Há alguns dias,
meu colega Vladimir Safatle propôs em sua coluna acabar
com o "representativo" de nossa democracia representativa e abraçar
uma "democracia real", na qual a população, reunida numa espécie de
ágora virtual, decidiria diretamente as questões de seu interesse.
Não sou contra
ampliar as ocasiões em que os eleitores se convertam em legisladores por meio
de referendos e plebiscitos, mas reservo-me o direito de ser cético em relação
às chances de uma democracia direta.
O maior
problema, me parece, é que as pessoas não a querem. Como sempre brinco, se
democracia direta fosse bom, reuniões de condomínio seriam um sucesso. Não são.
Para Safatle,
que reconhece o desinteresse da população, ele tem como causa principal a
consciência da irrelevância. Nas palavras do autor: "Desinteresso-me,
porque sei que, no fundo, minha opinião não conta, que nada vai mudar".
Penso que o problema é mais grave.
Embora de vez em
quando o Parlamento precise decidir sobre assuntos polêmicos ou estimulantes, a
maior parte da atividade legislativa diz respeito a questões aborrecidas,
muitas vezes exasperantemente técnicas, ainda que importantes. Pior,
compreendê-las para votar responsavelmente exigiria dedicar-lhes algumas horas
de estudo, tempo que, em geral, as pessoas não têm ou preferem destinar a
outras atividades.
Como a longo
prazo a preguiça sempre vence, a solução foi profissionalizar os políticos. Em
tese, eles deveriam agir como contadores ou advogados, mergulhando nos temas
para encontrar decisões tecnicamente viáveis que sirvam aos melhores interesses
de seus constituintes, definidos por uma espécie de contrato
político-ideológico firmado com o eleitor durante a campanha.
O problema, e aí
concordo com Safatle, é que políticos têm pensado mais em sua própria
sobrevivência do que em honrar esse contrato – CONFERE
LÁ
Alguns consideram que temas anarquistas podem ser encontrados
em trabalhos dos filósofos taoista Lao-Zi e Chuang-Tzu – ali entre os séculos
XIV e IV a.C. - Alguns têm sido
traduzidos:
"Há uma coisa
como deixar a humanidade sozinha. Nunca houve tal coisa como governar a
humanidade com sucesso";
"Um pequeno
ladrão é colocado na cadeia. Um grande bandido torna-se o governante de uma
nação"
Em todo esse tempo de humanidade assistiu o surgimento de
diversas formas de governo: Monarquia, Aristocracia, Democracia, Autoritarismo,
Absolutismo, Ditadura, Oligarquia, Teocracia, Comunismo, Socialismo,
Anarquismo... e todas as demais variações e combinações possíveis que essa gama de sistemas ideológicos possa permitir.
Porém seja qual for a combinação obtida com os elementos desta verdadeira
“tabela periódica ideológica” o que de fato energiza a particular primordial
deste “caldo político” é um só: exercer o poder pelo simples objetivo de ser o
poder. Trechos da Monografia
“Anarquia - Um Manifesto” de Antonio de Pádua - Enviado por
Cacau Quil
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