*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

sexta-feira, 28 de abril de 2017

“É preciso ficar atento com o jogo do Senado”

Apesar do recuo dos senadores em relação ao texto sobre abuso de autoridade, os políticos enroscados na Lava-Jato comemoraram a aprovação da proposta. Na avaliação de muitos, está claro que, daqui para frente, a vida deles vai mudar. Afinal, afirmam, se os senadores conseguiram um projeto, ainda que mais brando do que pretendiam, nada impede que, mais à frente, eles endureçam a proposta. Já tem gente pensando inclusive em apresentar projetos relativos aos itens suprimidos do texto, por exemplo, punição por hermenêutica, ou seja, interpretação da lei, algo inerente ao juiz” - Denise Rothenburg/Correio Braziliense

O dia de ontem foi cheio no Congresso. O polêmico projeto para mudar a lei de abuso de autoridade teve boas alterações, mas não significa que seja um bom projeto, tem muito que ser aperfeiçoado. No mesmo dia, e não por acaso, o Senado votou o fim do foro privilegiado.
Mas é preciso entender esse jogo do Senado. Ele aprovou na Comissão um projeto que tem provocado muita reação contrária, porque tenta intimidar a Lava-Jato e todas as autoridades envolvidas nessas apurações e punições.

Agora, esse fim do foro pode demorar a acontecer e ser uma forma apenas de protelar o assunto. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, colocou em pauta uma proposta para restringir o privilégio de políticos de serem julgados pelas altas cortes mesmo que cometam crimes comuns. O Senado se adiantou, pegou um projeto do senador Alvaro Dias de 2013 que estava engavetado, e colocou para votação. E exatamente no dia em que votavam a polêmica lei do abuso.

A versão que foi votada na comissão da lei do abuso foi atenuada. O juiz Sérgio Moro e outras autoridades tinham protestado contra um artigo que considerava crime a ser punido um juiz ter a sua sentença alterada em instância superior. Era o crime de hermenêutica, ou de interpretação da lei, que deixou de existir no Brasil desde que Ruy Barbosa lutou contra ele. Isso saiu, mas ficaram outros pontos que podem proteger os atuais investigados. E o fim do foro pode demorar a ser votado e ser uma forma de evitar a decisão do STF - Míriam Leitão/O GloboLeia na íntegra

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