Vicente Cândido (SP) defendeu que o Congresso enfrente o
desgaste de discutir anistia aos alvos da Lava Jato como forma de
"distensionar o país". Em seu site, o partido postou um estudo que
justifica o uso do caixa dois.
“O que é melhor para a sociedade nesse
momento? Até aprovar uma anistia, seja criminal, financeira, tudo isso é
possível, não é novidade no mundo", justificou Cândido.
O estudo da
seção mineira da corrente “Construindo um Novo Brasil”, majoritária dentro do
PT, pretende “contribuir para o exercício reflexivo” às vésperas do 6º
congresso do partido, a ser realizado até junho próximo. “As eleições
brasileiras foram feitas mediante contribuições não contabilizadas. O PT,
provavelmente, se utilizou das mesmas regras que os demais usavam. (...) Como o
PT poderia disputar eleições sem recursos enquanto todos os partidos
neoliberais o tinham de sobra? Seria impossível disputar com chances de vitória
sem os instrumentos necessários”, sustenta o estudo.
Nem Cândido nem
o estudo se detiveram sobre a verdade universal de que não existe Estado de
Direito sem justiça e sem eleições livres e democráticas. E que eleições
corrompidas por qualquer meio, sobretudo pelo abuso do poder econômico, podem
ser tudo menos democráticas, livres e justas.
Inexiste o bom e
o mau ladrão a não ser na cena da morte de Jesus. Mesmo assim por excesso de
bondade do Nazareno. [...].
Fora
da Lava Jato não haverá salvação. Ou melhor: só haverá se promovermos em 2018
um expurgo político extraordinário que limpe governos, Congresso e assembleias
legislativas. Ricardo Noblat/O Globo –CONFERE
LÁ
Nenhum comentário:
Postar um comentário