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domingo, 11 de junho de 2017

“Data venia, Pátria amada”

Nove das 82 perguntas enviadas pela Polícia Federal ao presidente Michel Temer, na semana passada, que tratavam sobre seu relacionamento com empresas que operam no Porto de Santos, fazem referência a uma investigação iniciada por ela há mais de 15 anos, mas que terminou sendo arquivada pelo Supremo Tribunal Federal a pedido da Procuradoria-Geral da República.
No início dos anos 2000, a PF instaurou inquérito para apurar a ocorrência de supostos pagamentos de propinas ao então presidente da Câmara, Michel Temer, e ao presidente da Companhia de Docas de São Paulo (Codesp) na ocasião, Marcelo de Azeredo. O processo, na parte que investigava a prática do crime de corrupção supostamente praticado por Temer, foi arquivado em 2011.

Se o inquérito tivesse seguido adiante, nós já poderíamos estar vivendo um outro capítulo da nossa história política. Muito do que a Lava Jato está desvendando hoje já estava insinuado na investigação que fiz” - afirmou Cássio Nogueira, delegado da Polícia Federal responsável pelo caso - Leia na íntegra

   
A mais importante sessão já feita pelo TSE – a que analisou a ação que propôs a cassação da chapa Dilma-Temer – deverá entrar para a História, como previsto pelos ministros da corte. Afinal, a impugnação de uma chapa vencedora de uma eleição muito disputada, polarizada, cujos resultados até hoje não foram totalmente resolvidos, e que acabou levando o País a uma crise política profunda e ainda sem saída, é uma coisa rara.

A decisão do TSE entrará para a história porque os ministros conseguiram a proeza de concluir que os fatos apurados pela própria corte foram “gravíssimos”, “que ocorreram crimes graves”, “que tudo precisa ser apurado e os responsáveis, punidos”, mas se negaram, eles, a aplicar a punibilidade.

Fizeram o que fez Pôncio Pilatos, citado pelo ministro Napoleão Nunes Maia, ao dar seu voto contrário à cassação da chapa, e lavaram as mãos. Disseram que o ministro Sérgio Moro, a quem qualificaram de “muito sério”, já está cuidando da punição.

Napoleão, que disse considerar Pilatos um sábio, um poliglota, um nobre casado como uma parente do imperador romano Tibério Cesar, chegou a comparar o presidente do TSE ao personagem bíblico que tanta importância teve no julgamento de Cristo. Gilmar não disse se gostou da comparação.

Pode-se concluir que a fala de Napoleão não fez justiça ao ministro. Ele não costuma lavar as mãos. Ele tem lado. E o assume – do artigo “Data venia, Pátria amada” de João Domingos/Estadão - Leia na íntegra

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