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segunda-feira, 31 de julho de 2017

Entre propinas e patos

"A palavra propina foi inventada pelos empresários para tentarem culpar os políticos. Ou pelo Ministério Público. Por tudo o que leio na imprensa, todas as campanhas do Brasil sempre foram feitas... A diferença é que agora transformaram as doações em propina, então tudo ficou criminoso” - Lula da Silva em entrevista à rádio Tiradentes do Amazonas, transmitida ao vivo pelo Facebook de Lula.

Entre os patos de 1972 estavam os militares - Um documentário de Stefanie Dodt e Thomas Aders mostrou ao público alemão as relações promíscuas da Volkswagen com o aparelho repressivo da ditadura brasileira. A Volks não foi a única empresa a denunciar trabalhadores, mas é a única que está sendo cobrada no seu país. O problema da Volks era pedir desculpas. Agora surgiu outro: ter que se desculpar por não ter se desculpado.
Essa questão mostra a saudável relação da sociedade alemã com suas grandes empresas. Nada parecido acontece em Pindorama. A Federação das Indústrias de São Paulo, a Fiesp do pato amarelo, jamais pediu desculpas por ter organizado o caixa dois da guarnição militar de São Paulo.
Uma carta do embaixador americano William Rountree ao Departamento de Estado mostra que no início de 1972 os empresários que vinham sendo arrebanhados pela Fiesp tiveram medo de abandonar o esquema. Eles fizeram saber ao embaixador que "tinham ido muito longe para poderem recuar e achavam que, se o fizessem, prejudicariam seriamente suas relações com a Federação das Indústrias". Afinal era ela quem coletava o dinheiro.
A Fiesp financiou a repressão e bajulou os militares até que os ventos mudaram e criaram-se outras caixas, umas coletivas, outras individuais - Elio Gaspari/Folha de São Paulo, domingo 30

Nicolás Maduro... recebeu US$ 35 milhões de doação da Odebrecht no caixa dois.
A informação consta da parte ainda sob sigilo da delação premiada de Euzenando de Azevedo, ex-executivo da empreiteira para a Venezuela.
Azevedo contou ter sido procurado em 2013 por Americo Mata, coordenador da campanha, com um pedido de US$ 50 milhões. Em troca, Maduro deveria manter as obras da Odebrecht como prioritárias.
O intermediário de Maduro indicou uma série de empresas com contas no exterior, onde o dinheiro foi depositado, entre março e junho daquele ano.
A delação entrega ainda repasses para outros políticos do chavismo — como o todo-poderoso Diosdado Cabello, ex-presidente da Assembleia Nacional — e da oposição, como Antonio Ledezma, ex-prefeito de Caracas e preso político até hoje.
Lá como cá, a Odebrecht nunca teve preconceito ideológico, distribuía dinheiro para qualquer partido que lhe desse algo em troca.
A propósito, Emílio Odebrecht tem dito a interlocutores que apoia a permanência de Michel Temer no cargo - Lauro Jardim para O Globo domingo 30

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