“Temos que falar a verdade, a Caixa 2 nas eleições é
trapaça, é um crime contra a democracia. Me causa espécie quando alguns sugerem
fazer uma distinção entre a corrupção para fins de enriquecimento ilícito e a
corrupção para fins de financiamento ilícito de campanha eleitoral. Para mim a
corrupção para financiamento de campanha é pior que para o enriquecimento
ilícito. Se eu peguei essa propina e coloquei em uma conta na suíça, isso é um
crime, mas esse dinheiro está lá, não está mais fazendo mal a ninguém naquele
momento. Agora, se eu utilizo para ganhar uma eleição, para trapacear uma
eleição, isso para mim é terrível. Eu não estou me referindo a nenhuma campanha
eleitoral específica, estou falando em geral” juiz
Sérgio Moro, neste sábado (8) em uma palestra para estudantes brasileiros na Universidade
de Harvard em Cambridge, Massachusetts/EU
O Superior
Tribunal de Justiça deverá decidir, nos próximos dias,
se existe conexão entre as operações Saqueador, que prendeu o empresário
Fernando Cavendish e o bicheiro Carlinhos Cachoeira, e a Calicute, cujo alvo é
o esquema comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral. Caso o STJ rejeite a
conexão, as ações e inquéritos derivados da Calicute sairão das mãos do juiz
Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, e do desembargador
Abel Gomes, relator do caso no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, e terão
de ser redistribuídos.
A possibilidade
é vista com apreensão pelos procuradores da República da força-tarefa da
Calicute. Esta semana, eles fizeram uma peregrinação nos gabinetes dos cinco
ministros da Sexta Turma do STJ, onde a questão será decidida, para
convencê-los de que existe conexão entre os casos. Mas os advogados dos réus,
interessados no afastamento de Bretas, também intensificaram as visitas aos
gabinetes e chegaram a fazer apresentação com PowerPoint - CONFERE
LÁ
Mas... Uma denúncia que o
Ministério Público Federal no Rio de Janeiro prepara para acusar dirigentes de
Delta, Andrade Gutierrez, Carioca Engenharia e outras empreiteiras faz deixar
mais claro que o cartel e a fraude à licitação de obras como
Metrô, Maracanã, Arco Metropolitano e do PAC das Favelas foram crimes
cometidos por uma mesma organização criminosa.
A argumentação é
fundamental para provar que há ligação entre as operações Calicute e Saqueador
e que, portanto, os processos não devem ser redistribuídos.
Nessa denúncia,
os procuradores tentarão deixar claro que as empresas fatiavam o mercado de grandes
obras sob a liderança de Sérgio Cabral, e que a regra do jogo era o pagamento
por todas elas dos famosos 5% ao governador.
Os procuradores
defendem que esses esquemas de cartelização é que resultaram nas operações
Saqueador e Calicute, o que faria com que a conexão entre elas é evidente.
Os procuradores
afirmam ainda que o crime de corrupção antecedente da lavagem de dinheiro,
tanto na Calicute quanto na Saqueador, é a obra do Maracanã – LAURO JARDIM/O
GLOBO neste sábado 8
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