“Há 25 anos, o
primeiro-ministro Massimo D’Alema disse que havia uma tentativa de criminalizar
a política. Hoje, a frase está na boca dos políticos brasileiros... É o mesmo
discurso, de querer se colocar na condição de vítima. Lá e cá, os acusados
atacam juízes e investigadores, ao processar por abuso de autoridade. Na Itália,
o procurador da República à frente do processo, Antonio di Pietro, chegou a
abandonar a carreira para responder a processos. Ele levou dois anos para
investigar os políticos na Mãos Limpas e quatro anos para se defender. No fim,
acabou absolvido de todas as acusações. Os primeiros-ministros Bettino Craxi e
Silvio Berlusconi disseram que aquilo era um golpe pós-moderno, promovido pelo
Judiciário. Craxi fugiu para a Tunísia e de lá ficou escrevendo cartas dizendo
que tudo aquilo era uma orquestração, que os procuradores eram golpistas com
motivação ideológica” Rodrigo Chemim, procurador de justiça e
autor do livro “Mãos Limpas e Lava Jato - A corrupção se olha no espelho”
em entrevista a Época
#MO1 - Uma doação inusitada chamou a atenção de um grupo de voluntárias
do Bazar do Bem, evento beneficente que ocorre anualmente em Caxias do Sul, na
serra gaúcha. Durante a triagem das doações, uma das organizadoras encontrou,
dentro de um par de botas, US$ 10 mil em dinheiro...
"Foi uma
surpresa. A princípio achamos que era um bolo de papel amassado", Zeli
Dambros, uma das organizadoras do bazar. "Resolvemos ir atrás de quem fez
a doação da bota, porque percebemos que havia algo errado, o dinheiro não
parecia uma doação, porque parecia estar escondido ali", acrescenta.
E de fato,
estava. As voluntárias localizaram a dona da bota, que pediu para não ser
identificada. O calçado foi encaminhado para a doação pela filha da mulher, que
não sabia que a mãe guardava os dólares no sapato.
"Ela disse
que escondia o dinheiro ali porque já teve a casa assaltada várias vezes",
explica a voluntária.
O dinheiro já
foi devolvido. "Tem gente que quer doar anonimamente, mas não era o
caso", ressalta – CONFERE
LÁ
#MO2 - Odebrecht usou uma série de estratégias para esconder os cerca de
US$ 3,370 bilhões (R$ 10,6 bilhões) movimentados entre 2006 e 2014 por seu setor
de propinas. De acordo com as delações de alguns de seus ex-executivos, a
construtora tinha métodos que variavam de serviços superfaturados com devolução
do dinheiro no exterior a pagamentos legais e registrados...
Ao contratar o
serviço de outra empresa, a Odebrecht combinava que o valor cobrado fosse
superior ao custo do serviço e o lucro. Após receber o depósito superfaturado,
a empresa contratada pela Odebrecht devolvia a diferença para a empresa e
abastecia o setor de Operações Estruturadas da construtora - Leia
na íntegra
O ministro DO STF, Gilmar Mendes, suspendeu um depoimento que seria prestado pelo
senador e presidente do PSDB, Aécio Neves, para a Polícia Federal. Na decisão...
o ministro atendeu a um pedido do parlamentar, que só queria falar após ter
acesso a depoimentos de outras testemunhas já ouvidas no caso.
A decisão do
ministro Edson Fachin de jogar o julgamento do habeas
corpus do comissário Antonio Palocci para os 11 ministros do Supremo Tribunal
criou uma toga justa no excelso pretório.
Pelo menos três
ministros acharam que ele fez uma gambiarra canhestra, pois sofreria uma nova
derrota na Segunda Turma, onde os votos de Gilmar Mendes, Dias Toffoli e
Lewandowski abriram uma política de celas limpas na Lava Jato. Olhada por outro
prisma, Edson Fachin propôs a melhoria da qualidade do julgamento, aumentando o
número de cabeças responsáveis pela sentença.
Num colegiado
onde a soma dos egos ultrapassa a dimensão do universo, entrou-se num parafuso.
A defesa de Palocci apresentou um recurso junto à Segunda Turma propondo a
derrubada da iniciativa de Fachin, e lá ele está em minoria. Se a trinca que
formou a maioria derrubar a proposta, radicaliza-se o clima de feijoada que se
instalou no tribunal. Nesse clima, só
a entrada de um mágico salvará a harmonia do colegiado – Elio Gaspari/Folha
de São Paulo
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