O ministro
Edson Fachin deu um freio de arrumação no Supremo, ao
recorrer à sua prerrogativa de relator da Lava Jato e jogar para o plenário a
decisão sobre o mérito do Habeas Corpus que objetiva tirar Antônio Palocci
da cadeia. Se a Segunda Turma promove um festival de solturas de presos
ilustres, o plenário tende a estancar o festival e manter os próximos alvos
atrás das grades. Inclusive Palocci.
A decisão de
Fachin tem outro efeito direto no precário equilíbrio do Supremo: tira o foco
dos ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, que decidiram
a favor de tirar José Dirceu da prisão, e põe na presidente Cármen Lúcia, que
resiste razoavelmente incólume ao desgaste da Corte. É ela quem preside o
plenário.
Em tempo: Fachin
votou contra por em liberdade não apenas Palocci e Dirceu, mas também o
pecuarista José Carlos Bumlai e o ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genu. Perdeu
em todas. Só não perdeu na soltura do ex-bilionário Eike Batista, porque não
houve votação, mas sim uma decisão individual de Gilmar Mendes.
A expectativa
agora é que Fachin deixe de perder todas na Segunda Guerra [sic] a e passe
a ganhar todas no plenário, sob as bênçãos de Cármen Lúcia. As declarações de
Celso de Melo e de Marco Aurélio, apesar de sutis, vão neste sentido. Marco
Aurélio é da Primeira Turma e ainda não votou sobre solturas, mas o decano
Celso de Mello, na terça-feira, votou contra libertar José Dirceu - Eliane
Cantanhêde/Estadão – CONFERE
LÁ
“Não são juízes, são políticos travestidos de juízes.
Querem
acabar com a Lava Jato”
Hélio Bicudo
Nenhum comentário:
Postar um comentário